Sergipe
16.05.2024A Secretaria de Estado de Educação e da Cultura (Seduc), por meio do Departamento de Alimentação Escolar (DAE), realizou nesta terça-feira, 14, no auditório da Biblioteca Pública Epiphânio Dória, em Aracaju, o seminário ‘Conscientização sobre Alergias Alimentares’. O encontro abordou as alergias alimentares como um problema social que pode causar a infrequência e evasão escolar, além de tratar sobre formas de evitá-las, visando a constante qualidade dos serviços de alimentação oferecidos nas unidades escolares.
De acordo com o governador em exercício, Zezinho Sobral, políticas públicas voltadas à prevenção das alergias alimentares ganham um protagonismo forte na escola pública estadual com a inserção de novos alimentos, com a reformulação do cardápio escolar pelos nutricionistas, com a preocupação dos alimentos que de alguma forma podem oferecer risco de intoxicação ou qualquer outra situação semelhante.
“Sergipe é o estado pioneiro ao inserir o camarão na alimentação escolar, primeiramente para 10 mil alunos, e agora expande para todos do Ensino Médio. Esses processos de inclusão alimentar precisam passar por critérios de palatabilidade, equalização de preparo, capacitação dos merendeiros, testes de alergia com os estudantes e participação de pais”, detalhou.
O governador em exercício também lembrou que, além do camarão, o Governo de Sergipe introduziu a proteína suína na merenda escolar, que “também precisa de cuidados para que sirva de novas oportunidades de opção, mas dando segurança na merenda”, enfatizou.
A diretora do Departamento de Alimentação Escolar da Seduc, Lucileide Rodrigues, destacou que o objetivo da formação é justamente incluir os alunos alérgicos na alimentação escolar. Ela destacou que pela primeira vez o Governo de Sergipe disponibilizou um campo obrigatório na matrícula, informando sobre possíveis alergias. Por conta desse processo, a Seduc diagnosticou os alunos com necessidades especiais no cardápio e que já foram encaminhadas às devidas escolas.
Conscientização e cuidado
No decorrer da programação do seminário, a médica alergista Jackeline Motta lembrou que a alergia alimentar vem aumentando a infrequência escolar. Nesse contexto, formações como a que a Seduc realizou são importantes para conscientizar os profissionais da alimentação e nutrição escolar, professores e diretores, para que estejam preparados para identificar, prevenir e gerenciar essas condições. “O que precisamos compreender é que uma em cada dez crianças apresenta essa reação alérgica no ambiente escolar. Conscientizar sobre o tema, fazer a gestão desse assunto no ambiente escolar é quase que uma necessidade. Não dá mais para desconsiderar o tema e achar que é problema da família ou médico. É um problema social e deve ser resolvido pela ação conjunta de todos”, afirmou.
Também palestrou a nutricionista Anne Jardim Botelho, que enfatizou a questão da manipulação correta dos alimentos para evitar contato cruzado e a possível retirada dos causadores de alergias no processo da merenda escolar. “O nutricionista tem boas práticas de manipulação de alimentos, análises de riscos para evitar esse contato com um ambiente alérgeno. A criança tem que estar em todos os ambientes protegida”, salientou.
Participaram do encontro representantes de alunos alérgicos, especialistas na área, nutricionistas das redes públicas, além de representantes de professores e diretores regionais de educação da rede pública. “Costumo dizer que a primeira casa é onde tem a família, a segunda casa dos nossos filhos é a escola. Se na primeira casa o nosso filho é bem cuidado, na segunda casa também tem que ser. Devemos trabalhar em conjunto para que tudo ocorra bem”, afirmou Maria Helena Santos, mãe de um aluno do Colégio Estadual 11 de Agosto.