Paraná
02.10.2015Promover a interação entre a escola e a comunidade, incentivar e
oferecer uma alimentação saudável aos alunos. Foi com esses objetivos
que surgiu o projeto da horta educativa no Colégio Estadual do Campo
Professor Aloísio, localizado na comunidade rural de São Silvestre, a
cerca de 60 quilômetros do Centro do município de Campo Largo, na Região
Metropolitana de Curitiba (RMC), capital do Paraná.
O trabalho na horta começou em 2012 com o objetivo de incentivar os
alunos a consumirem alimentos mais saudáveis, como frutas e verduras, ao
invés de produtos industrializados. Em 2013, o projeto passou a ser
acompanhado por técnicos do Núcleo Regional de Educação e por
nutricionistas da Superintendência de Desenvolvimento da Educação
(Sude).
Em seguida a direção da escola organizou um mutirão com a comunidade
escolar, que abraçou o projeto. A horta é 100% orgânica e todo o
alimento produzido é servido na merenda escolar. O material usado na
construção dos canteiros foi doado pela comunidade. “Todo mundo ajudou
um pouco, seja com um saco de terra, fertilizantes ou com as madeiras
que usamos para construir os canteiros”, contou a diretora Marli
Fiatkoski.
De acordo com a diretora, todos os funcionários da escola participam das
atividades de cuidado da horta, além dos estudantes. “Uma vez por
semana um aluno é escolhido para cuidar da horta no contraturno. Nosso
objetivo é despertar nos estudantes a importância de hortas orgânicas e
incentivar o cultivo e consumo de alimentos mais saudáveis”, disse.
TODO DIA UMA RECEITA DIFERENTE – Depois que a horta foi implantada,
nunca mais houve merenda repetida na escola, como conta a merendeira
Ivanira Aparecida dos Santos, que trabalha há cinco anos na unidade.
“Antes os alimentos chegavam murchos e sem cor. Hoje são frescos e me
ajudam a variar o cardápio todo dia”, disse a funcionária.
“A merenda ficou mais saborosa”, comemorou a estudante Jéssica Costa da
Silva, 14 anos, do 1° ano do ensino médio. “A horta na escola traz
vários benefícios para todos, como a preservação do meio ambiente,
reciclagem. Também facilita o aprendizado, além de consumirmos alimentos
mais saudáveis”, frisou a aluna. Na quarta-feira (23), a merenda na
escola – que atende 212 alunos de quatro municípios da região – foi
risoto de frango e salada de beterraba, colhida nos fundos da escola.
Lucas da Silva Leal, 18 anos, aluno do 3° ano, fez cartazes junto com os
colegas. O material está espalhado pela escola para lembrar os colegas
sobre a importância do consumo de frutas e verduras. “Nós tentamos
ensinar principalmente os mais novos”, disse o aluno.
ESPAÇO MULTIUSO – No pequeno espaço, com aproximadamente 100 metros
quadrados, são cultivados diversos temperos, alface, beterraba, repolho,
cenoura entre outras verduras e legumes. No mesmo terreno, um grupo de
pais está construindo voluntariamente um pomar para o plantio de frutas
típicas da região, como banana e poncã.
“Esse trabalho é muito importante porque representa a continuidade do
que ensinamos em casa sobre o hábito de ter uma alimentação saudável”,
destaca Zenilde José Pereira Cruz, mãe da aluna Érika Pereira Cruz, 13
anos, do 8° ano.
Zenilde participou da primeira turma no início da construção da horta.
“É muito significativo porque participei do início do projeto e hoje
fico tranquila porque sei que minha filha está recebendo uma alimentação
saudável na escola”, concluiu.
Na mesma horta de onde são retiradas as verduras que incrementam a
merenda, os professores aproveitam para elaborar aulas práticas para
facilitar o entendimento dos conteúdos vistos em sala de aula. “Nós
aproveitamos o espaço para atividades interativas para que eles possam
ver na prática o que ensinamos em sala e isso torna o aprendizado muito
mais fácil”, contou a professora de Biologia, Carina Colatusso. Ali os
estudantes aprendem os nomes científicos (em latim) e em inglês dos
alimentos, além de estudarem do solo e compostagem.