Distrito Federal
28.03.2025A Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SEEDF), por meio da Assessoria Especial da Cultura de Paz, realizou na quarta-feira (26) o workshop “Cultura de Paz e Prevenção à Violência de Gênero no Ambiente Escolar”. O evento contou com a presença de educadores e autoridades para debater estratégias de enfrentamento à violência de gênero nas escolas. A solenidade foi realizada no auditório da Coordenação Regional de Ensino (CRE) do Núcleo Bandeirante.
Estiveram presentes no seminário a chefe da Assessoria Especial da Cultura de Paz, Ana Beatriz Goldstein, a diretora da Escola de Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação (Eape), Linair Moura, o secretário Executivo de Segurança Pública do DF, Alexandre Patury, além da titular da Secretaria de Estado da Mulher do DF, Giselle Ferreira e da coordenadora do Núcleo Judiciário da Mulher (NJM) do Tribunal de Justiça do DF e dos Territórios (TJDFT), juíza Fabriziane Zapata.
Para Ana Beatriz Goldstein,o encontro representou um marco importante na construção de um ambiente mais seguro e acolhedor para a comunidade escolar. “Quero agradecer a presença de todos nesse momento importante, e dizer que educação não se faz sozinha. Eventos como este podem ser multiplicadores de iniciativas bem-sucedidas, trazendo projetos de cultura de paz e tornando momentos significativos para a comunidade escolar”, disse.
O workshop faz parte da Semana Escolar de Combate à Violência contra a Mulher, prevista na Lei Federal 14.164/2021, que inclui ações educativas no calendário escolar entre os dias 24 e 28 de março. Durante os debates, os participantes discutiram a importância da educação na prevenção da violência e na construção de uma cultura de respeito na comunidade escolar.
A secretária de Estado da Mulher do DF, Giselle Ferreira, ressaltou a importância da educação na prevenção da violência de gênero. “O combate à violência contra a mulher começa com a prevenção, e essa prevenção começa na escola. Por isso, não meço esforços para apoiar iniciativas como a ‘Lei Maria da Penha vai à Escola’, que levam conhecimento e conscientização para dentro das salas de aula, ajudando a formar nossos meninos e meninas em uma sociedade mais justa com respeito ao próximo.“, destacou.
Alexandre Patury, secretário Executivo de Segurança Pública do DF, abordou o papel da família na prevenção da violência contra a mulher e na formação de uma cultura de respeito desde a infância.
“É essencial que os pais acompanhem de perto a vida de seus filhos, saibam o que eles acessam nas redes sociais e no celular, e conversem sobre bullying e violência. A escola também tem um papel importante nesse processo, mas a participação da família é indispensável para construirmos uma sociedade mais segura e com menos violência.”
O diretor do Centro Educacional (CED) 01 do Riacho Fundo, Júlio Moronari, participou do workshop e enfatizou o papel essencial da educação no enfrentamento da violência de gênero, tanto dentro quanto fora do ambiente escolar. “A educação tem um papel fundamental no combate à violência de gênero dentro e fora da escola . Assim, vislumbra-se a construção de uma sociedade mais justa, igualitária e livre de qualquer forma de discriminação ou violência.”
O Programa “Maria da Penha Vai à Escola (MPVE): educar para prevenir e coibir a violência contra a mulher” foi criado em 2014 com o objetivo fundamental de estabelecer um regime de cooperação mútua entre os parceiros do Termo de Cooperação visando à atuação em conjunto na divulgação, promoção e formação sobre a Lei Maria da Penha e dos direitos das mulheres em situação de violência doméstica, afetiva e familiar.
A SEEDF e o TJDFT, por meio do Núcleo Judiciário da Mulher (NJM), estão juntos nessa parceria para dar visibilidade às práticas educativas que contribuam para a prevenção e o enfrentamento da violência de gênero nas escolas.
A juíza e coordenadora do NJM, Fabriziane Zapata, ressaltou que a violência de gênero impacta profundamente a vida de meninas e meninos, limitando seu desenvolvimento e comprometendo sua segurança. Segundo ela, é essencial discutir gênero para compreender as estruturas sociais e seus desdobramentos.
“Falar sobre gênero é entender como a sociedade se constitui, quais são as consequências desse processo e o que ele desencadeia. Precisamos aprofundar nosso olhar e reconhecer a realidade em que vivemos, porque fingir que está tudo bem não resolve. O Brasil não é um país de pessoas felizes. É um país extremamente violento — e, principalmente, para meninas, sobretudo meninas negras da periferia.”
Texto: Ícaro Henrique, Ascom/SEEDF
Foto: Mary Leal, Ascom/SEEDF