“Campão a Pé” é realizado com estudantes da Escola Estadual José Antônio Pereira

Mato Grosso do Sul

24.04.2023

No dia 13 de abril, os estudantes do 7° ano da Escola Estadual José Antônio Pereira, localizada na vila Taveirópolis, em Campo Grande, realizaram uma caminhada pelo centro da capital, em uma atividade extraclasse supervisionada por professores da escola e vinculada ao projeto "Campão a Pé".

O projeto – financiado pelo Fundo de Investimentos Culturais da Fundação de Cultura do Estado do MS e idealizado pelo professor João Santos – consiste em caminhar pelo centro de Campo Grande, conhecendo os aspectos urbanos que demonstram detalhes que contam a história da cidade.

Trajeto

No trajeto, foram percorridos alguns pontos históricos, como: o atual prédio do Sesc Cultura, a estátua do poeta Manoel de Barros, o calçadão da Barão, as primeiras construções horizontais e verticais, a Casa do Artesão, a Morada dos Baís, o Colégio Oswaldo Cruz e o Mercadão Municipal.

Em cada parada, os detalhes da área central de Campo Grande foram observados pelos estudantes de uma forma não cotidiana e explicados pelo professor João, que é professor de história, arquiteto e mestre em conservação e restauração de patrimônios históricos e culturais.

Com o intuito de proporcionar aos estudantes a oportunidade de descobrir paisagens e narrativas históricas, alinhado com as propostas pedagógicas das componentes curriculares de Geografia e Língua Portuguesa, a caminhada contou com a participação das respectivas professoras das disciplinas – Larissa Cardoso e Dinahyara Donchev –, sendo também acompanhada pelo coordenador de práticas inovadoras da escola – José Terêncio.

Para os estudantes, a atividade multidisciplinar foi um momento de aprendizagem e percepção sobre o espaço e o tempo, no centro de Campo Grande. Os alunos fizeram análises comparativas com os seus bairros de origem e, ao conhecer o centro, puderam desenvolver o sentimento de pertencimento com a cidade, que também é deles.

Ao final da atividade, como parte da proposta pedagógica, os estudantes escreveram sobre a experiência que viveram nessa aula diferenciada. “Gostei de conhecer melhor Campo Grande, gostei da experiência.”, disse a estudante Anny Beatriz da Silva; “Foi a experiência mais legal da minha vida; agora tenho certeza que quero fazer arquitetura.”, mencionou Gustavo Lopes.

De acordo com Larissa, “hoje a aula foi na rua. Pelas ruas do centro de Campo Grande. A partir de um percurso histórico e cultural ouvimos barulhos, sentimos cheiros e percebemos a cidade em outra perspectiva. Nos detalhes, por vezes, imperceptíveis na correria do dia a dia. Escola é lugar de coisa boa. Coisas boas acontecem na escola. [...]”.

A professora, em consonância com o pensamento do poeta Manoel de Barros sobre a valorização das pequenas coisas, complementa: “Talvez precisamos ser atravessados pela poesia, pela desimportância e pelo cuidado”. Para ela, práticas assim permitem aos estudantes o entendimento de que a aprendizagem está além dos muros da escola e que, por meio da paisagem, é possível conhecer a história da nossa cidade e do nosso espaço.

Adersino Junior, SED

Fotos: Arquivo JAP