Educação distribui absorventes higiênicos nas escolas estaduais e beneficia mais de 250 mil estudantes

Pernambuco

03.06.2024

Mais de um 1,5 milhão de absorventes higiênicos estão sendo entregues nas escolas da Rede Estadual de Pernambuco, garantindo dignidade menstrual a mais de 250 mil estudantes. A iniciativa, promovida pela Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco (SEE), é uma resposta à Lei Estadual 18.258/2023, que instituiu o Programa de Distribuição Gratuita de Absorventes Higiênicos. 

Entre outros objetivos, essa política pública pretende evitar que estudantes que menstruam se ausentem das aulas pela falta do absorvente, combatendo a evasão escolar e promovendo atenção integral à saúde dessas pessoas. 

Essa é apenas a primeira remessa de absorventes entregues nas unidades de ensino estaduais. Cada pessoa contemplada receberá três pacotes do produto por mês, com oito unidades por pacote. A quantidade é suficiente para prevenir doenças decorrentes do uso prolongado desse item íntimo. 

Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), muitas pessoas utilizam materiais impróprios para absorver o sangue menstrual. No Brasil, 33% das mulheres já usaram papel higiênico no lugar do absorvente, o que pode resultar em doenças e infecções urogenitais, câncer de colo de útero ou Síndrome do Choque Tóxico. Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) mostram que uma a cada quatro meninas falta à escola no Brasil durante a menstruação.

Dados como esses reafirmam que combater a pobreza menstrual, que é a falta de acesso a produtos de higiene e a outros itens necessários durante o período da menstruação, é uma estratégia direta de combate à evasão escolar de pessoas que menstruam. “Ao implementar essa ação de entrega de absorventes, estamos garantindo que todas as pessoas que menstruam possam frequentar as aulas com regularidade e dignidade, promovendo um ambiente escolar mais inclusivo e equitativo. Essa iniciativa é essencial para assegurar que a menstruação não seja um impedimento ao direito à educação”, defende Cecília Alcântara, coordenadora do Programa Saúde na Escola da SEE.