Em visita à França, o secretário estadual de Educação do Rio de Janeiro, Wilson Risolia, assinou nesta terça-feira (20/11) um convênio com o governo francês para a criação da primeira escola pública bilíngue (Português/Francês) no Rio. A previsão é que as aulas iniciem em fevereiro de 2014, e a nova unidade funcionará no antigo prédio do Museu da Imagem e do Som, na Praça Quinze, que será adaptado e passará por reformas.
O acordo foi assinado com a Academia de Créeéil, uma espécie de Secretaria de Estado na França. Participaram do encontro, além de Risolia; o reitor de Créteil, Willlian Morois; e o inspetor geral para Idiomas Estrangeiros do Ministério da Educação da França, Michel Perez. A partir de 2013, o ensino do Português do Brasil será aceito como oficial pelo Ministério da Educação da França.
“Nossa primeira conversa com o Governo Francês foi em novembro de 2010. Dois anos depois estamos, de fato, assinando o convênio. Será uma escola onde os alunos do estado do Rio de Janeiro aprenderão o idioma, a cultura, as linguagens, as artes, a música francesa”, disse o secretário Wilson Risolia.
“Essa parceria é muito importante para o futuro da França. Queremos trazer escolas brasileiras para a França e esse é o começo. Vamos focar no ensino do idioma francês”, afirmou Michel Perez.
Da parceria constam ações e intercâmbios envolvendo professores e estudantes brasileiros e franceses, que coordenarão o currículo adequado para o aprendizado do idioma e cultura franceses.
Durante a visita à França, o secretário e os servidores da Seeduc estiveram em unidades escolares em diferentes regiões do país.
Na segunda-feira (19/11), a comitiva da secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro visitou duas escolas na periferia de Paris. Uma delas, o Collège Pierre ET Marie Curie de Villiers-sur-Marne, é referência no ensino da Língua Portuguesa, onde 57 dos 478 alunos falam idioma português. Nesta unidade, os estudantes aprendem também o espanhol.
Na outra escola, o Collège Maurice Thorez - com 474 estudantes -, visitada no primeiro dia de trabalho, a equipe de docentes fluminenses conheceu uma realidade diferente, em uma área com violência, tráfico de drogas, imigrantes e desemprego dos pais dos alunos. Essas escolas ficam em regiões chamadas de “Zonas Prioritárias de Educação”. Nessa região de Paris, há alunos de 70 nacionalidades diferentes.
O secretário encontrou-se, ainda, com o presidente da Editora Deyrolle, que desenvolve uma ação com livros didáticos sobre preservação do Meio Ambiente e biodiversidade em escolas francesas.
Na terça-feira (20/11), a comitiva da Seeduc visitou, ainda, a Cidade do Cinema, onde estão as instalações dos Estúdios Besson; a Escola Nacional Louis Lumière; o Liceu Suger de Saint-Denis (1041 alunos); o Liceu Montaleau à Sucy en Brie, que é uma escola de hotelaria; e o Collège Camille Saint Saëns (511 alunos).
Na Escola Louis Lumière, o secretário encontrou a ministra Valérie Fourneyron. A instituição é profissionalizante e conta com 150 alunos. A unidade ensina técnicas de cinema e televisão, passando por sonorização, fotografia e efeitos audiovisuais. Na ocasião, Risolia também conversou com a aluna brasileira da UFF, Ana Carolina Perdigão, que faz intercâmbio na Louis Lumière.
No Liceu Montaleau, os alunos fazem cursos de hotelaria, confeitaria, barman, sommelier, artes, e também estudam os idiomas inglês, francês e espanhol. A escola tem dois restaurantes abertos ao público, onde as refeições são preparadas pelos próprios estudantes.
Hoje (21/11) de manhã, Risolia visita o Liceu Du Gué em Tresmes. À tarde, a comitiva parte para a Região de Meaux, uma área rural a 60 km de Paris, também considerada Zona Prioritária de Educação. O secretário conhecerá o transporte escolar no Collège Camille Saint Saëns. Na unidade, 84% dos alunos utilizam transporte rural e 40% são de baixa renda ou filhos de desempregados.
O colégio utiliza sistema semelhante ao Conexão Educação. Os 38 professores lançam as notas dos alunos no diário tradicional e na internet. Os trabalhos para casa e os comunicados aos familiares também são disponibilizados online, para que os pais acompanhem as atividades escolares e o rendimento dos filhos. Curiosidades:
• O salário mínimo na França é de 1.100 Euros.
• A carga horária de trabalho é de 35 horas semanais.•
Um professor com dez anos de carreira recebe 2.200 Euros.
•O docente que trabalha nas Zonas Prioritárias recebe acréscimo de 100 Euros ao salário.
• Os alunos mais velhos ajudam na mediação de conflitos entre os mais novos.
• O Ensino Médio na França é direcionado para a vocação do aluno como cidadão.
• O professor faz concurso e é obrigado a dar aulas na escola em que o Governo determinar, pelo menos nos cinco primeiros anos de concursado.
• Turmas especiais com alunos de diferentes segmentos fazem aulas de reforço ao menos duas horas por semana.
• Os professores assinam documento se comprometendo a acompanhar os alunos que menos se desenvolveram durante todo o curso.
Ascom/Consed com informações Seeduc Rio de Janeiro