Santa Catarina
11.09.2019“Aventuras com os Pôneis Mágicos” é o título do primeiro livro de Kauana Brighenti, que aos 13 anos foi diagnosticada com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Kau, como é carinhosamente chamada, tem 19 anos e está cursando o 3º ano do Ensino Médio na EEB Profª Geni Comel, de Chapecó.
A estudante ingressou nessa escola em 2017 e passou a ter apoio de toda equipe escolar para se adaptar e criar vínculos no ambiente. Em sala de aula, foi proposto que ela escrevesse sobre algo que gostasse para participar de uma feira pedagógica. Kau ama animais e escolheu contar histórias de aventuras imaginárias ao lado de pôneis mágicos. Foi com esse trabalho que o livro começou a se materializar.
Após a feira, a professora Silvana Weiser se encontrava com a aluna duas vezes por semana, no contraturno, horário do atendimento educacional especializado. Ela propôs para Kauana continuar escrevendo a história, mas sair do mundo imaginário dos pôneis e os trazer para o mundo real. Essa ideia fazia parte do projeto “Desenvolvendo e Avaliando Criatividade e Pensamento Crítico”, do Instituto Ayrton Senna, que tinha como propósito instigar a imaginação.
“Toda pessoa com o espectro autista tem um hiperfoco, um potencial mais elevado em alguma área. E o da Kau é a leitura, ela lê muito e, agora, escreve também”, conta a professora Silvana.
Acolhimento escolar especializado ajudou os pais a se informarem
Quando Kauana começou a tomar gosto pela escrita, resolveu que queria publicar o livro. Por isso, junto de seus familiares, e com os professores do atendimento especializado, foi atrás de apoiadores. “Foi através de encaminhamentos da escola, orientação de profissionais capacitados e das intervenções de professores da Educação Especial que eu e meu marido passamos a ler, buscar informação e ficar mais próximos dela e da escola, para afinal, conhecer melhor nossa filha e poder apoiar em suas decisões”, contou a mãe de Kauana, Jaqueline Brighenti.
Além da família, Kauana contou com a ajuda da professora Silvana e da coordenadora da educação especial da escola, Marilene Jordani. “Fizemos isso acreditando no trabalho inclusivo. Acreditamos que nossos alunos incluídos, especialmente os autistas, têm muito potencial e nós precisamos canalizar, orientar”, relatou.
O processo de escrita do livro durante o ano de 2017 e 2018 foi concretizado em julho de 2019, quando aconteceu o seu lançamento na sede da Associação de Pais e Amigos do Autista de Chapecó e Região (AMA Oeste). No evento estavam presentes professores de inclusão e familiares e colegas de Kau. “Nós demos espaços para esses professores para mostrar que é possível incluir e que é possível fazer a diferença em qualquer escola. Essas crianças e adolescentes têm muito potencial”, finalizou a professora Silvana.
Maria Eduarda Dalponte, estagiária de jornalismo
Patrícia Antunes, jornalista responsável