O Grupo Oficial de Engajamento das Juventudes no âmbito do G20, o Y20 (Youth20), continuou sua programação no Hangar Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, nesta terça-feira (18), com diálogos e discussões de propostas, divididos em Grupos de Trabalho Temáticos. Os debates oportunizaram engajamento de estudantes estaduais e da juventude em geral em assuntos importantes, de abrangência global. A programação continua na quarta-feira (19) na Usina da Paz da Cabanagem, encerrando no mesmo dia na Casa do Saulo.

Os debates aconteceram em 6 salas de forma simultânea, sendo que 5 foram destinadas para grupos de trabalho composto por jovens brasileiros e uma dedicada a negociações internacionais.

Entre os temas debatidos pela juventude estão: Inovação e Futuro do Mundo do Trabalho; Combate à fome, a pobreza e a desigualdade; Mudanças Climáticas, Transição energética e desenvolvimento sustentável; Reforma do Sistema de Governança Global; e Inclusão e Diversidade. Após a etapa de diálogos, houve a apresentação de propostas, sugeridas pelos participantes, dentro das temáticas de cada grupo.

João Pedro Gomes é estudante da Escola Estadual de Ensino Médio Albanízia de Oliveira Lima. Ele e seus colegas participaram da abertura do Y20, no Teatro da Paz, e também estiveram no segundo dia do evento, no Hangar, para aprender e contribuir com os diálogos. "É um evento muito importante para mostrar que é necessário o nosso engajamento, da representatividade juvenil, para mostrar que temos que fazer as escolhas certas para o nosso futuro", comenta o estudante. 

Marta Marinho, professora da escola Albanízia de Oliveira Lima, explica que o incentivo ao diálogo sobre mudanças climáticas e meio ambiente já acontece dentro da escola e o interesse dos estudantes pelos temas expandiu-se para o Y20. "Os alunos são incentivados a uma leitura crítica do mundo do qual eles participam. Então, uma vez que eles tenham essa experiência, isso vai ser fortalecido porque eles tomam conhecimento da realidade sobre problemas ambientais que afetam a juventude. Eles se tornam mais aptos para contribuírem para essa sociedade da qual participam, fazendo parte das discussões que tiveram ontem no Teatro da Paz e aqui nesses diálogos, em que a juventude global se manifestou para resolver não só o problema de mudança climática, mas também que envolvem a juventude em questões de trabalho, governança, uma diversidade de assuntos que fortalecem o senso crítico dos nossos estudantes" comenta a professora.

A coordenadora de Direitos Humanos da Secretaria de Igualdade Racial e Direitos Humanos (Seirdh), Isabela Canto, mediou o debate sobre "Mudanças Climáticas, Transição Energética e Desenvolvimento Sustentável". O grupo de trabalho mediado por ela desenvolveu, no primeiro momento, a escuta de experiências, além de diálogos sobre a COP30 e o G20, abordando sobre como uma cooperação internacional funciona. No segundo momento do debate, o grupo definiu quatro eixos de trabalho principais: Financiamento Climático, Gestão de Resíduos, Desenvolvimento Sustentável e Adaptação Climática. Cada grupo escreveu um texto que será sistematizado, com objetivo de transformar em uma declaração.

"Foi um diálogo muito rico, em que a gente teve participação da juventude paraense, de vários lugares do estado, com representações indígenas e quilombolas. Foi muito interessante para tratar, principalmente dos desafios que nós temos aqui, como jovens amazônidas, nesse tema que é tão importante, porque nós seremos a juventude que vai ser mais afetada pelas mudanças climáticas, porque nós somos quem vai conviver com esses problemas. Então aqui a gente discutiu: plano de adaptação às mudanças climáticas, como nos preparamos para desastres climáticos; discutimos também questões de gestão de resíduos; financiamento climático; justiça climática. Enfim, foi uma tarde muito proveitosa. O documento está ficando lindo. Foi muito interessante esse momento para que a gente compartilhasse experiências, porque tivemos aqui juventudes diversas e a gente pôde se conhecer em torno de um tópico em comum muito importante para nossa sociedade", considera a diretora.

A programação contou também com a exposição de repercussão internacional "Sementes da Esperança e Ação", uma parceria entre a Secretaria de Estado de Educação do Pará (Seduc) com o Instituto Soka Amazônia, a fim de proporcionar reflexões sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), conscientização e ações eficazes nas agendas de meio ambiente e mudanças climáticas.

Texto: Amanda Oliveira / Ascom Seduc