Resultados de avaliação orientam país sobre pedagogias mais apropriadas para evoluir

Avaliações

18.09.2015

Com os dados da Avaliação Nacional de Alfabetização (ANA), divulgados nesta quinta-feira (17/09), o Ministério da Educação tem um retrato dos problemas para poder agir, em conjunto com as redes estaduais e municipais de ensino. “Esses dados, uma vez entregues a cada rede de educação e a cada escola, vão indicar muito bem aos responsáveis onde deve ser a intervenção pedagógica principal”, afirmou o ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, em entrevista coletiva para apresentar os resultados da aferição. “É por isso que a avaliação não é tanto um ranking, não é uma ocasião de punição, é uma orientação. ”

Foram avaliados pela ANA, em novembro do ano passado, 2.456.132 estudantes do terceiro ano do ensino fundamental. O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Chico Soares, destacou que, na escola, o foco deve ser o aprendizado dos alunos. Os dados da ANA, segundo ele, oferecem um importante referencial. “Esse é um dado de avaliação que pode impactar o concreto da sala de aula”, disse. “Na educação, o que interessa é o aprendizado — você pode ser melhor do que eu, desde que nós dois aprendamos.”

Também participou da coletiva, representando do Consed, Júlio Gregório, secretário de Educação do Distrito Federal disse que os dados apresentados apontam caminhos para a gestão das redes de ensino, especialmente, para a gestão da escola. Para ele “é preciso construir novas e melhores metodologia e que elas sejam elaboradas a partir da reflexão dos dados apresentados”.

Em relação a meta 5 do PNE, que aponta alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o final do 3º ano do Ensino Fundamental, ele disse que é preciso fazer uma forte intervenção pedagógica. Sobre o avanço gradual do desempenho nos resultados da alfabetização de forma geral o secretário considera fundamental a valorização do profissional da educação. “É preciso encorajar os professores para superar os desafios”, ressaltou.

O secretário-executivo do MEC, Luiz Cláudio Costa, afirmou que os dados apresentam desafio real, que precisa ser alcançado. "É possível chegar aonde queremos porque tivemos um avanço. Nem o melhor dos Estados consegue alcançar meta 5 do PNE da universalização da alfabetização sozinho”.

A ANA de 2014 indica a necessidade de o país evoluir nos índices de alfabetização dos mais de 20% dos estudantes que estão no nível 1 (alunos provavelmente capazes de ler palavras com estrutura silábica canônica, não canônica e ainda que alternem sílabas canônicas e não canônicas) em leitura e matemática e dos 35% que ainda não conseguem escrever textos. Os dados da avaliação confirmam a influência de fatores alheios à escola no processo de ensino-aprendizagem, principalmente a desigualdade social.

Avaliação Nacional de Alfabetização — A ANA é realizada nas escolas públicas que tenham, matriculados, estudantes no terceiro ano do ensino fundamental. Em 2013, 55.836 escolas participaram da avaliação. Em 2014, foram 49.791. A avaliação integra o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa, compromisso firmado pelos governos federal, estaduais e do Distrito Federal e administrações municipais. A meta central é assegurar que todas as crianças estejam alfabetizadas aos oito anos de idade até o fim do terceiro ano do ensino fundamental.

com informações do MEC e do Inep