Música
15.10.2020Campo Grande (MS) - A Escola Estadual Manoel Bonifácio Nunes da Cunha, que faz parte do programa intitulado Escola da Autoria, de Campo Grande-MS, se propôs fomentar diálogos que levem ao enfrentamento, a desconstrução do cenário, histórico do qual os negros foram inseridos no período colonial.
Esse processo vem mantendo suas raízes em um modelo de sociedade latifundiária, agrária, de monocultura e industrialização clássica voltada ao mercado externo, legando ao negro um lugar secundário na escrita, na preservação de sua cultura em uma espécie de colonização, permitindo que o estudante negro se reconheça como sujeito de direito, capaz de reformular a história, o papel da cultura afro na construção da identidade do Brasil contemporâneo.
Há necessidade de muita reflexão para que haja sentidos para nossas vidas, transitaremos pelos quatro pilares da educação, aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser, que se caracterizam por contemplar questões cognitivas, socioemocionais, e permeiam as relações de trabalho bem como questões do relacionamento humano, realizou um projeto, em 2019, orientado pelos professores dos componentes curriculares filosofia, história, geografia, sociologia e projeto de vida, Marcelo, Ataíde, Nicelene e Luci.
Compreendendo que as práticas pedagógicas partem do princípio de que é preciso construir uma educação antirracista e inclusiva, comprometida com o respeito, com a justiça e com a igualdade de todas as pessoas, os e as jovens foram orientadas atividades diversas.
Entre elas, música e dança de forma a promover reflexões acerca do reconhecimento da luta e resistência dos negros ao longo da história do Brasil, de forma a fortalecer e empoderar nossos jovens para o enfrentamento cotidiano e social, reconhecendo a diversidade étnica cultural como riqueza da humanidade, levando-os ao diálogo a respeito da discriminação e preconceitos baseados nos estereótipos padronizados historicamente.
Imbuídos na promoção da garantia de Direitos Humanos, nos fundamentamos na Declaração Universal dos Direitos Humanos, onde afirma que é papel também do ensino e da educação promover o respeito aos direitos e as liberdades.
Durante todo o desenvolvimento do projeto, esperamos que os jovens construíssem e desenvolvessem o senso crítico favorável à ação cidadã autônoma, solidária e competente, buscando introjetar comportamentos éticos favoráveis ao reconhecimento e empoderamento dos jovens de forma que pudessem ser multiplicadores de comportamentos sociais conscientes em todas as suas potencialidades.
Como resultado obtivemos conquistas além das produções artísticas, a produção de conhecimento crítico e social, abrangendo dentro e fora do ambiente escolar. Uma das evidências de que esse trabalho deu certo, é a inscrição e seleção dos nossos estudantes Ketlyn Kamyly Oliveira de Britto, Lara Gabrielly Martins Azevedo, Nubia Helena Fernandes Rocha dos Santos e Lucas Cavalcante Rangel, no concurso FESMORENA/2020, entre os 93 inscritos, foram selecionadas, estando agora entre os 15 participantes para a reta final.
Apresentando a música que recebeu o título de “Na Cor da sua Pele”. Fruto de construções interventivas focadas nas discussões em torno do preconceito racial, composta, ano passado, pela integrante Ketlyn e outro jovem, Klisman (hoje, egresso) fala da questão do preconceito racial e valorização da pessoa humana, temática especifica sobre a "Consciência Negra" realizado pelos professores e estudantes protagonistas no mês de novembro em comemoração ao dia da “Consciência Negra no Brasil”
Texto: Adersino Junior - Secretaria de Educação de Mato Grosso do Sul