Colégio Indígena Dom José Brandão de Castro inicia atividades não presenciais com auxílio da rádio comunitária

Sergipe

17.06.2020

Na segunda quinzena de junho, 93% das escolas sergipanas iniciaram as atividades escolares não presenciais, conforme orienta a Secretaria de Estado da Educação, do Esporte e da Cultura (Seduc) em portaria. O cenário pelo qual o Brasil passa no momento esbarra nos desafios da educação e nos esforços de gestores, educadores, servidores e estudantes para nutrir-se de resiliência e superar os obstáculos, demonstrando que é possível tentar aprender de outro jeito.

É no Alto Sertão Sergipano que o Colégio Indígena Estadual Dom José Brandão de Castro deu o pontapé inicial de uma fase importante para a história da comunidade Xokó, na Ilha de São Pedro, município de Porto da Folha, única escola de educação indígena do Estado. As atividades escolares não presenciais agora fazem parte da rotina de 80 alunos da unidade de ensino pelo tempo que se fizer necessário evitar aglomerações.

O processo para retomada das atividades começou há duas semanas, quando a equipe gestora do colégio realizou um levantamento de quantos alunos tinham acesso à internet, computador ou celular, sendo o aparelho dos pais ou do próprio aluno; e aqueles sem acesso à internet ou ao computador e telefone celular também.

Segundo a coordenadora da unidade de ensino, Daniely Silva, todos têm acesso à internet porque a comunidade é pequena, então se não tem na casa da família, tem na residência da vizinha, que empresta. “Foram poucos os alunos que não têm acesso à internet”, disse.

Os alunos que não dispõem de internet em suas residências recebem o material impresso em casa, além do livro didático que será entregue para todos os estudantes, fruto de uma ação conjunta com a Diretoria Regional de Educação 7.

O Colégio Indígena ainda conta com uma rádio comunitária, utilizada para dar os avisos mais importantes e ajudar na mobilização das famílias. A comunicação não é uma dificuldade na Ilha de São Pedro, já que os professores, alunos e todos que compõem a unidade escolar são residentes da comunidade.

O professor Jairo da Silva, de Língua Portuguesa, diz estar muito otimista com a nova experiência das atividades escolares não presenciais porque os alunos estão sendo participativos e colaborativos com o processo de ensino e aprendizagem. Essa é a primeira semana de atividades via Google Meet, Whatsapp e outras ferramentas dos estudantes das turmas do 6º e do 8º anos em que o professor Jairo leciona. Para ele, o momento é de adaptações. “Penso que com a colaboração de pais e o empenho da escola, certamente iremos chegar ao término dessa pandemia mais fortes que quando entramos”, concluiu.