Três professores da rede estadual de ensino classificam-se para a semifinal da Olimpíada de Língua Portuguesa

Sergipe

13.10.2021

A sétima edição da Olimpíada de Língua Portuguesa (OLP) chega ao fim da etapa da Comissão Julgadora Estadual, a qual resultou na seleção dos professores que, juntamente com suas turmas, serão convidados a participar dos Encontros de Semifinalistas. Ao todo, três professores da rede estadual sergipana se classificaram: Sandra Virgínia Correia de Andrade Santos, do Centro de Excelência Maria Rosa de Oliveira, de Tobias Barreto (Artigo de opinião); Jaci dos Santos, do Colégio Estadual Ministro Petrônio Portela, em Aracaju (Crônica); e Waldemar Valença Pereira, do Centro de Excelência Senador Walter Franco, de Estância (Documentário).

 

Nos Encontros de Semifinalistas, que acontecerão no período de 13 de outubro a 12 de novembro, os professores e seus alunos participarão de uma série de atividades culturais e formativas. No último dia, para cada gênero literário, será realizada uma live de encerramento em que será divulgada a lista dos classificados para a Etapa Nacional.

 

 

Jaci dos Santos trabalhou com o 8° ano do ensino fundamental, de forma remota. Ela conta que, a partir do material disponibilizado pela Olimpíada, desenvolveu oficinas com os estudantes ao longo e após as aulas, tratando desde o reconhecimento do gênero textual crônica, passando por leitura e pesquisa de cronistas e crônicas de autores brasileiros, até a culminância da escrita e reescrita dos textos.

 

“Foi uma experiência muito interessante e significativa para mim, e de muitos aprendizados, pois tive que ultrapassar os meus limites, principalmente no que diz respeito ao uso das ferramentas digitais. Não pensei que fôssemos chegar tão longe, pois deve haver muitos bons trabalhos. Passamos pela etapa escolar, municipal, estadual e agora vamos tentar a nacional. Só tenho a agradecer e torcer para que cheguemos à final”, disse ela, lembrando ainda que, para incentivar os alunos, ela entregou alguns prêmios à medida que eles iam entregando os textos. Ela afirma que contou com a ajuda de colegas professores e da equipe gestora do Colégio Estadual Ministro Petrônio Portela.

 

Já o professor Waldemar Valença Pereira desenvolveu o seu documentário com um grupo de três alunos do 2º ano do ensino médio em tempo integral: Bruna Gabriele, Rayssa Silva e Carlos Raphael. Ele explica que a proposta da OLP era desenvolver oficinas sobre a produção de documentários audiovisuais e depois escolher um dos trabalhos para ser julgado. Ele considera como “jornalístico, artístico e poético” o material que competiu e que chegou à semifinal, intitulado “Um Olhar Quilombola”. O vídeodocumentário foi feito pelos alunos com um teor crítico e jornalístico, mas com tons poéticos sobre a comunidade marisqueira Porto de Areia, em Estância, lugar que guarda resquícios da escravidão.

 

Para a produção, o professor e alunos elaboraram um roteiro de filmagens e visitaram a localidade. “As imagens que fizemos lá foram tão reveladoras e cheias de poesia, que esse trabalho foi intenso do começo ao término. No fim, nós saímos vitoriosos, graças a essa estrutura concedida pela OLP, por meio de oficinas e ensinamentos; graças à disposição dos jovens, que têm esse domínio com aplicativos da modernidade. Foram fundamentais também o meu engajamento na causa e o grande apoio que recebemos da escola de ensino médio integral. O que produzimos foi algo de relevância cultural, não só para Estância, mas também para Sergipe e para o Brasil. Trouxemos à tona um pedaço do passado de uma região quilombola que nem sempre é compreendida”, afirmou.

 

A professora Sandra Virgínia Correia de Andrade Santos resumiu a sua participação como um período de muitas aprendizagens e superação. Semifinalista pelo gênero artigo de opinião, ela desenvolveu esse trabalho com 38 alunos do 3º do ensino médio. "Produzimos um artigo de opinião sobre algum problema do lugar onde a gente vive. Os alunos foram provocados a pensar no seu entorno, em uma problemática que dividisse opinião, que é o ponto chave desse gênero literário. A partir desse recorte e pesquisa das temáticas que estavam provocando discussão na cidade, produzimos o artigo. Eles teceram o ponto de vista deles e, nesse momento, também puderam trazer outras vozes para defender a sua tese. Trabalhar esse gênero remotamente foi muito desafiante. Saber que estamos na semifinal nos fortalece, é um sinal de que foi possível ensinar e aprender nesse contexto", disse.

 

Ela também destaca a importância do relato de experiência produzido pelos professores, algo que também faz parte da Olimpíada de Língua Portuguesa. "Esse é um trabalho plural. A OLP trouxe para o centro o relato de experiência, para ouvir dos professores todas as suas questões, as aprendizagens, dificuldades e superações. O nosso relato marca um momento histórico do nosso estado e do município", declarou.

 

Fase semifinal

 

Para chegar à fase semifinal da Olimpíada de Língua Portuguesa, os professores enviaram seus Relatos de Prática, contendo as reflexões sobre os processos de ensino-aprendizagem, acompanhados de um  conjunto de materiais representativos: a Linha do Tempo, com produções dos estudantes, e o Álbum da Turma, composto de um registro do trabalho desenvolvido, para serem avaliados.

 

“Ao analisar os materiais dos professores de diferentes escolas e municípios, foi possível valorizar e observar a qualidade das produções dos estudantes do nosso Estado. Por conta do contexto pandêmico, ainda presente em todo o país, a comissão se reuniu de forma virtual e remota para avaliar os Relatos de Prática dos professores, bem como o conjunto de materiais representativos que acompanha cada relato”, disse Jorge Monteiro, técnico do Serviço de Apoio ao Desenvolvimento Estudantil da Secretaria de Estado da Educação, do Esporte e da Cultura (Seades/Seduc) e coordenador da OLP em Sergipe.

 

Jorge Monteiro fez parte da comissão julgadora, juntamente com os professores Antônio Félix de Souza Neto (UFS), Marcos André de Souza (Semed/Aracaju) e Marcela Ronca (colaboradora do CENPEC).