Terceirizados do Ministério Público são alfabetizados

Distrito Federal

22.08.2019

Turma tem 18 estudantes e é vinculada ao CED 2 do Cruzeiro

Quem já passou pela dificuldade de não saber ler ou escrever sabe o quão importante é ser alfabetizado. Mas nem sempre é fácil para um adulto frequentar a escola. Por isso, uma iniciativa inovadora da Secretaria de Educação está fazendo o percurso contrário: levando a escola até os estudantes. São 18 alunos, colaboradores terceirizados do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), que estão sendo alfabetizados no local em que trabalham.

A iniciativa faz parte do projeto Vivendo e Aprendendo, em parceria com o MPDFT. Neste segundo semestre de 2019, os terceirizados foram matriculados no Centro Educacional (CED) 2 do Cruzeiro e se tornaram alunos da rede pública de ensino. Mas, para facilitar o aprendizado, as aulas são realizadas no próprio Ministério Público. A Secretaria de Educação disponibiliza professores e os materiais didáticos utilizados nas aulas, que acontecem de 2ª a 5ª, das 15h30 às 17h30. Todo o processo de alfabetização deve durar um ano.

Seu Cosme Gonçalvez Bezerra tem 58 anos e parou de estudar no 3º ano do ensino fundamental, quando ainda morava na Bahia. Está é a primeira vez que volta a estudar desde então. “É muito bom para ter um pouco mais de conhecimento e até para distrair a cabeça”, conta.

Segundo a diretora de Educação de Jovens e Adultos da Secretaria de Educação, Lilian Cristina Sena, esta é a primeira turma aberta nesse modelo pela Secretaria de Educação. “Uma das grandes dificuldades dos estudantes da EJA e que causa muita evasão é que eles não conseguem se deslocar do trabalho para a escola a tempo de chegar para o início das aulas. Então, quando a gente abre uma turma no local de trabalho desse estudante, ele já emenda os horários, o que se torna um atrativo. Dessa maneira, ele vê a possibilidade de concluir a educação básica, o que contribui para melhorias e outras oportunidades no emprego”, explica.

Inscrições para EJA

A Secretaria de Educação abre dois processos de inscrição para a Educação de Jovens e Adultos: no início e no meio de cada ano. Nesses períodos, os interessados podem se inscrever pelo 156, opção 2. Entretanto, durante todo o ano, é possível se matricular diretamente nas escolas que oferecem a EJA.

Todas as regionais de ensino ofertam 1º, 2º e 3º segmentos, para promover o acolhimento das pessoas que se afastaram da escola na idade regular. Qualquer pessoa acima de 15 anos pode se matricular.

Para fazer a matrícula, o interessado deve procurar diretamente a escola mais próxima região em que mora ou trabalha e que ofereça a modalidade. É preciso levar os seguintes documentos:

• Original e cópia da Certidão de Nascimento;
• CPF do estudante;
• Duas fotos 3X4;
• Comprovante de residência;
• Comprovante de tipagem sanguínea e fator RH (conforme Lei Distrital nº 4.379/2009).

No caso do estudante menor de idade, o responsável deverá apresentar:

• Registro Geral (RG)
• Cadastro de Pessoa Física (CPF)

Além da documentação acima citada, será obrigatória a apresentação específica por Etapa/Modalidade:

• EJA – Declaração Provisória de Matrícula (DEPROV) ou Histórico Escolar.

Caso o estudante não tenha o Histórico Escolar, ele pode realizar uma prova diagnóstica que indicará em que segmento ele será matriculado.

O que é a EJA?

O objetivo da EJA é ensinar desde o cidadão que nunca frequentou a escola até aquele que teve de interromper os estudos em algum momento. Os professores são orientados a resgatar a autoestima desses estudantes e mostrar que nunca é tarde para buscar um futuro e trilhar os caminhos da educação.

Atualmente, no Distrito Federal, 110 escolas atendem a Educação de Jovens e Adultos. São oferecidas aulas no período matutino, vespertino e, em maior quantidade, no período noturno. O atendimento é semestral. A cada seis meses o estudante completa o equivalente a um ano de estudo no ensino regular. Além de ser uma formação em período mais curto, o aluno cursa apenas as matérias em que foi reprovado na última escola em que esteve.

Reportagem: Rossana Gasparini, Ascom/SEEDF
Foto: Luis aves, Ascom/SEEDF