Paraná
22.10.2024O nome de Maria Vitória Cavicchiolo não vem por acaso. Com 15 anos de idade, a estudante de Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba, trata uma doença autoimune e precisou superar muitos desafios, conquistando algumas vitórias nesse percurso. A mais nova começou a ser escrita nesta semana, quando a adolescente descobriu o destino para onde vai ano que vem pelo programa Ganhando o Mundo, do Governo do Paraná: um intercâmbio totalmente gratuito para o Reino Unido
Aluna do Colégio Estadual Otalípio Pereira de Andrade, em Bateias, zona rural de Campo Largo, Maria Vitória está entre os https://www.aen.pr.gov.br/Noticia/Na-maior-edicao-Ganhando-o-Mundo-enviara-12-mil-alunos-para-intercambio-em-2025, da Secretaria de Estado da Educacão (SEED). Eles embarcam ano que vem para estudar por um semestre no exterior. O destino são cinco países: 500 alunos vão para o Canadá, 200 para a Austrália, 200 para a Nova Zelândia, 150 para o Reino Unido e 150 para a Irlanda - este último país o novo destino do programa.
“Eu recebi a notícia de que tinha sido selecionada com extrema surpresa, minha família toda ficou muito orgulhosa e feliz por mim. E agora que saiu a lista dos países a felicidade é maior ainda”, conta ela, que inclusive já criou até uma conta no Instagram para documentar o seu “diário de bordo” rumo ao território britânico.
A conquista da vaga para o intercâmbio coroa a trajetória escolar e de vida de Maria Vitória. No final de 2019, enquanto investigava o diagnóstico de lúpulos, ela foi ao hospital por não estar se sentido bem. A consulta foi em uma sexta-feira, quando foi internada. No sábado, ela foi transferida para UTI e no domingo acabou sendo intubada.
O quadro foi grave e Maria Vitória chegou a ficar 46 dias internada, 32 deles na UTI, teve convulsões e precisou fazer hemodiálise. Ela saiu da UTI na véspera do Natal e, na véspera do Ano Novo, voltou para casa. Mas a luta continuou e ela passou 2020, em plena pandemia de Covid-19, fazendo quimioterapia e com a imunidade bastante baixa. Por causa da intubação, chegou a perder a memória e não se lembra dos dias no hospital nem direito do que fez no ano de 2019.
Os amigos que acompanharam a recuperação de Maria Vitória agora comemoraram com ela a conquista do Ganhando o Mundo. “Tive problemas bem fortes de autoestima, meu cabelo caiu com a quimioterapia, fiquei muito inchada com os corticoides, e eles acompanharam esse processo de voltar a ser quem eu era”, diz. “Eles sempre dizem que eu sou muito forte e vitoriosa, como diz meu nome. E quando soube que tinha passado no Ganhando o Mundo foi só felicidade. Todos os meus amigos me elogiaram, ficaram felizes, me abraçaram, minha mãe chorou de emoção. Meu melhor amigo viu isso como uma recompensa e disse que eu merecia demais depois de tudo que passei”.
A expectativa agora é aproveitar bastante a experiência internacional, que começa no primeiro semestre do ano que vem. “É um programa muito legal, uma oportunidade única. Acredito que vou amadurecer muito quando for. É muito interessante aprender sobre novas culturas, conhecer novos lugares. Sou apaixonada por Geografia então acho que vai ser incrível”, afirma. “Meus objetivos são, primeiramente, estudar e aprimorar o meu inglês. Também quero muito conhecer pontos turístico, fazer novas amizades e aprender coisas novas”.
MAIS EXPERIÊNCIAS – Assim como Maria Vitória, a trajetória dos estudantes que vão embarcar para o Ganhando o Mundo também é marcada por conquistas e pelo orgulho dos pais, amigos e professores. É o caso de Gabriela Mendes da Rosa, do Colégio Professor Júlio Szymanski, de Araucária, que também vai para o Reino Unido.
Desde que estava no ensino fundamental ela já ansiava por participar do Ganhando o Mundo. “Desde o oitavo ano eu me preparava para o Ganhando o Mundo, fiz 80 horas de aluno-monitor, que é exigido para participar do programa”, contou Gabriela. “Foi uma preparação enorme para estar aqui e a expectativa é gigante. Para qualquer lugar que formos vamos trazer muita experiência, muito aprendizado para compartilhar com nossos colegas. Estou muito feliz, é uma ótima oportunidade que o governo está nos oferecendo”, comemora a estudante.
Para a mãe de Gabriela, Andrea Jaqueline Mendes, a conquista da filha é uma recompensa pelo esforço que sempre apresentou na escola. “Ela é muito esforçada, dedicada, está com o inglês avançado sem nunca ter feito um curso. Foi autodidata”, afirma. “O coração está muito grato, tenho certeza que vai dar tudo certo. Ela é uma menina que me passa muita confiança e eu tenho certeza que vai ser um grande crescimento para a vida dela. A família inteira está muito orgulhosa. É gratidão em cima de gratidão, nem tenho palavras para agradecer por essa oportunidade”.
Criado em 2019 pelo Governo do Estado, através da Secretaria de Estado da Educação, o programa de intercâmbio estudantil já levou 1.240 estudantes da rede estadual para países da América do Norte, Europa e Oceania. O programa também já enviou professores e diretores para períodos de imersão cultural e acadêmica em outros países.
Estudante do Colégio Cívico Militar Sebastião Saporski, de Almirante Tamandaré, Luiz Felipe Batista comemora a seleção para estudar no Reino Unido por um semestre. “Foi uma surpresa e tanto. Eu estava em casa, num dia qualquer, quando o diretor da escola me ligou dizendo que tinha sido aprovado. Todo mundo ficou muito feliz”, celebra ele.
Maria Clara Marquardt já tinha acompanhado a experiência de uma amiga do Colégio Orione no Ganhando o Mundo. Agora chegou a sua vez e ela já se prepara para fazer as malas e embarcar para o Canadá. “Eu fiquei muito ansiosa, desde o processo de inscrição até me chamarem para participar. Já estamos na reta final, torcendo para dar certo. Eu sempre quis ir para o Canadá, desde que o programa foi criado. Em 2020 minha amiga foi e eu também sempre quis ir, sempre tive esse sonho do Canadá e agora vou conseguir”, conta.
A aluna Nicolly Antonio Rodrigues, do Colégio Cívico-Militar Arlindo Carvalho de Amorim, de Curitiba, já começou a preparação para ir para a Austrália. “Vou estudar muito para tentar deixar o inglês mais afiado e, enquanto isso, vou aproveitar muito a minha família”, diz.