Educação da Paraíba lança projeto piloto de mediação de conflitos

Paraíba

18.09.2024

Com uma mesa de honra em formato de semicírculo, simbolizando o princípio de diálogo e cooperação, a Secretaria de Estado da Educação da Paraíba (SEE-PB) promoveu o evento de lançamento do Projeto Piloto de Mediação Escolar. A solenidade aconteceu nesta terça-feira (17), na Escola Estadual Professora Antônia Rangel de Farias, em João Pessoa, e contou com a presença de quase 150 pessoas entre secretários, técnicos administrativos, estudantes, professores, coordenadores e gestores. O projeto faz parte de uma série de ações propostas pela SEE-PB para fomentar métodos autocompositivos de resolução de conflitos, como mediação e conciliação, no ambiente escolar, promovendo a paz e o diálogo como ferramentas para um ambiente mais harmônico. 

A criação do projeto foi respaldada pela Portaria n.º 490, de 13 de agosto de 2024, que instituiu a Comissão Especial de Estudo e Planejamento sobre Técnicas Autocompositivas na Administração Pública. A comissão é responsável por avaliar e propor políticas de resolução de conflitos aplicáveis ao ambiente da administração pública. A coordenadora Raquel Azevedo explicou que o projeto foi concebido no ano passado, após a aprovação de uma proposta que busca implementar técnicas como mediação e conciliação nas escolas. A partir disso, o projeto-piloto iniciou na Escola Antônia Rangel e será estendido, posteriormente, para outros setores da Secretaria de Estado da Educação.

A comissão conta com sete membros que, além de planejar o projeto, coordenam a execução de cada etapa. O projeto-piloto tem como objetivo promover o uso de câmaras de mediação no ambiente escolar, onde estudantes, professores e todos que trabalham na escola possam resolver seus conflitos de forma autônoma e pacífica. Segundo Raquel Azevedo, o próximo passo será monitorar a aplicação das técnicas na escola, avaliando os resultados por meio de relatórios diagnósticos. Essa etapa será seguida pela expansão da mediação para a própria secretaria e, posteriormente, para contratos administrativos.

Durante o evento de lançamento, foi destacado o papel inclusivo da mediação, que visa promover um ambiente de igualdade entre todos os envolvidos. Na prática, isso significa que não há distinção entre as partes – sejam alunos, professores ou gestores –, todos têm voz e contribuem igualmente para a solução dos problemas. A proposta é que o modelo adotado na Escola Antônia Rangel sirva como base para futuros projetos de mediação em outras instituições e departamentos da secretaria.

Seguindo essa ideia de igualdade, a mesa de honra foi composta pelo estudante Haniel Salim, representando os alunos da rede estadual; pelo estudante egresso Jardson Lima, ex-aluno que se destacou na aplicação das técnicas de mediação em sua trajetória escolar; o professor Alysson Neri, representando os docentes; Selma Neri, representando a equipe pedagógica; Rachel Xavier, representando a equipe gestora; Wleica Quirino, gerente da 1ª Gerência Regional de Educação; Célia Varela, gerente executiva de Educação de Jovens e Adultos e Educação para Pessoas Privadas de Liberdade; Raquel Azevedo, coordenadora da comissão; Edilson Amorim, secretário executivo de Gestão Pedagógica; e Pollyanna Loreto, secretária executiva de Administração, Suprimentos e Logística.

“É necessário trazer para as escolas esse projeto de mediação, iniciar pela escola, a qual é o local de formação de realidades. Esse projeto vai melhorar o diálogo e também a saúde emocional de todos. Eu confiei esse projeto a essa equipe maravilhosa e tenho muito orgulho de ver essa iniciativa desenvolvida em uma escola”, afirmou Pollyanna Loreto. Já Edilson Amorim salientou que conflitos acontecem porque somos humanos. “Sempre acreditei que sem contradição não há crescimento. Projetos como este, que começam de forma simples, mas com grande potencial, podem ir muito longe”, disse.

Ao final do evento, os participantes assistiram a um vídeo que apresentou o processo de criação e implementação do projeto, seguido por uma palestra da doutora Silvana Vasconcelos, que detalhou as técnicas e etapas da mediação de conflitos. A expectativa é de que, após o término do projeto-piloto, os relatórios sejam entregues ao Secretário de Educação, Wilson Filho, que tomará as decisões sobre a continuidade e ampliação do projeto para toda a rede pública de ensino do estado. O evento foi encerrado com a distribuição da cartilha sobre o projeto aos participantes.

A gestora da escola, Rachel Xavier, conta que está muito animada com a escolha da Antônia Rangel de Farias para ser o projeto-piloto. “A educação precisava disso. No dia a dia, como bem disse o secretário, existem conflitos que precisam ser mediados e resolvidos. Não podemos apenas observar e deixar que outros resolvam, temos que agir para criar uma solução para todos. Hoje estamos participando com o coração feliz, e acredito que os alunos também se sentiram assim, entendendo a importância desse projeto, que não ficará apenas dentro da escola. Vamos levar esse aprendizado para outros lugares, como o trabalho e a casa, já que muitos problemas acabam refletindo dentro da escola. Tanto nós quanto os alunos precisamos desse projeto, desse momento de diálogo, para que os conflitos sejam resolvidos da melhor forma. Estamos muito felizes e agradecidos pela oportunidade”.