Bahia
06.12.2019Os estudantes do Centro Juvenil de Ciência e Cultura de Salvador (CJCC), localizado no Colégio Estadual da Bahia (Central), participaram, nesta sexta-feira (6), do encontro “Surdos que ouvem e tecnologias auditivas”. A iniciativa, que contou com roda de conversa, experiências sensoriais e exposição artística, faz parte do projeto “Surdos que ouvem”, promovido pela comunidade digital do Facebook Crônicas da Surdez com o objetivo de promover a desmitificação da surdez e a informação sobre reabilitação auditiva.
A professora do CJCC, Vânia Barros, que ministra a oficina “Eu escritor” e que se autointitula “uma surda que ouve”, falou da importância de discutir o tema da surdez com estudantes. “Nada melhor do que o chão da escola para tratar de um tema tão importante, que é a surdez. O surdo que ouve é aquela pessoa que tem um nível de surdez e que faz uso de uma tecnologia auditiva para viver em sociedade. A comunidade digital aborda o tema, ampliando o debate sobre a diversidade da surdez, pois as escolas, quando tratam do tema, às vezes, trazem um intérprete de libras. Só que há muitas pessoas que precisam de outros tipos de acessibilidade, a exemplo de legendas”, explicou.
Dona Maria Helena dos Santos, 65, aluna da oficina “Eu escritor” e da modalidade Tempo Formativo no Colégio Estadual da Bahia, disse que ficou impressionada ao participar das experiências sensoriais disponibilizadas durante o encontro. “Coloquei o abafador de ouvido e, realmente, pude sentir como uma pessoa surda vive sem escutar, assim como na outra experiência, que pude ouvir bem baixo e com ruídos”, contou.
O estudante Ilden Vergasta, 20, que também cursa a oficina “Eu escritor”, declamou três poemas de sua autoria que tratam da temática da surdez. “Tentei retratar o tema de formas diferentes em cada um dos poemas que levam o nome de um personagem real, no qual abordo a sua relação com a surdez.
Sheila é uma deficiente auditiva, Benedita é uma surda que passa por preconceito e Helisandro, que mesmo sem escutar e compreendendo somente com leitura labial, estudou e se formou em Medicina. Tratar deste assunto é muito importante para fazer com que as pessoas tenham conhecimento e derrube o preconceito com as pessoas surdas”, comentou.