Rio de Janeiro
12.11.2024A cerimônia de premiação aconteceu nesta terça-feira (12/11), no Teatro Riachuelo, e foi realizada pela Firjan SESI, com curadoria da Academia Brasileira de Letras (ABL) e parceria da Secretaria Estadual de Educação. Além de trabalhos de estudantes do Ensino Médio das escolas públicas estaduais, a iniciativa recebeu textos de alunos das escolas Firjan Sesi e também de trabalhadores da indústria. Dos 250 trabalhos pré-selecionados, 58 autores foram escolhidos pelos próprios acadêmicos e os textos reunidos em um livro publicado pelos realizadores sob a chancela da ABL. Destes autores, 27 são alunos da rede estadual de ensino.
A secretária de Estado de Educação, Roberta Barreto, agradeceu a todos da equipe da Seeduc que contribuíram para a realização do projeto e destacou o trabalho dos professores e gestores das unidades escolares.
– Muito obrigada a todos vocês professores que sempre acreditaram no talento dos nossos estudantes. E aos nossos diretores, gestores e parceiros incondicionais da educação. Ler é muito importante. Falo, sempre, com os nossos estudantes, para que escolham o projeto de vida, que acreditem nos seus sonhos. Muito obrigada à Academia Brasileira de Letras. É um incentivo para que os nossos alunos possam se tornar autores, professores, médicos, dentistas, advogados, mas que eles possam, também, ser cada vez mais emoção, fé, acolhimento, acreditando no uso da arte e da paz em suas vidas – disse a secretária.
Para o presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano, a premiação tem como objetivo estimular a leitura e o desenvolvimento da escrita, da criatividade e do pensamento crítico.
– Esse prêmio surge em um contexto em que a Firjan SESI, entendendo que os alunos do Ensino Médio precisam estar melhor preparados para construírem seu percurso na vida adulta e para o mundo do trabalho, investe em iniciativas para melhoria da qualidade da educação. Para escrever é necessário ler. E a leitura é um indicador básico de qualidade da educação – disse ele.
O aluno Matheus Ramos da Silva Elias, 16, do 1º ano do Ensino Normal do Colégio Estadual Euclydes da Cunha, em Teresópolis, participou com a crônica Negritude. Ele conta que se apaixonou pela leitura depois de conhecer o Pequeno Príncipe, de Saint Exupéry, se diz feliz e grato pelo reconhecimento do seu trabalho e revela que tem paixão por educar.
– Meu sonho é ensinar o que eu sei. Como dizia Cora Coralina ‘Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina’. Eu queria agradecer a minha família pelo incentivo para nunca desistir, ao apoio da escola e ao projeto, que valoriza alunos como eu, da escola pública, oferecendo um caminho para ele chegar onde quiser.
A premiação dedicou primeiros, segundos e terceiros lugares em cada categoria – Crônica, Conto e Poesia – a estudantes do primeiro, segundo e terceiro ano do Ensino Médio, separados por escolas da rede estadual de ensino e da Firjan SESI. Também receberam menções honrosas quatro trabalhadores da indústria fluminense.
Além do livro, os estudantes ganharam tablets, troféus e certificados. Já os professores ganharam e-readers, e as escolas, um acervo de 50 livros sob a curadoria da ABL e da Firjan SESI.
O evento contou com a presença do acadêmico Antônio Torres, representando o presidente da ABL, Merval Pereira. A apresentação ficou por conta do ator e escritor Lázaro Ramos e da escritora Thalita Rebouças. Na cerimônia os alunos foram convidados a uma imersão no mundo da literatura, com uma série de intervenções artísticas que incluiu a atriz Beth Goulart numa homenagem a Clarice Lispector.
Lázaro Ramos considera a premiação Rio de Letras uma Iniciative necessária.
– Na minha época de escola, como ex-estudante de escola pública, não tive uma atividade que percorresse tanto tempo da sala de aula até uma noite como essa, tão linda. Eu acho que isso realmente muda a vida das pessoas, isso acelera muitas coisas. Eu fico pensando que, se eu tivesse tido um incentivo como esse, eu já teria virado escritor e um apaixonado pelos livros há muito mais tempo. Por isso, essa iniciativa precisa ficar no calendário anual da cidade – disse Lázaro.
Foto: Ellan Lustosa - Seeduc-RJ