Minas Gerais
09.09.2015Momento de comemoração para estudantes e educadores da Escola Estadual Brejo São Caetano do Japuré, no munício de Manga, no Norte de Minas Gerais. Com o projeto ‘Somos quilombolas e fazemos parte da história’, a escola quilombola é finalista do ‘7º Prêmio Educar para Igualdade Racial e de Gênero: experiências de promoção da igualdade em ambiente escolar’. Desenvolvido pelo Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT), a iniciativa busca atender uma expectativa de mapeamento das práticas escolares voltadas para o tratamento da temática racial.
Na premiação, a escola é finalista na ‘categoria professor’. Responsável por coordenar as ações do projeto na escola, o professor Eduardo Rodrigues da Silva é graduado em História pela Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) e mestre em História Social pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). “Quando as inscrições para o prêmio foram anunciadas, a nossa escola já desenvolvia esse trabalho dentro do tema. Então, participar do prêmio foi uma forma de dar visibilidade ao que a escola estava fazendo. Quando participamos de algo, nós temos a intenção de ganhar e eu achei que nós tínhamos potencial para chegar à final como aconteceu”, conta o professor.
O resultado do prêmio será divulgado em outubro, durante uma formação continuada que será oferecida aos finalistas, em São Paulo.
Projeto
Com o projeto finalista, a escola quilombola buscou desenvolver ações voltadas à conscientização dos alunos mobilizando-os a valorizar a história, as danças, músicas, culinária, crenças, tradições, hábitos e costumes do povo quilombola do município de Manga.
A ação pedagógica é constituída por microprojetos que parte do princípio da interdisciplinaridade, com o intuito de aproximar as disciplinas estudadas em sala de aula da realidade em que vivem os alunos. O trabalho realizado teve ênfase nos alunos do 9º ano do ensino fundamental e uma das atividades desenvolvidas foi a Feira Cultural. “Essas práticas sociais fazem parte de nossa cultura e ainda fortalece a identidade quilombola e, muitas vezes, esses saberes são passados de geração para geração, ou seja, de pai para filho. Com o nosso trabalho pedagógico, fomos observando que os alunos não queriam e nem se reconheciam como quilombolas, pois a maioria deles não sabia o que era quilombo e quilombola, ou seja, não conheciam as suas origens e histórias”, lembra o professor Eduardo Rodrigues da Silva.
A Escola Estadual Brejo São Caetano do Japuré está situada em uma comunidade de remanescentes de quilombolas e atende alunos de outras comunidades rurais e também quilombolas. A comunidade do Brejo São Caetano, na qual a escola está localizada, foi reconhecida, em 2006, como de origem quilombola pela Fundação Cultural Palmares.
Educar para Igualdade Racial
O Prêmio é uma iniciativa do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdade e tem a Secretaria de Estado de Educação como um dos realizadores. O Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdade é uma organização não governamental que produz conhecimento, desenvolve e executa projetos voltados para a promoção da igualdade de raça e de gênero.
O prêmio possui duas categorias: Professor e Escola (gestor). Puderam participar professionais que atuam com a Educação Básica regular e nas modalidades: Educação de Jovens e Adultos, Quilombola, Indígena, Profissional e Tecnológica, Especial e a Distância.
De acordo com o edital do concurso, os vencedores da ‘categoria professor’ serão premiados com R$ 5.000,00, 1 Notebook e 1 Kit de livros sobre a temática da Diversidade e Igualdade Étnico-Racial. Já os ganhadores da ‘categoria escola’ serão contemplados com R$10.000,00, 1 Notebook e 1 Kit de livros sobre a temática da Diversidade e Igualdade Étnico-Racial.