Ceará
26.06.2023Pensando no futuro e com o objetivo de avançar o Ceará, o Governo do Estado lançou, na última sexta-feira (23), a segunda etapa do Programa C-Jovem, com investimento de R$ 34 milhões do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). A iniciativa busca capacitar jovens para atuar no mercado de novas tecnologias. Nesta segunda etapa, serão 8.400 novas vagas ofertadas, agora como extensão ofertada por Instituições de Ensino Superior (IES).
“Eu sempre penso o quanto este programa é inspirador para as políticas públicas que queremos desenvolver, porque nós estamos integrando o governo. Nós temos nossa Secretaria da Ciência e Tecnologia, nossa Universidade Estadual (do Ceará, Uece), nossa Secretaria da Educação, todas trabalhando com nossa Secretaria do Trabalho e pensando em como podemos formar nossos jovens para a vida e colocá-los em direção ao mundo do trabalho”, comentou o governador do Ceará, Elmano de Freitas. “Quando temos exemplos de jovens já inseridos no mercado de trabalho, através do C-Jovem, demonstramos a importância desse programa e o quanto o rumo [de parceria] está acertado”, completou. Ele esteve acompanhado pela ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos; a secretária de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Sandra Monteiro; secretária de Educação, Eliana Estrela; o secretário do Trabalho, Vladyson Viana; e outras autoridades.
Os recursos oriundos do MCTI foram captados pela Lei de Informática, por meio do programa Residência em TIC. “Queremos preparar jovens para desenvolver soluções para a indústria e a transformação digital, o grande desafio contemporâneo. Cada investimento que realizamos nos programas de capacitação do MCTI e agora no C-Jovem é um esforço que fazemos para reduzir o déficit de 100 mil profissionais no setor de TICs, um número pode chegar a 500 mil até 2025 se não agirmos com assertividade”, declarou a ministra Luciana Santos.
Nessa nova fase, o C-Jovem atuará como projeto de extensão das Instituições de Ensino Superior (IES) participantes: Universidade Estadual do Ceará (Uece), Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) e Universidade Federal do Ceará (UFC). As atividades ocorrerão de forma virtual, 10h/semana, durante um ano, totalizando 480h. No último trimestre, os estudantes irão aplicar os conhecimentos adquiridos por meio de uma imersão nas empresas parceiras.
O reitor da Uece, Hildebrando Soares, enfatizou a integração de entes que “são tão diferentes” em prol do futuro de jovens cearenses. “O maior destaque que esse programa tem é a interação e cooperação entre as instituições públicas, privadas e o próprio Governo, para juntos enfrentarem um dos maiores desafios do Brasil, que é o mercado emergente de emprego e renda que envolve as tecnologias da informação. E aqui nós temos uma juventude sedenta de conhecimento, sendo beneficiada por essa junção de forças”, enfatizou.
Nesta segunda fase, podem participar estudantes do ensino médio, recém-formados no ensino médio (até 3 anos) e alunos do ensino superior, conforme oferta realizada pelo projeto de cada IES. “Nesta etapa estamos disponibilizando cursos na modalidade virtual, permitindo que um maior número de jovens sejam beneficiados. E com isso temos o objetivo de ampliar as oportunidades de emprego, melhorar a oferta de profissionais e preencher essas demandas que o mercado de trabalho tem em busca de profissionais da área de tecnologia”, explicou a secretária Sandra Monteiro.
Criado em 2022, o Programa C-Jovem já alcançou mais de 11 mil jovens de 174 Escolas Estaduais de Educação Profissional e de Tempo Integral, em 73 municípios cearenses. A meta é chegar a 100 mil jovens em cinco anos. A primeira etapa continua sendo executada na rede estadual de ensino.
Um desses jovens é Douglas Júnior, de 18 anos, que, após participar da primeira etapa do C-Jovem, está inserido no mercado de trabalho. “Antes de ingressar no meu atual trabalho, eu tive que fazer uma seleção, e nessa etapa o C-Jovem foi um grande diferencial para a minha contratação. Apesar de todas as dificuldades que enfrentamos, por ser de um lugar mais carente, consegui superar e desenvolver a mentalidade da inovação, agregando muito no meu conhecimento. Essa oportunidade vem mudando minha vida e para o futuro, sempre vai fazer diferença no currículo”, ressaltou o jovem.
O programa explora as habilidades de formação em TIC, Empreendedorismo e Inovação, Raciocínio Lógico, Comunicação e Relacionamento Interpessoal, e Inglês para Profissional de TIC. Os alunos podem escolher entre sete trilhas de tecnologia, de acordo com a área de interesse: desenvolvimento iOS, desenvolvimento Android, Nuvem, Java, Infraestrutura 5G, Inteligência Artificial e FullStack, este último ofertado pela Uece em parceria direta com o Instituto Atlântico.
A estudante do ensino médio Geislane Andrade, de 17 anos, está ansiosa para usufruir desses conhecimentos na oferta das vagas desta nova fase do programa. “Vou começar a fazer parte do C-Jovem, e estou cheia de expectativas. Eu sei que esse curso vai acrescentar muito na minha vida, então estou muito feliz de ter essa oportunidade”, comemorou
Para o professor Carlos Elmen, coordenador e professor do eixo de tecnologia da EEEP Dona Creusa do Carmo Rocha, o C-Jovem vai além de ajudar apenas alunos, o programa chega também aos educadores. “Nessa esteira dos avanços tecnológicos, uma demanda mundial, nós professores da rede estadual somos contemplados com esse aprendizado da área tecnológica, importantíssimo para o nosso desenvolvimento profissional. É um instrumento indispensável de empoderamento da nossa educação”, afirmou.
Essas formações contribuirão para a redução da demanda de profissionais de TIC no mercado, contribuindo para a melhoria na qualidade dos jovens e suas famílias, além de proporcionar desenvolvimento econômico e social para todas as regiões do Ceará.
O C-Jovem é desenvolvido pelo Governo do Ceará, por meio das secretarias da Ciência, Tecnologia e Educação Superior (Secitece), da Educação (Seduc), do Desenvolvimento Econômico (SDE), do Planejamento e Gestão (Seplag), do Trabalho (STE) e da Empresa de Tecnologia da Informação do Ceará (Etice), em parceria com Uece, IFCE e UFC, Iracema Digital, Sebrae, FIEC/Senai, Fecomércio/Senac e Instituto Atlântico.
Na solenidade, o MCTI também anunciou a liberação de outros R$14,4 milhões para projetos do Ceará. São recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), operados pela Finep, que serão aplicados em quatro iniciativas diferentes.
Do total, R$ 7,3 milhões serão destinados a dois projetos desenvolvidos pelo Núcleo de Tecnologia e Qualidade Industrial do Ceará (Nutec), voltados para o fomento à infraestrutura de apoio à produção de rochas e minerais industriais e para a busca de soluções tecnológicas para a indústria de petróleo e gás.
Além disso, a Finep também financiará os Centros de Inovação Tecnológica da Universidade Regional do Cariri (Urca), no Crato, e da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), em Sobral. Juntos, somam investimentos de R$ 7,1 milhões para promover parcerias entre a tríplice hélice da inovação e impulsionar o desenvolvimento socioeconômico das duas regiões.
Isabella Campos - Ascom Casa Civil - Texto
Helene Santos - Fotos