Sergipe
04.05.2022A Secretaria de Estado da Educação, do Esporte e da Cultura (Seduc), por meio da Coordenadoria de Estudos e Avaliação Educacional (Ceave), realizou nesta quarta-feira, 4, mais um encontro visando à apropriação dos resultados do Sistema de Avaliação da Educação Básica de Sergipe (Saese), desta vez com foco nos boletins pedagógicos e de gestão. O evento foi direcionado aos chefes de Seplen das diretorias regionais de educação, coordenadores regionais e municipais do Programa Alfabetizar pra Valer, coordenadores pedagógicos das secretarias municipais de educação, além de chefes e técnicos dos serviços da Seduc.
O secretário da Seduc, professor Josué Modesto dos Passos Subrinho, fez a abertura do seminário e falou sobre os avanços que a educação pública sergipana vem alcançado, cujas ações estão debruçadas na busca pela paridade, equidade e universalização. “Estamos muito felizes com o cumprimento dessa etapa do programa de governo do governador Belivaldo Chagas, que fez uma opção de que a educação em Sergipe seria entendida como política de estado. A educação como política de estado tem algumas características imprescindíveis e inevitáveis: precisa ter avaliação sistemática, precisa perseguir resultados, metas; enfim, precisamos avaliar o que estamos fazendo em tempo hábil. A partir dos resultados nós temos que desenvolver as nossas estratégias, perceber o nosso potencial, focar nas nossas obrigações, valorizar as nossas conquistas. É necessário utilizar melhor esse potencial, fazer com que se transforme em aprendizagem efetiva de todos os nossos estudantes, porque essa é uma obrigação mensurada pela equidade, prevista no Plano Nacional de Educação. Não apenas devemos ter êxito educacional. Nossos alunos vinculados aos segmentos mais prejudicados e discriminados também têm de ter o equivalente índice de aprendizagem daquelas pessoas que estão localizadas em regiões e segmentos socioeconômicos mais privilegiados”, salientou Josué Modesto.
A diretora da Ceave, professora Joniely Cruz, explicou que o objetivo do encontro formativo é focar na metodologia de análise, no sentido de entender a intencionalidade dos dados produzidos. “É importante que os profissionais da educação saibam contextualizar os dados referentes às notas de proficiência com os aspectos socioeconômicos, complexidade de gestão, localização da escola, ambiente escolar, formação docente, dentre outros”.
O seminário
O evento foi conduzido pela equipe de especialistas do Centro de Avaliação da Fundação Cesgranrio, instituição responsável pela aplicação do Saese 2021. Participaram a coordenadora do Centro de Avaliação, professora Nilma Santos Fontanive; o pesquisador Leandro Marinho, a especialista em avaliação Érika Guillin e a técnica pedagógica Amanda Glasser. Eles apresentaram quatro abordagens de suma importância para o entendimento dos resultados do Saese 2021 e que sintetizam os documentos construídos a partir deles.
A ideia é fazer uma definição do que foi a primeira edição do Saese, contextualizando-a à realidade do processo educacional nas redes públicas estadual e nunicipais de Sergipe; a apresentação do perfil dos diretores e dos professores das escolas públicas do estado, construído por meio das respostas disponibilizadas por eles no questionário contextual; a publicização das estatísticas educacionais e modelos de fatores associados ao desempenho; além de uma abordagem e uma reflexão sobre a diferença que a escola faz para o desenvolvimento sociocognitivo do estudante.
Durante sua participação, a coordenadora do Centro de Avaliação da Cesgranrio, Nilma Santos, elogiou a coragem do estado de Sergipe em aplicar uma avaliação em larga escala ainda no período de crise sanitária. “A pandemia retirou as crianças da escola, e aquelas disciplinas que são eminentemente escolares sofreram mais. Então, esses resultados não representam o que vocês são; eles representam um momento pós-crise. Daqui para a frente vamos ver um crescimento do desempenho dos alunos na hora em que eles passam a ter escola e os professores. Nos questionários a gente observou muito esforço de algumas escolas de levar exercício na casa dos alunos, levar alimentação, então para a gente é emocionante saber que vocês se preocuparam. Na medida em que a pandemia foi grave no país inteiro, a gente tinha que esperar o impacto na escola, e esse impacto não se dá apenas em Sergipe. O mundo tem avaliado, e a OCDE decretou que a pandemia trouxe para a educação atrasos de cinco anos”, declarou.
A chefe do Serviço de Gestão do Sistema de Avaliação Educacional (Segsae), professora Kátia Travassos, explica que a Seduc oportuniza mais um momento formativo para os profissionais da educação do estado de Sergipe, “por entender que a apropriação dos dados gerados pelo Saese 2021 é o caminho mais seguro para possibilitar discussões e reflexões sobre a educação ofertada para os nossos estudantes. Só entendendo a realidade é que haverá condições de propor melhorias para o processo educacional. Precisamos saber onde estamos e aonde gostaríamos de chegar, e somente através dos dados é que isso será possível”, disse.
Para a professora Fernanda Santos Melo, técnica pedagógica da Secretaria de Educação de Cedro de São João e formadora do Programa Alfabetizar pra Valer, a ação se configura extremamente importante, visto que as equipes precisam de instrumentos para viabilizar suas intervenções e manusear os resultados. “É nesse momento que podemos avaliar o cenário educacional, não só da rede municipal, mas também de toda a educação básica da rede pública, e refletir sobre novas intervenções para conseguir erradicar os problemas que enfrentamos”, frisou ela, informando que o município alcançou 100% do público-alvo no Saese 2021. “Nossa expectativa é muito positiva para esses resultados. É com base nessa avaliação que poderemos, de fato, traçar ações para conseguir minimizar o impacto não só da pandemia, mas também do cenário anterior”, concluiu.
Saese 2021
A primeira edição do Saese ocorreu no ano passado, no período de 18 a 29 de outubro, com as redes públicas estadual e municipais, com a aplicação de instrumentos avaliativos de Língua Portuguesa e Matemática com os 2º, 5º e 9º anos do Ensino Fundamental e 3ª série do Ensino Médio, além dos questionários contextuais. No total, foram avaliados 96.014 estudantes de 3.697 turmas de 1.040 escolas das redes públicas estadual e municipais de educação básica do estado de Sergipe, dos quais 66.715 estiveram presentes no dia de aplicação da prova.