Protagonismo juvenil é incentivado nas escolas públicas do Pará

Protagonismo Juvenil

27.11.2017

Na Escola Estadual Frei Daniel, no bairro do Guamá,  um grupo de estudantes notou que alunos sentiam dificuldades em assistir as aulas por que esqueciam ou perdiam suas canetas. Então, o grupo decidiu montar o Clube da Caneta, em que o estudante que estiver sem caneta pode emprestar uma e devolvê-la ao final de suas aulas. “Hoje, não falta mais caneta para eles estudarem”, relatou a aluna Andressa Rodrigues, 18 anos, do 1º ano do Ensino Médio, da coordenação do Clube da Caneta, com orientação da professora de referência, Renata Oliveira.

Essa iniciativa integra os resultados do uso da metodologia Agente Jovem do Projeto Jovem de Futuro (PJF) desenvolvido pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc) em conjunto com o Instituto Unibanco, desde 2015, no Pará.

O projeto do Clube da Caneta foi apresentado, nesta sexta-feira (24), no Fórum Agente Jovem, promovido pela Coordenação Estadual do PJF no Pará, no auditório da Escola Estadual de Ensino Técnico Professor Anísio Teixeira, no bairro do Umarizal, em Belém. O Fórum reuniu 300 dos 600 agentes jovens em escolas da Grande Belém.

O Projeto Jovem de Futuro atua na melhoria da gestão escolar, por meio de metodologias específicas, incluindo a do Agente Jovem, com o objetivo, entre outros, de tornar a escola mais atraente ao jovem, evitando, assim, que abandonem os estudos. No total, são 154 escolas atendidas em 11 municípios, com 2.162 agentes jovens e 231 professores de referência. A coordenação estadual reúne os professores Michelli Alves e Carlos Saldanha, da Secretaria Adjunta de Ensino da Seduc.

O Jovem de Futuro conta com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e integra o Programa de Melhoria da Qualidade e Expansão da Cobertura da Educação Básica. O Fórum  Agente Jovem foi realizado no município de Altamira no dia 14. No dia 23, reuniu agentes das USEs 14 a 20 da Grande Belém. Até o final deste ano, haverá fóruns em Santarém, Castanhal e Marabá.

Outra iniciativa de estudantes, apresentada no Fórum, é o projeto Cinema na Escola, desenvolvido na Escola Estadual Celso Malcher, no bairro da Terra Firme. Integrante do projeto, a aluna Michelly Almeida, 19 anos, do 3º ano do Ensino Médio, contou que a ideia de exibir filmes na escola foi uma estratégia para promover o olhar crítico dos estudantes sobre a realidade.

“O grupo de alunos da escola que participou da Gincana Literária Feira Pan-Amazônica do Livro deste ano (promoção da Secretaria de Estado de Cultura), no Hangar, permaneceu unido, e, então, veio o PJF para a escola ‘Celso Malcher’. Daí surgiu o projeto de levar cinema para a escola. Até agora, apresentamos seis filmes aos alunos”, relatou Michelly.

Ela obteve o primeiro lugar no concurso de redação da Gincana Literária da Feira do Livro em maio deste ano. Estudantes e o professor de referência Waldinei do Carmo de Souza apresentaram um vídeo com depoimentos de estudantes sobre o Cinema na Escola.

A estudante Glenifer Pinheiro, 22 anos, do 3º ano do Ensino Médio, é agente jovem na Escola Estadual Justo Chermont, no bairro da Pedreira. “Nós organizamos o Intervalo Cultural, que é o projeto de abrir um espaço no intervalo das aulas, com microfone e caixa de som e microfone para que os alunos cantem e participem de atividades culturais. Isso é uma forma de integração da comunidade escolar”, ressaltou.

Com supervisão da professora de referência Arlene Lopes, e partir da experiência do Intervalo Cultural, os alunos também partiram para organizar um happy hour em um final de semana na escola por ano. “Em dezembro, vamos promover o 1º Show de Talentos da escola, a partir do Intervalo Cultural”, afirmou Glenifer.

No fórum, alunos da Escola Augusto Montenegro, apresentaram número musical “A Lenda do Açaí’. O aluno deficiente visual Carlos Augusto Lopes, da Escola Estadual Eunice Weaver, garantiu o fundo musical ao teclado no café da manhã dos estudantes, antes da programação de palestras, com professores especialistas e representante do Programa Pro Paz Juventude, Raimundo Rodrigues, e gestores de USEs.


Texto: Eduardo Rocha (Ascom/Seduc)

Fotos: Rai Pontes (Ascom/Seduc)