Rio de Janeiro
22.03.2024"A única diferença entre mim e o Fabinho, que tem Síndrome de Down, é que ele é vascaíno, e eu sou Flamengo”. A frase foi dita pelo aluno Arthur Barros de Araújo, do 6º ano do Ensino Fundamental do Colégio Estadual Lia Márcia Gonçalves Panaro, em Duque de Caxias, Baixada Fluminense, durante o Projeto ‘Gentileza gera Gentileza’, que foi desenvolvido para fazer alusão ao Dia Mundial da Síndrome de Down, celebrado nesta quinta-feira (21/04). A iniciativa tem o objetivo de reforçar a importância da inclusão no âmbito escolar e social.
A fim de trazer conscientização, respeito, inclusão e informação à comunidade escolar, o colégio está promovendo diversas atividades pedagógicas, entre elas a confecção de cartazes, com frases como “O amor não conta cromossomos”, entre outras. Também são realizadas rodas de conversa na sala de leitura, exibição de vídeo informativo e palestras, que buscam evidenciar a luta pela garantia de direitos básicos, defendida no Dia Mundial da Síndrome de Down.
O estudante Fábio Antônio Pacheco, de 12 anos, tem Síndrome de Down e chegou ao colégio neste ano letivo. Mas, mesmo com pouco tempo, já conquistou toda a comunidade escolar com seu jeito alegre, comunicativo, inteligente e único.
– O Fabinho me incentivou a reciclar os meus métodos de ensino, principalmente a tornar as minhas aulas mais lúdicas e atrativas – disse a professora de Geografia Lilian Cabral, que ressalta ser fundamental trabalhar com a presença da família, uma vez que auxilia diretamente no processo de inclusão do aluno, seja na escola ou na sociedade.
Fábio Antônio Vieira, pai do Fabinho, faz questão de acompanhar de perto toda sua rotina escolar.
– É muito importante essa socialização no ambiente escolar para a formação dele. Hoje, ele tem 12 anos, mas essa troca o ajuda até com as pessoas na rua. E daqui a alguns anos, quando ele se inserir no mercado de trabalho – disse o pai, que revelou que o filho ama estar no colégio se relacionando com os amigos e estudando.
A secretária de Estado de Educação do Rio de Janeiro, Roberta Barreto, destacou que a data é essencial para relembrar que há muito ainda para ser feito pela acessibilidade no país.
– Estamos trabalhando incansavelmente para isso em nossa rede estadual de ensino. Somos uma sociedade repleta de diversidade, em todos os sentidos, e devemos sempre falar de inclusão em todas as esferas – afirmou a secretária.
Para demonstrar que todos são iguais, a escola pediu que os alunos fossem de meias coloridas, pretas, brancas, listras, etc. A dinâmica tinha o objetivo de evidenciar que todos são semelhantes e diferentes ao mesmo tempo, independentemente da condição.
Foto: Sandra Barros - Seeduc-RJ