recursos financeiros
10.09.2015
Uma das premissas da boa administração dos recursos públicos
é priorizar como esse dinheiro será usado. A pesquisa de preços é o melhor
caminho para comprar produtos de qualidade com o menor preço. “As 2,1 mil
escolas estaduais do Paraná precisam aplicar esse tipo de gestão para
administrar os recursos estaduais e federais, que mensalmente são depositados
nas contas bancárias dos colégios”, afirma a secretária de Estado da Educação,
Ana Seres.
Somente
de recursos estaduais, o Programa Fundo Rotativo já disponibilizou neste ano R$
48,4 milhões para a compra de materiais de consumo e pequenos reparos nas
escolas. Para garantir que o recurso seja bem utilizado, a lei que rege o Fundo
Rotativo exige que sejam feitos, no mínimo, três orçamentos com empresas do
ramo, antes que a escola compre algum produto ou contrate serviços. O
fundo é um programa de repasse de recursos às escolas estaduais para a
manutenção e outras despesas relacionadas com a atividade educacional.
“Com
esse processo, a escola consegue fazer uma boa administração dos recursos
públicos e, também, movimenta a economia local”, explica Manoel Vicente, chefe
da Coordenadoria de Apoio Financeiro à Rede Escolar da Secretaria da Educação.
“Sempre priorizamos que o recurso do Fundo Rotativo seja aplicado dentro da
economia local, onde a escola está inserida, isso gera renda e emprego. É bom
para escola e para toda a comunidade”, afirma Vicente.
BOM
EXEMPLO - Em Piên, município de 11 mil habitantes, na Região Metropolitana de
Curitiba, o Colégio Estadual Frederico Guilherme Giese é um exemplo de boa
gestão dos recursos financeiros. O colégio tem mil alunos e recebe cotas mensais
do Fundo Rotativo no valor de R$ 2,9 mil.
A
direção designou uma funcionária do quadro administrativo para cuidar de todos
os procedimentos que envolvem as questões financeiras da escola. Sua
responsabilidade não é somente de montar a prestação de contas, mas, também,
realizar pesquisas de preços junto às empresas, controlar a emissão correta das
notas fiscais, lançar no sistema Gestão de Recursos Financeiros (GRF). Desde o
ano passado, a escola mudou a forma como faz a administração dos recursos financeiros.
Quando
o dinheiro do Fundo Rotativo chega é realizada uma reunião para definir as
prioridades do que precisa ser comprado. Maria Danieli Vieira é a agente
financeira responsável por ver o que está faltando e fazer os orçamentos. “Peço
para cada setor uma lista de itens. Para o material de escritório, por exemplo,
converso com as meninas da secretaria, da biblioteca e as pedagogas para saber
do que os setores precisam e as especificações dos materiais. Faço a mesma
coisa com material de limpeza e, então, providencio orçamentos”, explicou Maria
Danieli.
O
colégio optou por fazer a compra fracionada dos produtos. “Essa compra
fracionada é por item. Por exemplo, eu compro sabão em pedra e sabão em pó em
um mercado, papel higiênico e papel toalha em outro, compro pelo menor preço em
cada lugar”, disse a agente financeira.
Maria
Danieli explicou que a escola já recebeu propostas de orçamentos casados, todos
os itens que a escola precisaria comprar, mas o valor sairia bem maior. “Em um
dos casos a compra total sairia por R$ 2 mil, na compra fracionada consigo os
mesmos itens por R$ 1,3 mil a R$ 1,5 mil, uma boa economia para a escola”,
afirmou. Como a compra é a vista, alguns mercados oferecem descontos.
MAIS
TEMPO - A diretora do colégio Frederico Guilherme Giese, Simone Wendrechovski,
afirma que com uma pessoa atuando como agente financeiro ficou mais organizada
a forma de administrar os recursos. “Se fosse para eu fazer essa função teria
que deixar muitas outras coisas de lado. Principalmente o atendimento ao
pedagógico, aos pais e alunos. Então, esse trabalho que estamos fazendo desde
2014 resultou melhoras em tudo”, explicou a diretora.
Os
resultados positivos apareceram tanto na economia quanto na qualidade dos
produtos comprados. “Antes, muitas vezes, a gente fechava somente com uma
empresa e os produtos que chegavam não eram muito bons. O pessoal não gostava”,
disse Simone. A Associação de Pais, Mestres e Funcionários (APMF) também é bem
participativa e acompanha como é a gestão dos recursos no colégio.
BOA
GESTÃO - Ângela Kubersky, responsável pela área de prestação de contas da
Coordenadoria de Apoio Financeiro, explica que a compra fracionada é uma
excelente maneira de as escolas conseguirem uma boa eficiência na gestão
financeira. “Buscar os menores preços em cada comércio, com isso a escola
economiza e terá produtos de qualidade. Também possibilita que várias empresas
participem desse fornecimento”, afirma.