Consed
28.06.2017O presidente do Consed e secretário de Educação do Ceará, Idilvan Alencar, participou do 1º Congresso de Jornalistas de Educação, que ocorre em São Paulo. Ao lado dos presidentes da Undime, Aléssio Costa, do Todos Pela Educação, Priscila Cruz, e da Campanha, Daniel Cara, ele falou sobre a “Educação em tempos de incerteza”.
Idilvan começou dizendo que os Estados tem medo do Mec. “E faz medo mesmo. Os estados tem uma dependência muito grande das transferências voluntárias, então brigar com o Mec é perigoso. No entanto, quando me candidatei e fui eleito presidente do conselho, o meu primeiro movimento foi me distanciar um pouco do Mec, uma distancia regulamentar mínima que faz bem às instituições. Não sou de briga, mas me desloquei”, destacou.
Sobre a Reforma do Ensino Médio, “que já nasceu com o pecado original de ter sido feita por medida provisória”, Idilvan ressaltou que ela já está posta, mas longe de ser implementada. “Se a reforma só pode ser implementada após a aprovação da base, pra quê essa pressa, que tumultua o ambiente escolar? Na melhor das hipóteses, em 2019, teremos uma base aprovada.”
“Falam muito que o aluno agora terá oportunidade de escolha, cinco opções de escolha, o que é muito bom. O problema é que os estados terão que contemplar essas escolhas. É onde começa o dilema. Por exemplo, tenho a impressão que muitos alunos vão preferir a educação profissional e os estados não terão como ofertar esse itinerário porque não tem dinheiro”, continuou.
Ele também falou que a reforma do Ensino Médio poderia ser chamada de reforma do Currículo do Ensino Médio, “porque Ensino Médio não é só currículo. Resumir a discussão ao currículo é empobrecer o Ensino Médio”, ressaltou.