Leitura
13.05.2021O Colégio Estadual Bernardino Guimarães, do município de Água Limpa, encontrou um novo jeito de realizar as aulas de Literatura. Por conta do regime especial das aulas não presenciais, o professor José Henrique Rodrigues resolveu instigar a leitura e participação dos seus estudantes de 6º ano com um chá literário virtual.
Durante a aula on-line, o professor montou uma mesa com várias xícaras vazias, cada uma delas com o nome de um aluno. O professor escolhia uma xícara e servia café simbolicamente para dar palavra ao estudante cujo nome estava ali. Dessa forma, todos os estudantes puderam compartilhar suas percepções sobre o livro estudado naquele mês, “Caco”, de Gilberto Mattje.
José Henrique Rodrigues conta que a receptividade dos alunos foi excelente. “Eles se envolveram muito com a leitura. Temos 20 alunos e todos participaram, até mesmo aqueles da Zona Rural [sem acesso à Internet]. Eles mandaram seus relatórios e nós lemos na aula”, afirmou.
A família também teve participação no processo. “Os alunos tinham que ler o livro para os pais”, explicou o professor. “Lemos as primeiras páginas do livro de forma dirigida, na aula, e depois os alunos acabaram de ler em casa”.
O chá literário faz parte do projeto de letramento da escola, que tem o objetivo de fortalecer a leitura, escrita e interpretação de texto de todos os alunos.
Segundo o professor, o projeto foi criado após o colégio identificar, na avaliação de nivelamento do início do ano, que muitos estudantes ingressaram na unidade com lacunas de aprendizagem nessa área.
Papel da literatura em tempos de pandemiaPara o professor José Henrique Rodrigues, na pandemia do coronavírus, a literatura deixou de ter um papel simplesmente de entretenimento e passou a significar companhia, convivência: “Hoje o papel da literatura não é só arte e entretenimento. A literatura passa a ocupar os espaços e complementar a convivência, em um contexto de isolamento social”.
O livro “Caco”, especificamente, promoveu várias reflexões sobre Bullying, drogas e aceitação do corpo, que são super relevantes para a adolescência. “Deu para ver que os estudantes se identificaram ali”, relatou o professor.