Ogerente da 14ª Gerência Regional de Educação da Paraíba, Gemerson Roque, representou o estado no V Congresso Internacional Mundos Indígenas (COIMI), realizado na Universidade Federal de Roraima entre os dias 20 e 23 de agosto. O evento, que já teve edições anteriores na Colômbia e em outros estados brasileiros, focou em temas como educação, cultura e ancestralidade indígenas, contando com mais de mil representações de diversas partes do mundo. Durante o congresso, foram discutidas questões cruciais sobre o resgate da língua materna e a estruturação das escolas indígenas.

O Congresso Internacional Mundos Indígenas é um evento bianual criado pelo grupo de pesquisa internacional Seminário Permanente Mundos Indígenas - Abya Yala (SEPMIAI), em parceria com universidades brasileiras, como a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). Seu objetivo é ampliar o diálogo entre pesquisadores indígenas e não indígenas, abordando temáticas interdisciplinares que incluem arte, história, educação e cultura, além de fortalecer a rede de universidades brasileiras envolvidas na pesquisa sobre questões indígenas.

Durante o evento, Gemerson Roque apresentou a obra "Tupi Potiguara Kuapa - Conhecendo a Língua Tupi Potiguara", fruto de um trabalho colaborativo entre professores Potiguara da Paraíba, sob sua orientação técnica e a assessoria linguística da professora Carolina Coelho Aragon, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). O livro, usado na educação dos jovens paraibanos, busca resgatar e valorizar a língua e a cultura Potiguara, abordando não apenas aspectos gramaticais, mas também a cosmovisão indígena por meio de poemas, histórias e músicas rituais.

No congresso, além de apresentar o livro, Gemerson teve a oportunidade de falar sobre as demandas das escolas indígenas da Paraíba para representantes do Ministério da Educação (MEC), da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI). Em sua fala, o gerente destacou a importância de recursos e programas específicos para a educação indígena, solicitando maior atenção por parte das autoridades federais.

O COIMI, que acontece a cada dois anos, é um espaço consolidado para o fortalecimento das políticas públicas voltadas para as comunidades indígenas. Neste ano, além das apresentações acadêmicas e culturais, o congresso discutiu novas perspectivas para o "bem-viver", conceito que integra a cosmovisão de vários povos indígenas. Entre os temas abordados, destacaram-se as políticas de educação, saúde e preservação cultural.

“Representar a Paraíba em um evento tão importante foi uma grande missão. Ter a nossa Paraíba no congresso foi fundamental para o fortalecimento da rede de apoio às escolas indígenas e para a promoção de novos diálogos sobre o futuro da educação indígena no estado. A apresentação do nosso livro "Tupi Potiguara Kuapa" simboliza a resistência e a reafirmação cultural dos Potiguara, trazendo à tona uma narrativa que não apenas resgata a língua ancestral, mas também projeta novas perspectivas para as gerações futuras”, explicou Gemerson.

O congresso contou com a presença de importantes entidades, como o Ministério Público Federal e a Comissão de Educação Escolar Indígena (CECADI), que reforçaram a necessidade de políticas inclusivas para os povos originários.