Alunos do Centro de Excelência Atheneu Sergipense receberam na tarde da última terça-feira, 27, a visita de Daniel Calarco, presidente do Observatório Internacional de Juventude (OIJ), consultor Internacional da Unesco e jovem líder global da Organização das Nações Unidas (ONU). Durante um bate-papo descontraído, Calarco fez questão de conhecer o Observatório Internacional da Notícia, lançado no mês de maio durante o Atheneu ONU.

“A importância de Daniel Calarco na escola revela o tamanho do Atheneu ONU e a projeção que esse evento teve em nível nacional. Ele veio nos visitar para conhecer o projeto do Observatório Internacional de Notícias, ouvir as demandas dos alunos e também para tentar aproxima-los do sistema ONU”, comentou o professor Yuri Norberto. 

O jovem líder global da ONU disse que a atividade com os alunos do Atheneu Sergipense é uma cartografia para se pensar junto como a ONU foi criada na década de 1940 e para onde ela tem que ir agora. “O sistema está mudando muito, e a ONU precisa se atualizar para tratar não só de paz e segurança, mas também de temas como a emergência climática”, enfatizou Calarco.  

Observatório Internacional de Notícias

Quanto ao Observatório, o professor Yuri reforça que ele é parte de uma disciplina eletiva da escola e é realizado em parceria com estudantes de Relações Internacionais da Universidade Federal de Sergipe (UFS). “Por ser uma unidade de ensino integral, os alunos passam mais tempo em contato com iniciativas que os colocam como protagonistas de suas vidas. Neste sentido, os alunos já tiveram uma formação inicial, já definiram as equipes por plataformas e agora estão entrando na parte prática, observando os comportamentos por rede social e, inclusive, identificando os padrões de comportamento em cada plataforma”, complementa o educador.

No Observatório, os estudantes atuam como checadores, produtores de conteúdo e agentes de mudança. “Temos toda uma equipe que monta a parte de comunicação, uma equipe que faz a parte de design e uma parte que vai pesquisar, que traz as notícias pra gente”, destaca Rafael Gama, um dos membros do Observatório.

Aos moldes da Agência Lupa, o estudante pega uma notícia falsa, encontra a desinformação e então faz um trabalho de busca da verdade em bancos de dados e documentos verificáveis. Após a apuração, vem a parte da produção da notícia verdadeira, já corrigida e apontando onde o veículo ou a pessoa tinha desinformado. Depois de entrar no Observatório, o estudante diz:  “Eu consigo ver a importância que esse projeto tem para despertar o senso crítico do aluno, porque ele vai estar ali buscando maneiras para ver se aquela notícia está certa”.

Calarco lembra que a Geração Z tem um acesso ilimitado de informação na palma da mão. Por isso, afirma o consultor internacional da Unesco: “É essencial esse esforço para que a gente possa dar ferramental a fim de que os jovens consigam filtrar os conteúdos. Entender quais são as narrativas que é preciso combater e evitar é essencial. O jovem com um celular na mão e o acesso à internet é uma potência. Mas ele precisa ter essa capacidade de filtrar, de saber como ele é responsável por aquilo que ele divulga, compartilha e também ter a capacidade de checar para saber se ele está propagando desinformação ou discurso de ódio e violência. Então, entendo ser de extrema importância que a nossa educação comece a formar essas habilidades para a tecnologia 4.0 a fim de que  a gente consiga formar cidadãos que tenham seus direitos digitais protegidos e promovidos e consigam também promover e proteger o direito dos outros”, finaliza.