RS
13.10.2021A professora Cristine Inês Brauwers, da Escola Guararapes, de Arroio do Meio, região de abrangência da 3ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), de Estrela, tem 31 anos, e é a inspiração de muitas meninas que sonham ser cientistas. Ela coordena o projeto Meninas do Guara na escola onde leciona Física, Química e Matemática. No ano passado, ela foi convidada a participar do evento da Associação Brasileira de Planetários (ABP), que marcou o equinócio da Primavera, um importante evento para a sua carreira científica.
Cristine Inês Brauwers é formada em Ciências Exatas com habilitação em Física, Química e Matemática pela Univates, e pós-graduada em Ensino da Natureza e Matemática pela UERGS de Santa Cruz do Sul. Graduada aos 25 anos, ela leciona na rede estadual desde 2009. Ela conta como decidiu seguir essa carreira. “A maioria das meninas, quando pequenas, querem ser professoras, mas eu não. Passei por muitas profissões, desde dentista até Engenheira Civil. Na fila do vestibular eu ainda não tinha certeza do curso que queria, porém, no meu Ensino Médio na Escola Érico Veríssimo, de Lajeado, tive uma professora de Física fabulosa, a pbrofessora Vânia Warken. Ela me inspirou a olhar a Física com muito carinho. Tenho também uma prima que é professora de Matemática no Castelinho (Lajeado), a Iris Brauwers, que sempre foi uma pessoa que me espelhava pela determinação e garra. Optei por Ciências Exatas mesmo sem saber qual caminho seguiria. Passei em 1° lugar no vestibular, comecei o curso e gostei, mas no 3º semestre, descobri o que era a licenciatura e o coração balançou. Fui até a coordenadora do curso, a professora Marli Quartieri e falei da minha mudança, pois havia aberto na Univates o curso de Engenharia Civil. Até hoje não entendo o porquê de ela não me deixar trocar de curso. Ela me fez a proposta de substituir uma professora de Matemática em Estrela, e se eu não gostasse da experiência, ela me daria o ok para a troca de curso. E não é que não troquei?! Amei demais a experiência e hoje não me imagino em outra área”, contou.
Meninas do Guara
O projeto iniciou com o foco em desenvolver ações de empoderamento na área de Engenharia e Matemática. A ideia é de que a iniciativa tivesse duração de 1 ano, mas o grupo sempre foi muito forte e ativo, sendo assim, se manteve com o apoio das famílias, direção e da comunidade. “Acredito que são poucas as meninas que descobriram o caminho da ciência. São muitas as que ainda veem isso como algo masculino. Existe uma questão de gênero envolvida”, comentou. Para estimular as meninas da escola a ingressarem na ciência, ela mostra todas as possibilidades dentro da sua aula, cria experiências e faz o aluno ser um protagonista, despertando sua curiosidade. “Num primeiro momento talvez elas não gostem da ideia, mas quando conseguem fazer o próprio experimento a aula de física (por exemplo), deixa de ser tenebrosa e passa a ser divertida”, explicou.
Nesse ano, o projeto está a todo o vapor, com três projetos participantes na Feira de Ciências da Univates, além de novas integrantes. "Meninas podem e devem fazer o que gostam, pois são capazes de mudar o mundo na tecnologia e na sociedade, mostrando a igualdade, a capacidade e a força de vontade", ponderou.