Mato Grosso
11.05.2022A pandemia de Covid-19 desencadeou aumento de 25% na prevalência de ansiedade e depressão em todo o mundo. Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde, os jovens foram as maiores vítimas. A queda no rendimento escolar foi um reflexo imediato, contribuindo para diminuição do índice da aprendizagem.
Por conta disso, a Secretaria de Estado de Educação (Seduc-MT), por meio da Coordenadoria de Saúde e Segurança – COSS e do Programa ERA, ligados à Secretaria Adjunta de Gestão de Pessoas, intensificou o trabalho preventivo com orientações aos profissionais da Educação, por meio de cartilhas sobre Saúde Mental, além de palestras direcionadas a estudantes buscando proporcionar um ambiente seguro e acolhedor.
Para a Seduc, pais, educadores e gestores educacionais precisam ficar atentos aos alertas. Falta de concentração, queda no desempenho escolar e perda de interesse nas atividades em classe são alguns dos sintomas que estudantes com depressão apresentam no ambiente escolar. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), um em cada cinco adolescentes sofre com problemas de saúde mental, sendo a depressão a principal delas.
O transtorno afeta o desenvolvimento psíquico dos indivíduos, comprometendo a aprendizagem e o relacionamento familiar, assim, pais, responsáveis e gestores das escolas devem ficar atentos aos sinais da doença. “Em meio a essas situações, fica evidente a importância do suporte familiar, do acolhimento, do incentivo às atividades de lazer, do estabelecimento de uma rotina saudável”, alerta a psiquiatra Danielle Admoni.
A depressão é uma doença psíquica crônica caracterizada pela tristeza profunda e falta de interesse as atividades cotidianas. A psicóloga do Núcleo de Mediação e Conflitos Escolares, que é ligado à Secretaria Adjunta de Gestão Educacional, Zulmira da Silva Trindade, explica que a combinação de fatores genéticos, psicológicos e sociais desencadeiam o surgimento da doença, que acomete em grande parte pessoas entre 16 e 24 anos.
O fato é que, durante a pandemia da Covid-19 suscitou o aumento de problemas psicológicos entre os jovens, que ficaram muito tempo isolados e sem contato com os colegas. “É importante que os pais e a escola fiquem atentos ao comportamento dos estudantes para que possam intervir o quanto antes se necessário”, destaca a psicóloga.
Entre os principais sintomas da doença estão problemas alimentares (perda ou ganho de peso excessivo), falta de entusiasmo, insônia e baixa autoestima. Já no ambiente escolar, os sinais mais comuns são falta de concentração, queda no desempenho escolar, falta de interesses nas atividades, isolamento social, faltas frequentes à sala de aula e irritabilidade.
A psicóloga Zulmira Trindade ressalta que o diagnóstico precoce evita o agravamento da doença e acrescenta que o acompanhamento com profissionais da saúde é essencial para esse processo.
Texto de Rebeca Cruz com supervisão de Rui Matos.