Secretaria da Educação recebe alunos e professores premiados na Olimpíada de Língua Portuguesa

Tocantins

10.12.2019

Josélia de Lima/Governo do Tocantins

A secretária da Educação, Juventude e Esportes, Adriana Aguiar, recebeu na manhã desta terça-feira, 10, os estudantes e professoras que participaram da fase final da 6ª edição da Olimpíada de Língua Portuguesa. Eles estavam em São Paulo, onde participaram da cerimônia de premiação realizada na Casa São Paulo, com a participação da escritora mineira Conceição Evaristo.

Os estudantes e professoras receberam homenagens e falaram de suas experiências e aprendizagens adquiridas durante os encontros presenciais das categorias linguísticas, memórias literárias, crônica, poema, artigo de opinião e documentário.

Participaram da homenagem na Seduc a estudante Ana Beatriz Rodrigues Paes, da Escola Municipal Beatriz Rodrigues da Silva, Palmas; Yêda Maria Oliveira Aguiar, da Escola Municipal Ayrton Senna, de Pequizeiro; Luiz Eduardo Pereira da Silva, da Escola Estadual Joaquim Francisco de Azevedo, de Taipas do Tocantins; Rafael Caxàpêj Krahô, da Escola Estadual Indígena 19 de Abril, Goiatins; Ioneide Ferreira de Souza, do Colégio Estadual Professora Joana Batista Cordeiro de Arraias.

A estudante Ana Beatriz participou da olimpíada, na categoria crônica, com a produção denominada Sempre em busca de luz. Na categoria Poema, representou o Tocantins a estudante Yêda Maria, com o texto Cidade do Tesouro; e em Memórias Literárias, o representante foi Luiz Eduardo, com o texto O pequi nosso de cada dia.

Na categoria Artigo de Opinião, o Tocantins contou com dois representantes: Rafael Krahô, com a produção Meu lugar é um pulmão verde no meio da imensidão acinzentada, e a estudante Ioneide, com o texto A poluição dos rios no Mimoso: tudo vale a pena em nome do progresso?

Também foram recebidas na Seduc as professoras Elaine Cardoso de Sousa, de Arraias; Marilda Belisário da Silva Ribeiro, de Palmas; Cleide Sonia Dutra Souza Pereira, de Pequizeiro; Rosana Ribeiro dos Santos, de Taipas; e Deuzanira Lime Pinheiro, de Goiatins.

A secretária Adriana Aguiar disse que estava muito feliz em receber os estudantes. “Tivemos uma representação da diversidade da nossa educação, com alunos que retrataram a Capital e suas características, estudantes que falaram de suas cidades, de suas culturas, vindos de escolas indígenas, de escolas quilombolas e de unidades de ensino municipais. Tivemos textos riquíssimos, bem elaborados, que demonstrou o potencial de cada aluno. Agora, vocês devem fazer a diferença na escola, compartilharem suas experiências e aprendizagens, para que outros estudantes e outras escolas também participem”, esclareceu.

Experiência premiada

A educadora Deuzanira ficou entre as quatro professoras que apresentaram o melhor relato de experiências. “Trabalho numa escola bilíngue e intercultural, e foi um desafio, participar da Olimpíada de Língua Portuguesa, mas o nosso aluno Rafael Krahô se superou. Esteve em todas as aulas que marcamos para estudar as categorias literárias. Um esforço que valeu a pena. No relato, coloquei a essência da escola e da cultura indígena”, contou. E sobre a participação da olimpíada, Deuzanira disse estar feliz pelo sucesso da escola pública. “A educação de fato transforma. Eu participei pela primeira vez da olimpíada e chegamos lá. Isso mostra que é possível realizar os nossos sonhos”, frisou.

A professora Cleide, que trabalha numa escola da rede municipal de Pequizeiro, falou da homenagem. “Esse momento representa a valorização do nosso trabalho. Ensinamos com amor e dedicação”.

A professora Marilda Belisário, que já tinha participado de outras edições da olimpíada, disse que estava emocionada com as homenagens. “É uma alegria ver a educação valorizada. Ao chegar a Palmas, fomos recepcionados com carinho. Até chegar nessa etapa final, passamos por um processo de estudos e de produção de textos. Às vezes, temos que trabalhar com os alunos para que eles se sintam motivados para participar das olimpíadas. A estudante Ana Beatriz escreve desde criança e retratou Palmas numa forma poética e com humor”, comentou.

A professora Rosana contou que a sua maior alegria é ver o sucesso dos estudantes na olimpíada. “A recompensa é vê o desempenho dos estudantes durante a realização das etapas da olimpíada. Ficamos muitos felizes por mais essa experiência”, contou.

Elaine também ficou encantada com os resultados. “Foi uma experiência maravilhosa, vê o trabalho sendo reconhecido, é motivador trabalhar com o projeto de vida. Agora, estamos levando a mensagem para os colegas, que participem das olimpíadas científicas e realizem seus sonhos”, ressaltou.

Estudantes contam suas experiências

A estudante Yêda Maria contou que aproveitou as belezas da cidade de Pequizeiro para contar sua história. “Por meio das flores do pequi, dos ipês, mostramos a história da cidade, que nasceu por causa dos garimpos e que, atualmente, presenciamos uma destruição do meio ambiente em nome do progresso”, frisou.

O estudante Rafael Krahô explicou que o seu texto é um alerta para as questões da poluição. “Participar da olimpíada representou o maior presente que recebi em minha vida, e ainda podemos falar de nossa cultura e do amor e respeito que temos pela natureza”, afirmou.

Ana Beatriz, aluna de Palmas, disse que voltou de São Paulo com mais vontade de ajudar a melhorar o mundo. “Percebemos que temos voz sobre essa geração e condições de transformar, de mudar. Comecei a escrever cedo, mas guardava o que escrevia, com receio de mostrar a alguém. Com a olimpíada, percebemos que temos espaço para expressar os nossos sentimentos, emoções”,

O estudante Luiz Eduardo explicou que escreveu sobre histórias contadas por seus familiares sobre o pequi, mas que está percebendo que muitos pés de pequis estão sendo derrubados. “O pequi que representa um fator tão importante para a nossa cultura poderá no futuro ser extinto, com as áreas sendo utilizadas por outras culturas”, alertou.

Com medalhas de bronze e prata, com experiências de duas viagens a São Paulo e das visitas a locais históricos e culturais da maior cidade do País, os estudantes trouxeram na bagagem o desejo de estudar ainda mais.