Rede estadual de Alagoas fortalece laços afetivos entre mães e filhos

Alagoas

12.05.2019

Texto de Ana Carolina Lima

Um amor inigualável, um colo insubstituível e um acalento que só elas trazem são alguns dos elementos que diferenciam as mães das demais pessoas do mundo. A preocupação que as mães têm com seus filhos perpassa por diversas instâncias da vida, dentre elas a educação, importante para o desenvolvimento psicossocial e base fundamental para o futuro de crianças e adolescentes. Baseadas na importância da melhor opção de ensino, Genilma Barros, Elisá Ferreira, Ana Carla Damásio e Nadja de Oliveira escolheram a rede estadual para a educação de seus filhos e netos, no caso da última.

Genilma Barros é Gerente de Desenvolvimento da Gestão das Unidades de Ensino da Rede Estadual na Secretaria de Estado da Educaçao (Seduc) e se dedica à educação desde 2001. Vinda de uma família de educadoras, não teve dúvidas ao escolher a rede estadual para a sua filha, Gabriele Barros, cursar o Ensino Médio. A única dúvida que passou por sua cabeça foi se ela continuaria estudando em Pilar, onde moram, ou se iria para o Cepa. A junção de uma boa equipe pedagógica e a praticidade de estarem no mesmo complexo ganhou e Gabriele foi matriculada na Escola Estadual Princesa Isabel, praticamente ao lado do local de trabalho da mãe.

“A verdade é que a gente acredita muito no ensino público. Sou professora da rede estadual e sei o quanto já se avançou em relação à organização e o fazer pedagógico nas escolas. O avanço foi tamanho que quando a Gabriele estava na transição para a 1ª série do Ensino Médio eu tinha opções dentro da rede. Onde eu moro tem escolas, inclusive de ensino integral de excelente qualidade, mas como passo o dia aqui trabalhando e sei do trabalho da Escola Princesa Isabel, sei do compromisso da equipe, preferi trazê-la para cá, pois fica perto de mim”, destaca.

Até o ano passado, Gabriele Barros era aluna de uma escola particular. No Princesa Isabel, unidade de período integral, a estudante participa de duas eletivas à sua escolha e do clube juvenil. “Com as eletivas e o clube juvenil, podemos optar pelas que nos agradam e nos identificamos. Não tive nenhum receio em mudar para uma escola pública, os estudantes são como todos os estudantes que encontramos em todas as escolas. O Princesa é uma escola como todas as outras”, conta.


Credibilidade - Em situação idêntica, Elisá Ferreira e Ana Carla Damásio, coordenadora e professora na Escola Estadual Rotary, no Tabuleiro do Martins, respectivamente, retiraram seus filhos da rede privada e os matricularam na instituição onde trabalham. Para as duas, o fator que determinou a mudança foi a confiança na qualidade de ensino que encontrou na escola onde atuam. A credibilidade foi a palavra-chave da decisão.

“Costumo dizer que os melhores professores e a melhor equipe pedagógica está aqui na Rotary. A credibilidade é a razão que faz com que uma mãe ou um pai levem seus filhos para o ensino público. Como eu já trabalhava aqui, conheço a equipe e acompanho o que está acontecendo> Temos uma estrutura pedagógica muito boa, e, por isso, trouxe o Luís Vinícius sem pestanejar”, diz Elisá.


Para a professora Ana Carla, a logística também influenciou na mudança da rede privada para a rede pública. A necessidade de estudar e a praticidade de ambas irem para a mesma unidade fez com que sua filha, Maria Clara, passasse a frequentar a Rotary desde o 2º ano do Fundamental. Lá, ela notou o grande desenvolvimento artístico por parte de Maria Clara, que agora está no 5º ano.

“Ela gosta muito de cantar, de falar, então sempre está se apresentando nos projetos que desenvolvemos ao longo do ano. Eu deixo sempre bem claro que não é porque ela é minha filha que ela tem alguma preferência para ser escolhida, ela tem que esforçar e se destacar para isso. E para ela, esse viés artístico é natural, só participa dos trabalhos se ela se identificar com eles e estiver confortável”, relata.

Maria Clara e Luís Vinícius concordam que a adaptação na rede pública aconteceu de forma fácil e tranquila – ambos já frequentavam a unidade quando acompanhavam suas mães ocasionalmente. “Não tinha muitas amizades na minha antiga escola, então eu perguntei para minha mãe se eu poderia estudar aqui. E aqui os alunos são legais, os professores também e as aulas são dinâmicas. Gosto bastante de estudar na Rotary”, conta Luís Vinícius.


Carinho em dobro – Dizem que avó é mãe duas vezes e Nadja de Oliveira Marinho, pensando na evolução de seu neto, David Emanuel Marinho, levou-o para a Rotary, onde trabalha como auxiliar de serviços diversos. Nadja afirma que a relação entre os dois ficou mais forte, pois vão juntos para a unidade e, com isso, se tornaram ainda mais próximos.

“Nos tornamos mais próximos porque nos vemos todo dia, mas, a partir do momento que pisamos na escola, ele é aluno e eu funcionária, não interfiro em nada do que acontece com eles. Eu recomendo a Rotary para todo mundo, aqui tem uma preparação ótima”, declara.

Ao contrário dos demais, David Emanuel já estudava em escola pública. O garoto diz que a mudança aconteceu como uma simples troca de unidade e recomenda o ensino público para todo mundo. “Aqui é uma escola muito boa, os professores ensinam muito bem e nos ajudam.Estudar na escola onde minha avó trabalha é como estudar em qualquer outra escola. Convivemos mais, mas nossa relação não influencia como somos aqui dentro”, conclui.