Pará
10.12.2024Estudantes da Escola Estadual Bento XV, em Belém, estão desenvolvendo uma ação inovadora para melhorar a qualidade ambiental na instituição. Por meio do Projeto "Teto Verde", os estudantes vêm implementando soluções sustentáveis para reduzir a temperatura nas áreas externas da escola, em busca de um ambiente mais saudável e agradável para todos. A iniciativa está entre os projetos selecionados para compor a I Conferência Internacional Infantojuvenil sobre Educação e Mudanças do Clima (CYC), que será realizada no período de 17 a 21 de março de 2025, na capital paraense.
O “Teto Verde” consiste no cultivo de vegetação, em um caramanchão com plantas trepadeiras regionais e irrigação ecológica. O projeto procura engajar os alunos em boas práticas de sustentabilidade ambiental no contexto das mudanças do clima.
“O nosso projeto surgiu em decorrência de um problema na escola. Nós temos um pátio de recreação descoberto, extremamente quente, e a nossa área interna é toda em solo impermeabilizado, ou seja, nós não temos área verde. E quando as crianças brincavam, durante o intervalo, elas se sentiam muito cansadas e ofegantes. Começamos a levantar a possibilidade de uma solução para esse problema. Na verdade, a gente escolheu uma turma, que são crianças de 9 anos, para conversar sobre o que fazer para tornar aquela área mais agradável, e chegamos à construção de um grande caramanchão com cobertura verde. A gente crê que todos nós precisamos intervir positivamente no nosso meio, e acreditamos que formar a criança vai permitir que tenhamos seres humanos mais responsáveis”, frisou Rosângela Paes, vice-diretora da unidade de ensino.
A destinação de resíduos orgânicos produzidos na escola para a produção de adubo, por meio de compostagem, faz parte do projeto, desenvolvido com alunos do 4º ano do Ensino Fundamental, mas que mobiliza toda a comunidade escolar.
A estudante Clara Canuto, do 4º ano, disse que já aprendeu “várias coisas sobre como podemos ajudar o meio ambiente, a redução do lixo, o próprio caramanchão, que vai ajudar a reduzir o calor dentro da escola, e também vamos estar compartilhando o ar que as plantas dão para a gente, além do clima”.
“Está sendo trabalhada a questão do efeito estufa, aquecimento global, para que eles tenham uma noção ampla sobre isso, e saber que meios podem estar utilizando para contribuir para a diminuição. Eles estão aprendendo dentro desse projeto e, para nós, é uma honra estar trabalhando com isso, porque a gente sabe que a sustentabilidade vem a partir dessas crianças, que com essa ideia, com esse conhecimento desde pequeninos, com certeza a gente vai poder alcançar essa mudança climática para melhor, e trazer mais verde, mais oxigênio, mais vida”, ressaltou Mônica Ferreira, professora de Educação Ambiental na Escola Bento XV.
A iniciativa mostra como a educação pode ser uma ferramenta para enfrentar os desafios ambientais. Ao se empenharem em criar soluções para os problemas climáticos, os estudantes estão cuidando de seu próprio futuro e inspirando outras escolas e comunidades a adotar práticas mais sustentáveis.
Política de Educação Ambiental - Idealizada pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc), a Política Pública de Educação para o Meio Ambiente, Sustentabilidade e Clima promove a preservação e a coexistência ambiental por meio da educação, principal agente de transformação social. A iniciativa integra as ações do governo do Estado desenvolvidas para a proteção da floresta amazônica, que servirão de referência ao mundo em 2025, quando Belém sediará a COP 30 (conferência mundial sobre mudanças climáticas). Com as ações da Política de Educação, o Estado amplia sua atuação e reforça a importância da juventude e da educação na manutenção do meio ambiente.
Em 2024, os mais de 500 mil estudantes das escolas da rede pública estadual de ensino passaram a dispor do componente curricular de Educação Ambiental, Sustentabilidade e Clima de forma obrigatória, desde o 1º ano do Ensino Fundamental até o 3º ano do Ensino Médio.
A Conferência Internacional Infantojuvenil sobre Educação e Mudança do Clima promove o intercâmbio entre jovens sobre questões ambientais. Os projetos e ações dialogadas, no âmbito da sustentabilidade e clima, durante a CYC serão levados para a COP 30, que ocorrerá em novembro de 2025, na capital paraense.
A Seduc vem incentivando iniciativas de estudantes da rede pública estadual para apresentar sugestões à agenda climática. Foram submetidos à CYC cerca de 700 projetos de estudantes estaduais, incluindo seis projetos de escolas estaduais indígenas e seis de territórios quilombolas.
“Esses projetos vão socializar as práticas que estão acontecendo nas escolas paraenses. E um dos principais objetivos da CYC é que haja essa socialização, essa troca de experiências entre os projetos locais e também nacionais e internacionais. É o momento de a gente divulgar essas boas práticas, e quem sabe servir de exemplo a outros estados e até países. A importância é, primeiramente, firmar esses projetos, solidificá-los, e potencializar para que sejam exemplos também para outras escolas da rede, e também em outras escolas do Brasil e do mundo”, reforçou Mauro Tavares, coordenador de Educação Ambiental na Seduc.
Serviço: O site cyc.seduc.pa.gov.br vai divulgar as informações sobre a 1ª Conferência Internacional Infantojuvenil sobre Educação e Mudança do Clima (CYC).
Texto: Bianca Rodrigues / Ascom Seduc