A Secretaria de Educação e Esportes, por meio da sua Secretaria Executiva de Desenvolvimento da Educação (SEDE), realizou, nesta terça-feira (10), a II Mostra de Práticas Exitosas da Educação do Campo 2020, com o tema “Revisitando a Prática Educativa num Contexto Socializador”, na Federação dos Trabalhadores Rurais, Agricultores e Agricultoras, Familiares do Estado de Pernambuco (FETAPE) em Garanhuns, no Agreste. 

Durante todo o dia, cerca de 300 pessoas, entre estudantes e professores de escolas públicas estaduais de turmas da Educação do Campo (EJA), membros de movimentos sociais e entidades como o Serviço de Tecnologia Alternativa (Serta), Fetape, e UFRPE participaram e promoveram apresentações de trabalhos, palestras e oficinas com diferentes temáticas sobre a educação no campo. Ao todo, 79 escolas rurais e 2 quilombolas de 14 Gerências Regionais de Educação (GRE) expuseram suas experiências pedagógicas para os presentes. 

Os trabalhos variaram desde artesanato a produtos da agricultura familiar, como da ex-aluna da Escola Professor Sebastião Rabelo Sobrinho, de São José do Egito, Maria de Lourdes do Nascimento Siqueira, que apresentou o projeto “Alimentação é saúde”. Nele, alunos e ex-alunos da unidade de ensino comercializam alimentos orgânicos na feira da cidade, e o lucro é todo voltado para a associação de moradores da comunidade. “Pra mim, é um orgulho muito grande comercializar as frutas e verduras sem agrotóxicos, tudo produzido pela minha cidade. Precisamos repensar essa alimentação cheia de veneno que a cidade consome, e oferecer qualidade de vida é muito gratificante pra gente”, disse. 

O estudante Antônio João da Rocha e a professora Maria de Fátima da Silva, da Escola Napoleão Araújo, de São José do Belmonte, apresentaram o projeto Farmácia da Terra, que existe desde 2018 na unidade de ensino e vem promovendo um resgate na manutenção da qualidade de vida local com base nos conhecimentos dos moradores mais antigos da região. O trabalho consiste em comercializar ervas medicinais acompanhadas de um informativo com seus respectivos modos de preparo para prevenir e tratar diversas doenças do corpo humano. 

“Nós somos do campo e temos essa cultura medicinal muito esquecida. A nossa ideia é fazer com que a nova geração conheça esses remédios naturais e consuma bem menos os industrializados”, frisou a professora. Além dos trabalhos das escolas, o evento contou com oficinas, exposição de banners e palestras com temas como “As diversas linguagens da educação do campo”, “Agroecologia e as aprendizagens necessárias”, e “Educação do campo - conquistas e enfrentamentos históricos”. 

“A relevância do nosso evento é uma questão social e cultural de identidade dos povos do campo muito grande. Em Pernambuco, essa socialização de saberes entre povos, movimentos sociais e entidades governamentais resulta em um impacto muito positivo nas comunidades rurais onde a escola está inserida. É a valorização e reconhecimento desses trabalhos que estão sendo feitos em regiões rurais do Estado”, acrescentou Jailson Santos, gerente da Gerência de Políticas Educacionais do Campo da SEE.