Governo do Rio de Janeiro inicia o maior estudo socioemocional já realizado na Educação

Rio de Janeiro

11.10.2024

Uma força-tarefa vem realizado um diagnóstico abrangente do estado socioemocional de alunos e professores da rede estadual de ensino desde a segunda-feira (07/10). Composto por 689 profissionais, entre psicólogos, assistentes sociais e pesquisadores em educação, o projeto Edubem é composto por 630 pesquisadores e 59 coordenadores de campo que irão percorrer todos os 92 municípios fluminenses para conversar com estudantes em 750 escolas da rede.

O projeto, intitulado Estudo e Pesquisa de Avaliação Multidimensional da Educação da Rede Estadual do Rio de Janeiro, foi divulgado em uma grande reunião na sede da Secretaria de Estado de Educação, no Rio de Janeiro, na última quarta-feira (02/10), envolvendo a Seeduc, a Fundação de Apoio à Pesquisa, Ensino e Assistência - Funrio, responsável pela seleção e treinamento dos pesquisadores que irão às escolas, e órgãos de controle e acompanhamento do estado, como o Tribunal de Justiça, o Ministério Público, a Controladoria-Geral, entre outros.

A partir dos dados que serão coletados pela pesquisa espera-se avaliar os efeitos dos elementos psicossociais e didático-pedagógicos que interferem no processo de ensino-aprendizagem.

Esses dados disponibilizados pelos pesquisadores serão transmitidos em tempo real aos coordenadores da pesquisa e à Seeduc-RJ. A cada etapa da pesquisa serão gerados relatórios parciais, bem como relatório final uma vez concluído o trabalho de pesquisa.  Esses relatórios ficarão disponíveis de forma permanente, ou seja, à disposição dos futuros gestores da pasta, o que configura um legado desta gestão para a formulação de políticas educacionais no estado do Rio de Janeiro.
 

Rossano Kepler, presidente da Funrio destacou a importância da pesquisa para a sociedade.

— Este é um dos projetos mais relevantes dos quais já participamos nos 25 anos da Fundação, por isso, trouxemos pessoas competentes para estarem conosco nesse processo, junto com a Secretaria de Estado de Educação — disse o executivo.

A professora doutora Cláudia Fernandes, especialista em avaliação educacional e coordenadora acadêmica do projeto Edubem, falou da missão que tem pela frente.

— Esta é uma tarefa grande e importante. Eu entendo que ter esse diálogo com a Educação Básica é fundamental. Queremos auxiliar as escolas e já temos estudos no campo da educação nesse sentido que apontam que as unidades precisam de uma assistência maior. Esse projeto pretende trazer luz a esses dados e melhorar a educação — afirmou a professora.

Recém-chegada de uma reunião em Brasília com o Conselho Nacional de Secretários de Educação - Consed e o Ministério da Educação - MEC, a secretária da pasta, Roberta Barreto, destacou que na capital federal foi discutida a implementação das legislações que obrigam a educação pública a ter esses profissionais em suas redes. A constatação de que nenhum estado a implementou, destaca a importância de nossa pesquisa na medida em que será um farol para que os gestores fluminenses possam desenhar a melhor configuração possível para esses profissionais na educação da rede estadual, além de servir para auxiliar na formulação dessa política em outros estados da federação.

— Nossa população é imensa e o que acontece aqui pode servir para outros estados. Por isso, estamos iniciando um trabalho sério para conhecer os casos sem que haja conflitos com projetos pedagógicos e monitorado por um grupo de trabalho, a fim de depois cobrarmos das redes de apoio uma resposta efetiva para nossos alunos. Além disso, iremos apresentar esse resultado às autoridades da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro e da Procuradoria-Geral do Estado para discutirem uma lei que crie os cargos efetivos de assistentes sociais e de psicólogos na Seeduc, ainda não existentes, respeitando-se o Regime de Recuperação Fiscal que atualmente atravessamos — destacou a gestora.

Pesquisadores

Lançada em agosto pela Seeduc, em parceria com a Funrio, a seleção dos 689 profissionais foi realizada pela instituição com critérios técnicos e cada um deles receberá uma bolsa durante o projeto. Além disso, todo o processo é acompanhado por um observador independente do Ministério Público.

O grupo também dará suporte em casos pontuais de violência no ambiente escolar, sendo parte do Plano de Ações Integradas de Segurança e Cultura de Paz nas Escolas (SegPaz), elaborado pela Seeduc dentro das propostas apresentadas pelo Comitê Intersetorial de Segurança nas Escolas, criado pelo governador Cláudio Castro, em 2023.

Esta medida também atende à Lei Federal 13.935/19, que estabelece que municípios e estados devem prestar assistência psicológica e social, uma vez que estudos realizados afirmam que alunos com problemas psicológicos acabam sendo impactados diretamente na vida escolar com baixo rendimento e evasão escolar.

Essa atividade é mais um passo que aproxima a Secretaria de Estado de Educação da comunidade escolar, para garantir uma cultura de paz e a promoção de segurança nas unidades escolares, incluindo a segurança socioemocional dos estudantes. 

Foto: Ellan Lustosa - Seeduc-RJ