Projeto realizado por alunos de Umbaúba é selecionado para a Feira Brasileira de Ciências e Engenharia em São Paulo

Sergipe

31.10.2019

Os estudantes do Colégio Estadual Dr. Antonio Garcia Filho, localizado na cidade de Umbaúba, foram selecionados para apresentar o projeto “Casa de Farinha – A  contextualização do ensino de química a partir da mandioca”, na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), que acontecerá em março de 2020 na capital paulista.

Com um grupo formado por três professoras e dez alunos, o colégio venceu o segundo lugar geral durante a 9ª Feira Científica de Sergipe (Cienart), que reuniu mais de cem projetos das escolas da rede estadual e outras unidades de ensino no mês de setembro passado, na Universidade Federal de Sergipe. O evento acontece todos os anos com o objetivo de popularizar a ciência nas escolas e desenvolver produtos pelas mãos dos estudantes da rede pública.

Para o superintendente da Secretaria de Estado da Educação, do Esporte e da Cultura (Seduc), Ricardo Santana, o movimento em torno da realização de feiras científicas, como a Cienart, modifica o pensamento do aluno e dos professores quando da visualização da ideia em forma concreta. “A escola pública não é apenas um espaço de ensino; ela é um ambiente de geração de conhecimento”, concluiu.

Embora o campo das ciências exatas, humanas e biológicas tenha se tornado uma área temida por um número considerável de estudantes, um bioplástico foi produzido pelas turmas do Ensino Médio a partir do projeto de Iniciação Científica Jr. contemplado pela unidade.

A professora orientadora de química, Darcylaine Martins, explica que enfrenta certa dificuldade para demonstrar aos estudantes a presença daquilo que envolve a química no dia a dia deles. Porém, o trabalho de campo viabiliza uma metodologia eficaz para a absorção do conteúdo. “A participação dos nossos alunos em feiras fora do estado faz com que eles percebam a importância do trabalho desenvolvido aqui em Sergipe e acabam se interessando mais pela pesquisa”.

Os jovens foram responsáveis por todo o processo de construção do bioplástico, cuja metodologia incluiu ir até a roça para compreender in loco como a mandioca é cultivada pelos agricultores da região, compreendendo a importância da comunidade local no polimento do conhecimento científico dos estudantes.

O aluno Adriel Ribeiro, do 2º ano, foi um dos alunos de Darcylaine que criou o bioplástico, resultado de uma solução que mistura cascas de mandioca, encontradas nas casas de farinha, com o amido extraído dela, o polvilho e a água. O plástico biodegradável só é possível mediante dois processos químicos: a gelatinização e a retrogradação. “O foco do nosso projeto é substituir os saquinhos plásticos das mudas, que são muito utilizados na agricultura da nossa cidade, visando eliminar o problema do lixo. Buscamos solucionar essa situação de maneira sustentável e inteiramente ecológica”, explicou.

Representarão Sergipe os alunos bolsistas do Programa de Iniciação Científica Jr. Júlia Nunes Cardoso, do 3º ano; Jian Nascimento dos Santos, também do 3º ano, e Nallanda Victoria dos Santos Martins, do 2º ano.