Sergipe
15.06.2021A comunidade escolar da Escola Estadual Padre Leon Gregório, localizada no município de Nossa Senhora da Glória, tem se empenhado para encontrar soluções de atendimento ao público matriculado nessa unidade de ensino durante as aulas remotas. A busca ativa escolar é a forma pela qual as equipes diretiva e docente conseguem identificar os alunos sem acesso às aulas remotas, a fim de que sejam geradas outras formas de acesso.
A professora Flávia Danielle Silva Santos, que atua no Apoio Escolar II com foco na Educação Especial, está realizando o atendimento domiciliar a um dos alunos à porta de casa. Flávia não entra na residência, a aula é realizada ao ar livre, onde o aluno fica dentro de casa e Flávia na calçada, ministrando a aula por meio de um quadro improvisado. A professora explica que a família desse aluno, especificamente, é acometida por deficiência intelectual, o que impossibilita o acompanhamento e a obtenção das atividades impressas de modo que ele consiga cumprir as tarefas escolares.
“Eu fui para a porta do meu aluno justamente porque a mãe dele tem deficiência intelectual, a tia e a avó também têm alguns problemas de saúde. Ele não tem quem dê suporte e eles também não têm internet nem telefone. Eu sempre fiz a busca ativa, ou seja, indo até lá para fazer as visitas, quando pensei em fazer algo diferente que foi dar aula à porta da casa dele por conta dessa falta de acompanhamento por parte da família”, explicou a professora Flávia.
Os atendimentos realizados pela professora Flávia aos alunos atendidos pelo Apoio Escolar II acontecem também por meio de videochamadas em horários programados antecipadamente com a família, geralmente durante o turno matutino. “Alguns pais não têm o conhecimento e a facilidade de desenvolver as atividades com o aluno. Então eu faço o material adaptado, o pai vai buscar na escola. Só que na hora de desenvolver, eles não conseguem, porque eles não têm essa habilidade que nós temos”, explicou Flávia, enfatizando as estratégias para superar esse e outros desafios no ensino remoto para a Educação Especializada.
Ainda de acordo com a professora Flávia, tudo é feito em colaboração com a regência de classe da professora que atua no ensino regular da turma de 5º ano, onde Flávia desempenha a função de Apoio Escolar II. “Semanalmente, a professora me passa os roteiros de atividades do planejamento desenvolvido por ela, e com base nisso eu tento realizar as atividades para eles. Eu faço adaptações e realizo o atendimento especializado”, concluiu.
Para a gestora da unidade Leon Gregório, Gláucia Pamela de Jesus Silva, o trabalho de visitas é realizado recorrentemente pela direção da escola mesmo antes da pandemia. Atualmente, com o novo formato de aulas e atendimento escolar, a necessidade aumentou e foi necessário potencializar ações dessa natureza. “Iniciamos com os alunos que não efetuaram a rematrícula, e, em alguns casos, onde os responsáveis estavam impossibilitados de ir até a instituição. Faço a visita com a secretária Ely Dayane para rematricular na residência desses alunos, então tiro fotos, escaneio os comprovantes de residência e faço a impressão para atualizar as pastas dos alunos na escola”, pontuou.
Além disso, a diretora Gláucia leva as atividades impressas a alguns alunos cujos pais não têm condições de buscar na sede da escola. A visitação é realizada dentro dos parâmetros de segurança emitidos por órgãos de competência sanitária, viabilizando a inclusão dos alunos da Educação Especializada. “Também faço as visitas de busca ativa aos alunos que mudam de número, endereço e que se encontram em risco de abandono. Esse é o trabalho da gestão. As professoras Jussara, Flávia Danielle e Vanessa Regina confeccionam materiais específicos para alunos com necessidades especiais”, concluiu.