Secretaria da Bahia promove ação pedagógica para discutir educação antirracista e inclusão social

Bahia

17.11.2021

Dentro da programação de atividades que integram o mês da Consciência Negra, a Secretaria da Educação do Estado (SEC) – em parceria com a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial do Estado (SEPROMI), o Fórum das Entidades Negras de Salvador e as unidades escolares da rede estadual de ensino – promoveu, nesta quarta-feira (17), a live “Cultura, memória e ações afirmativas em articulação com a Educação Básica”. A ação pedagógica está contemplada na programação geral do Novembro Negro, que visa o fortalecimento da implementação da Lei nº 11.645/08 (esta altera a Lei nº 10.639/03), para uma educação antirracista, na perspectiva de romper as práticas coloniais que ainda vigoram na sociedade e que promovem exclusão social.

Mediada pela professora Josilene Sales, especialista em Gestão Escolar e coordenadora de Ensino Médio da SEC, a live foi aberta pelo subsecretário Danilo Melo, que ressaltou a importância de uma educação antirracista contra o racismo estrutural. “Diversas ações afirmativas estão sendo realizadas para que possamos, de uma vez por toda, romper com as grandes injustiças, entre elas o racismo. Temos que pensar de uma forma proativa em uma cultura que ressalte a dignidade humana e que promova a igualdade étnicorracial. Precisamos construir cada vez mais esta agenda no sentido da inclusão da população negra da Bahia no conjunto das oportunidades educacionais, que é fundamental para que exista democracia na sociedade”.

O jornalista, escritor e membro da Academia Baiana de Letras, Emiliano José, falou sobre a Lei nº 14.173/2019, que definiu a 4 de novembro como o Dia Estadual de Combate à Tortura. “Alegro-me em ver a Secretaria da Educação do Estado trabalhando em uma linha de desenvolver a educação a cultura antirracista. Todos nós temos o dever de fazer o mesmo no Brasil, porque nenhum país passa impunemente por mais de 350 anos de escravidão. As marcas são profundas e estão presentes nas diversas estruturas políticas, econômicas e sociais, bem como no pensamento. É um dever de todos os educadores paulofreidianos estabelecer um diálogo com a juventude visando educá-la para o combate à violência”, disse.

Representando os estudantes da rede estadual de ensino, Leideane Silva Santos, 3º ano do Colégio Alberto Valença, no bairro de São Gonçalo, em Salvador, contou sobre a evolução do seu empoderamento, a partir da formação em Direitos Humanos. Participei do curso em 2018 e 2019, oferecido pelo Instituto Cultural Steve Biko, em parceria com a minha escola, e esta oportunidade chegou em um momento muito especial e me proporcionou um conhecimento e impacto na minha vida de uma forma inesperada. A partir dessa formação, ganhei consciência e autoestima. Hoje, me olho no espelho e me sinto forte, bonita e empoderada”. 

O encerramento da live ficou a cargo da superintendente de Políticas para a Educação Básica da SEC, Manuelita Brito. “No dia 24/11, às 15h, também no Canal da Educação Bahia, vamos realizar uma nova live para dar seguimento ao debate sobre racismo estrutural e políticas públicas afirmativas para fazer o enfrentamento do racismo que tem que acontecer na escola e a Secretaria da Educação tem esse papel de indução, mas é na escola que essa mudança de pensamento acontece”. 
  
Participaram também o coordenador do Olodum e ex-estudante da Escola Criativa do Olodum, Rafael Manga, que falou sobre a sua experiência de 38 anos com educação e cultura; o professor George Oliveira, do Instituto Cultural Steve Biko, que abordou a educação como ponte para o Ensino Superior; o arte-educador Raoni Garcia, destacando a trajetória de Januário Garcia, que usava a fotografia como um instrumento social e foi mais uma vítima da Covid-19; e o músico e professor da Escola Parque, Davi Santana, que fez uma apresentação musical.