Sergipe
25.10.2021Visando à biossegurança sanitária no ambiente escolar e à garantia do cumprimento dos protocolos, a Secretaria de Estado da Educação, do Esporte e da Cultura (Seduc), em parceria com o Instituto Gesto, lançou na última terça-feira, 19, o Painel Escola Segura, ferramenta para a notificação de casos e acompanhamento dos protocolos nas escolas estaduais. A nova estratégia soma-se às demais ações empreendidas pela Educação Estadual para garantir o retorno seguro das atividades escolares presenciais. O evento de lançamento contou com palestras do epidemiologista Wanderson Kleber de Oliveira, secretário de Serviços Especiais de Saúde no Supremo Tribunal Federal (STF), e do farmacêutico e bioquímico Lysandro Borges, coordenador da Força-Tarefa Covid-19 da Universidade Federal de Sergipe (UFS).
Durante a abertura do webinário, o superintendente executivo da Seduc, professor José Ricardo de Santana, reforçou que o monitoramento das escolas é uma das prioridades dessa gestão, assim como o retorno seguro associado aos protocolos, os quais estão sendo amplamente utilizados pelas unidades de ensino da rede estadual. “Esse movimento de retorno a gente sempre fez com muito cuidado, seguindo todas as determinações dos órgãos de Saúde, buscando o apoio necessário. Nesse momento, estamos continuando os cuidados, adaptando os nossos protocolos, de acordo com o que a gente acompanha de possibilidade de flexibilização, com o trabalho de monitoramento semanal, não só das condições que as escolas estão colocando, mas também da notificação de casos”.
O Painel Escola Segura deverá ser preenchido semanalmente, por meio de formulário eletrônico, mesmo sem o surgimento de algum caso suspeito ou confirmado. Uma vez realizado o diagnóstico, serão apresentados planos de ação adequados com a situação observada na escola. A notificação de casos suspeitos ou confirmados é importante para garantir as escolas abertas e a segurança dos estudantes e profissionais da educação. A cada página aberta serão agregadas informações sobre a unidade de ensino, a diretoria regional de educação, a quantidade de estudantes matriculados imunizados com a primeira ou segunda dose da vacina contra a covid-19, bem como outros dados. O acesso para a ferramenta será por meio da equipe do Programa Saúde na Escola na Seduc (PSE), em comunicação pelo email: pse.seduc.se@gmail.com.
Escola segura: os cuidados continuam
O epidemiologista Wanderson Kleber de Oliveira foi um dos convidados do webinário promovido pela Seduc. Na sua fala, o gestor, que atua no STF, explanou sobre os números da pandemia, apresentou estudo próprio sobre contaminação, diminuição de óbitos, avanço da vacinação, entre outros aspectos, a exemplo do retorno das aulas. “Embora surtos de covid-19 tenham ocorrido em ambientes escolares, vários estudos mostraram que as taxas de transmissão dentro da escola, quando as várias estratégias de prevenção estão em vigor, são normalmente mais baixas - ou semelhantes - aos níveis de transmissão da comunidade. A redução da transmissão do Sars-Cov-2 em escola e programa de educação infantil são uma responsabilidade compartilhada. Essas entidades podem limitar a transmissão, colocando estratégias em prática e com envolvimento de todos”.
Ele ainda mencionou as lições aprendidas nesse período. “A experiência na maioria dos países ricos não mostra nenhum impacto mensurável da reabertura das escolas no aumento das taxas de transmissão na comunidade, enquanto nas escolas primárias em particular tem havido transmissão limitada entre crianças ou entre crianças e adultos. No entanto, essas experiências ocorrem principalmente em países ricos com taxas de transmissão relativamente baixas e médias básicas de segurança implementadas. A evidência global sugere que as crianças pequenas têm menor suscetibilidade à infecção em comparação com os adultos, com a suscetibilidade geralmente aumentando com a idade, e que as crianças têm menos probabilidade sem os principais transmissores de infecção”.
Quem também contribuiu com o debate foi o professor Lysandro Borges, coordenador da Força-Tarefa Covid-19 da UFS, que tem percorrido os municípios sergipanos para mapeamento da propagação da covid-19 no estado. Durante sua participação ele defendeu a ciência, o Sistema Único de Saúde (SUS) e a importância da testagem, sobretudo a vacinação. “E foi o que o estado de Sergipe fez desde o início da pandemia: ouviu a ciência, os técnicos, as pessoas que poderiam dar algum embasamento de algo novo. Nós acreditamos que o pior já passou, mas estamos num momento de alerta e atenção, porque a pandemia ainda não acabou, só vai acabar quando nós tivermos zero caso e zero óbito por um período prolongado de no mínimo três a quatro meses. Por isso, precisamos continuar avançando na vacinação, usando máscara, mantendo distanciamento físico”, disse ele, elogiando as ações da Seduc no enfrentamento da pandemia no ambiente escolar.
A diretora do Departamento de Apoio ao Sistema Educacional (Dase), professora Eliane Passos, na sua participação destacou os esforços para a continuidade segura das aulas presenciais. “O importante é que a gente siga o nosso lema: um cuidando do outro. E é isso que tem pautado todas as nossas ações para sairmos da pandemia. Espero que esse momento tenha permitido a todos ampliarem os conhecimentos, ficarem tranquilos, esclarecendo eventuais dúvidas para aqueles que porventura ainda tiverem”, disse. A gestora ainda reforçou que as escolas podem continuar consultando os documentos orientadores disponibilizados no site da Seduc. “Estamos sempre no movimento de atualização dos protocolos e demais diretrizes”.
Fazendo o acompanhamento in loco da retomada das atividades escolares presenciais nas escolas sergipanas públicas e particulares, o Departamento de Inspeção Escolar da Seduc (Dies) vem observando o cumprimento das regras estabelecidas para as unidades de ensino. A diretora do Dies, professora Eliana Borges, explicoude que forma esse trabalho está acontecendo. “Nós fazemos visitas diárias às escolas. Nas estatísticas que temos, até hoje, conseguimos acompanhar a atuação de 106 escolas da rede pública, observando que temos um pequeno número de fragilidades, as quais não comprometem o bom funcionamento da escola. Não temos o condão de fazer a vigilância sanitária, mas nós podemos fazer o acompanhamento para ver se as normas estabelecidas e aprovadas pela Vigilância estão sendo cumpridas”, concluiu.