Estudantes voluntários dividem seu tempo entre os estudos e ações sociais

Secretaria de Educação do Rio de Janeiro

05.02.2018

Jenyffer Portella, Paola Carvalho e Luan Silva foram finalistas no Prêmio Prudential Espírito Comunitário, inciativa que tem como objetivo incentivar e reconhecer os jovens que realizam trabalho voluntário. A primeira estuda no Colégio Estadual Alina Britto, em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio de Janeiro; a segunda no Ciep 259 - Professora Maria do Amparo Rangel de Souza, na cidade de Maricá; e o jovem Luan no Colégio Estadual André Maurois, no bairro Leblon, Zona Sul da capital. Em comum, os três têm o desejo de ajudar o próximo, de fazer diferente e de mudar o mundo.

Jennyffer  passa metade do dia na escola. A outra parte no Instituto Presbiteriano Álvaro Reis (Inpar), onde desenvolveu o “Núcleo de Meio Ambiente”, criando uma horta para ajudar a instituição que frequenta desde pequena. Pesquisou e teve ajuda de uma professora e de um técnico agrícola. As mudas começaram a brotar e junto com elas foi crescendo o interesse dos outros alunos pelo projeto.

– A instituição acolhe jovens de várias idades. Nós convidamos os adolescentes para participarem do plantio e as crianças foram chamadas para olhar, conhecer, tocar as folhas. Lembro que os menores avisavam quando as cenouras e abóboras surgiam da terra – explica Jennyffer.

Ela também conta como descobriu a folha da mostarda, o almeirão e que folha da cenoura serve para fazer chá. Explica que a horta também tem temperos, tomate cereja e agora recebeu um pé de uva. Comenta sobre o desafio de combater as pragas sem remédios e de forma saudável. A fala de Jennyffer é emocionada. Gosta do que faz, quer multiplicar o que aprendeu e ajudar as pessoas. Hoje, os produtos da horta são utilizados em 290 refeições diárias na instituição. O projeto também distribui mudas para mais de 100 famílias.

A jovem estudante também organiza palestras para idosos sobre os cuidados com a alimentação, campanha de livros, leitura e teatrinho para as crianças.

Em 2018, Jenyffer vai fazer 18 anos e vai deixar o Inpar, mas já está preparando quem vai dar continuidade ao projeto. Ela reconhece que vai ser difícil sair.

– Conheço todo mundo desde pequena. Vou deixar parte do meu coração lá, mas estou me preparando para novos desafios – declara.

Paola Carvalho é voluntária em dois projetos. No primeiro, o Pré-Enem Popular, ela ajuda cerca de 400 jovens na organização de material didático e atendimento aos alunos. No segundo, o #maricasolidária#nalutacomguilherme, colabora na arrecadação de recursos para compra de medicamentos para o Guilherme Augusto, que foi diagnosticado com Linfoma de Hodgkin, doença que atinge o sistema linfático. Ela conta que sempre teve o sonho de ajudar as pessoas.

– Eu pensava: quando eu tiver muito dinheiro vou poder ajudar. Só que descobri que não é preciso dinheiro para isso. Basta o meu tempo, a minha dedicação – diz.

A jovem explica como atua no Pré-Enem Popular quando sai da escola e sobre as horas que passa no curso, inclusive nos finais de semana que antecedem as provas.

– Quando estudei lá, em 2016, vi que eles não tinham um funcionário para fazer o material. Eu me ofereci para ajudar e, hoje, faço cópias e organizo as apostilas para cerca de 400 alunos. Também entrevisto os inscritos no curso para saber sobre as suas dificuldades em cada disciplina e sobre a faculdade que pretendem cursar, por exemplo – conta.

Já na campanha de ajuda ao jovem Guilherme, ela fala que viu a história dele no Facebook e resolveu aderir ao movimento. Cada ciclo do seu tratamento custa 19 mil reais.

– Organizamos um almoço e arrecadamos cerca de R$ 7 mil, que foram depositados na conta do pai dele. Também conseguimos autorização de uma empresa para montar um bazar no estacionamento – pontua.

Sobre o seu futuro, ela quer fazer Biologia Marinha, mas não pensa em abandonar o trabalho voluntário e pretende continuar criando e apoiando projetos.

– A minha motivação é ajudar as pessoas a passarem no Enem e entrarem para a faculdade. Nas outras ações, sempre quis colaborar, mesmo não conhecendo as pessoas profundamente – destaca.

Já Luan Silva, morador do bairro Gardênia Azul, Zona Oeste do Rio, desde pequeno admirava a profissão de professor. Tem o exemplo em casa, já que sua mãe é educadora infantil. Foram essas inspirações que o motivaram a desenvolver um projeto e ofertar aulas de reforço escolar para crianças em um espaço na casa da sua avó. Atualmente, o jovem conseguiu um local maior e deseja aumentar a quantidade de alunos.

– Alguns pais e outros moradores do bairro onde moro me procuram interessados em levar seus filhos para ter essas aulas de reforço. Isso é recompensador. Espero continuar ensinando cada vez mais – diz.