Alagoas
30.07.2024A Rede estadual de ensino celebrou as 76 medalhas obtidas na edição 2023 da Olimpíada de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) com conquistas históricas.
Pela primeira vez, um representante dos povos indígenas foi medalhista da competição e uma estudante do sexo feminino foi a segunda alagoana a conquistar o ouro em 18 anos de história da olimpíada. A cerimônia de premiação aconteceu na última quinta-feira (25) no auditório da Reitoria da Universidade Federal de Alagoas (Ufal).
FAZENDO HISTÓRIA
Aluno da Escola Estadual Pajé Miguel Selestino, de Palmeira dos Índios, Aurinã da Silva Queiroz é o primeiro representante dos povos indígenas de Alagoas a ganhar uma medalha na OBMEP. Ele foi bronze no nível regional, que premia os melhores desempenhos por estado.
“Como indígena do povo Xukuru-Kariri, estou muito feliz. A OBMEP me incentivou a aprender as áreas mais avançadas da matemática, como geometria, álgebra, etc. Essa premiação é um grande avanço para mim e para a Escola Estadual Indígena Pajé Miguel Selestino da Silva”, celebra o jovem.
O diretor da instituição, Gecinaldo Soares Queiroz, também comemora o feito de Aurinã. “Estamos felizes por um dos nossos estudantes, de modo geral, representar tantos outros estudantes indígenas de Alagoas. Acreditamos no valor da educação indígena, no agir ético, na defesa de nossa cultura, no reconhecimento dos saberes tradicionais, na garantia do território, de sonhos e projetos, do currículo que realizamos”, afirma.
MENINOS DE OURO
Estudante da Escola Estadual Noel Nutels, de Maceió, Lara Ilkeliane Leite fez história como a segunda alagoana a conquistar a medalha de ouro em 18 anos de história da olimpíada. A primeira foi outra aluna da rede estadual: Gabriela Sousa, da Escola Estadual Almeida Cavalcanti, de Palmeira dos Índios, ouro em 2021.
“Estou muito feliz. Isso mostra que nós, meninas, podemos fazer o que quisermos e conseguirmos grandes feitos. Não importa sua condição financeira, nem de onde você veio. Se você se esforçar, você será recompensado”, frisa Lara, que foi ouro nos níveis nacional e regional da olimpíada.
Outro medalhista de ouro foi Isac Vinicius Xavier, que recebeu a medalha pela Escola Estadual Alberto Torres. “É uma honra ser premiado na OBMEP, a maior olimpíada científica do país com mais de 18 milhões de inscritos. Este ouro nos traz muitas oportunidade”, afirma o jovem que coleciona 13 ouros em diversas olimpíadas de conhecimento.
RECORDE
Já o Colégio Tiradentes da Polícia Militar – Unidade Agreste, comemorou o recorde de premiações nas olimpíadas: foram dez medalhistas, dos quais cinco tiveram medalha regional e nacional e outros cinco apenas medalhas regionais.
Uma delas é a estudante Letícia Bispo, prata nos níveis nacional e regional da OBMEP. “Receber uma medalha de uma das olimpíadas mais renomadas do país é uma grande honra pra mim. Significa um importante marco na minha carreira estudantil como forma de reconhecimento dos aprendizados que adquiri com meus esforços”, declara Letícia, que foi bronze em 2021 e , atualmente, está na 1a série do ensino médio.
Direção e professores também celebram as conquistas na olimpíada. “O resultado da OBMEP 2023 é resultado de um trabalho em equipe e articulado entre os professores da área, os demais professores e nossos alunos. Muito feliz e orgulhosa de fazer parte desta grande equipe”, afirma a diretora pedagógica Tatiana Lessa.
“Estas medalhas são consequência de um esforço e engajamento de alunos e professores de toda a escola”, complementa o professor Messias Antônio, que leciona matemática na instituição.
DESEMPENHO DA REDE ESTADUAL
Setenta e seis estudantes da rede estadual de Alagoas receberam medalhas na cerimônia do último dia 25 – dos quais 7 são de ouro, 17 são de prata e 52 são de bronze. Ao todo, 314 estudantes de escolas públicas e privadas de todo o estado foram premiados no evento.
“A OBMEP tem efeitos positivos na família e no desempenho dos estudantes, melhorando também os índices educacionais das escolas participantes. E é muito importante valorizarmos cada uma destas conquistas. Nas provas da segunda fase, todos os estudantes do Brasil competem entre si e, para se ter ideia, 1 em cada 340 alunos conquista uma Menção Honrosa; 1 em 2770, o bronze; 1 em 9000, a prata e 1 em 36000 o ouro”, calcula o coordenador da OBMEP em Alagoas, Adelailson Peixoto, do Instituto de Matemática da Ufal.
A rede estadual de ensino de Alagoas teve seu melhor desempenho na história da OBMEP nesta edição, somando quatro medalhas de ouro na etapa nacional da competição. Nos 18 anos de existência da olimpíada, o melhor resultado das escolas estaduais havia sido duas medalhas de ouro na edição 2019 e outras duas na edição 2021.
Representando a Seduc na cerimônia, o superintendente de Políticas Educacionais Ricardo Lisboa também faz uma análise positiva dos resultados de Alagoas na OBMEP 2023.
“Alagoas cresce nas olimpíadas de conhecimento a cada ano e, no caso da rede estadual, pela primeira vez, tivemos quatro escolas premiadas com ouro. E uma destas medalhas foi de uma menina, a Lara, da Noel Nutels. Isso é exatamente o que estamos buscando na nossa parceria com o Unesco, onde pretendemos aumentar a participação de nossas alunas nas áreas de matemática, ciência, tecnologia e inovação”, pontua.
Ana Paula Lins / Ascom Seduc Fotos: Alexandre Teixeira / Ascom Seduc