Sergipe
25.09.2020O Projeto "Viver sempre - de Setembro a Setembro" foi criado por duas amigas que estudam no Centro de Excelência Dom Luciano, unidade que oferta o Ensino Médio em Tempo Integral, localizada no bairro São José, em Aracaju. O objetivo das estudantes Ana Souza e Lara Gabrielle é dialogar com alunos e familiares da escola pública, a fim de que possam esclarecer e ajudar no combate à ansiedade e à depressão, diminuindo índices de suicídio entre os jovens. As alunas estão sendo orientadas pelo professor de Língua Portuguesa da unidade, Fabiano Oliveira.
A ideia surgiu no dia 11 de setembro quando Lara fazia pesquisas a respeito do Setembro Amarelo. Em seguida, ao conhecer o projeto, Ana, que até então não conhecia Lara, interessou-se e passou a construir o formato com a colega, tendo o lançamento ocorrido dez dias depois no Programa Espaço Enem, protagonizado pelo professor-orientador.
Lara conta que foi vítima de bullying por oito anos, começou uma fase da vida em que optou por sentir uma dor para esquecer outra, esquecendo pouco a pouco o que era importante na vida. Após vencer a depressão, tudo mudou, e a vida dela passou a ter mais cor. "Foi então que minha mãe esteve do meu lado, e nesse momento conversou comigo, me ajudou", disse, quando fez diversos questionamentos sobre por que estava passando por aquilo.
Passar por essa situação e ter o apoio da família fez com que Lara se desse conta de que os amigos e colegas da escola também poderiam estar passando por situações semelhantes. Deste modo, com o suporte do projeto por meio do Instagram e do WhatsApp, o diálogo com colegas irá intermediar a ajuda para vencer o medo inicial de conversar com alguém. Para elas, ouvir é um dos remédios para quem tem a depressão.
Para ajudar na concepção do projeto e orientar os caminhos pelos quais a ação torne-se positiva e efetiva, as garotas convidaram mais colegas e também o professor Fabiano Oliveira, para ser padrinho da iniciativa.
Segundo o professor, que aceitou com muita alegria e honra apadrinhar o projeto, o fato de elas viverem momentos e realidades semelhantes facilita a comunicação. "Neste momento de pandemia faltava um projeto para ouvir e falar sobre a vida não somente em setembro, mas durante todo o ano", concluiu.