Campo Grande (MS) – A Escola Estadual Joaquim Murtinho, localizada em Ponta Porã, realizou, na manhã do dia 21 de junho, aula do Plano de Intervenção Pedagógica do Componente Curricular Língua Portuguesa, idealizado e ministrada pela Professora Dircélia Francisca Dias Caccia. O Plano de intervenção tem como principal objetivo retomar a aprendizagem dos estudantes dos sextos anos melhorando a oralidade, a leitura e a escrita.

A professora Dircélia relatou que durante as aulas remotas do primeiro bimestre percebeu a dificuldade de alguns estudantes ao ler os textos nas aulas on-lines  (realizadas via Whats, em áudio). Na escrita pode perceber tanto no material impresso e no Google Sala de aula (nas digitações), das Atividades Pedagógicas Complementares (APCS). Assim sendo sentiu a necessidade de trabalhar com os alunos de forma presencial. E conseguiu elaborar um cronograma para atender a todos os 144 alunos do dia 31 de maio até o mês de novembro.

A escola, situada na fronteira Brasil /Paraguai, possui o multiculturalismo da região, ou seja, os estudantes advindos da cidade vizinha Pedro Juan Caballero falam mais de um idioma: o português, o guarani e o espanhol, o que não é um problema, porém, muitos falam o “portunhol” (mistura do português com o espanhol), o que dificulta a leitura e a escrita na Língua Portuguesa. Foi assim que ela teve a ideia de traçar um Plano de intervenção, baseada em sua experiência e embasada nas orientações recebidas pelas Comunicações Internas da Secretaria Estadual de Educação, a qual a escola repassa aos professores.

Ao ter o consentimento pela equipe gestora e pedagógica, pelos pais e/ou responsáveis, pelos estudantes iniciou o trabalho com o agendamento das aulas presenciais. Assim ela organizou as aulas de acordo com seu horário, pois em uma semana ela realiza aulas on-lines com todas as quatro turmas dos sextos anos (6º A, B, C e D) matutino e em outra semana se dirige a escola para atendê-los.

Desse modo ela convidou para cada aula cerca de cinco estudantes, sempre seguindo as orientações do protocolo de biossegurança estabelecidos pelas Secretaria Estadual de Educação e de Saúde e cumprindo o distanciamento social. Segundo Caccia, os pais também compareceram às aulas e puderam participar dos momentos de aprendizagem dos filhos(as), quando algum estudante não podia comparecer, completando sempre no máximo o número de cinco pessoas na sala de aula. O trabalho seguirá enquanto permanecer as aulas remotas, mas até o momento tem dado sinais de que já está tendo resultado e os pais têm demonstrado satisfação. A pandemia tem causado muitos prejuízos às famílias e os adolescentes sentem saudade da escola, do aconchego dos amigos.

Segundo o depoimento dos pais e dos estudantes o Plano de intervenção tem feito muito bem aos participantes. Os pais da estudante Yasmin Luana 6º ano D, por exemplo, disseram: - “Ficamos muito felizes por esse momento de aula para nossa Yasmin, visto que ela sente muita falta das aulas presenciais. Sabemos que se faz necessário o distanciamento social, mas também sabemos o quanto é importante o acompanhamento do aluno em sala de aula. Você é uma professora muito dedicada, parabéns!” Um estudante falou: “Eu gostei bastante, porque assim aprendermos melhor, queria que tivesse mais aulas presenciais, porque tiramos dúvidas, conversamos e aprendemos melhor. Eu amei Professora quando fui à aula presencial. Realmente e muito melhor. Gratidão!”, concluiu.  

Nesse período a professora têm recebido retorno dos pais e alunos em agradecimento ao trabalho realizado via Whats e também da disposição em atender a dificuldade dos filhos, no que concerne a oralidade, leitura e escrita.  Segundo a professora o trabalho em aulas de 15 em 15 dias em aulas on-lines têm aproximado ela dos alunos e proporcionado a ideia de família e escola de forma efetiva. Apresenta também que tem trabalhado muito no sentido do entendimento de alguns pais e alunos que ainda insistem em realizar atividades impressas e em outro dispositivo, que não seja o Whats, na sua disciplina.

 Nesse ano, completou um ano em que ela vem desempenhando atividades (APCS) nesse dispositivo, e que apesar de ser trabalhoso, têm tido resultados muito melhores. As aulas em áudio podem ser realizadas de forma a não “pesar” nos celulares de pais, alunos e/ou responsáveis. E é sabido que do Oiapoque ao Chuí dois extremos do Brasil e mesmo em Pedro Juan Caballero (Paraguai) a maioria desses têm acesso a esse aplicativo. Muitos tem sido os desafios nessa época de pandemia, mas a perseverança, o “colocar-se no lugar do outro”(empatia), sejam com pais, alunos e/ou responsáveis tem impulsionado ela – assim destaca. A professora ressalta ainda que é muito importante o trabalho em equipe e agradece imensamente a participação de todos os envolvidos nesse processo.

Texto: Adersino Junior – Secretaria de Educação de MS