Programa de ensino por mediação tecnológica do Governo de Goiás atende 4 mil alunos da rede estadual

MEDIAÇÃO TECNOLÓGICA

22.03.2021

Lançado no início de 2020, o programa da rede pública estadual de ensino GoiásTec oferta Ensino Médio por mediação tecnológica para estudantes de regiões de difícil acesso. Hoje, a ação beneficia 4.143 estudantes, de 86 municípios, que antes enfrentariam falta de professores e dificuldade de cursar um Ensino Médio de qualidade.

O programa da Secretaria de Estado da Educação de Goiás (Seduc) consiste na transmissão de aulas ao vivo, via satélite, para estudantes residentes na zona rural, em distritos e regiões de difícil acesso ou que tenham falta de professores habilitados em áreas específicas do conhecimento.

Nessa modalidade de ensino, o aluno continua indo à escola, mas as aulas são interativas por meio de transmissão via satélite. Os alunos são monitorados por um professor mediador, que fica na sala de aula para auxiliar os educandos e garantir a comunicação deles, via chat, com o professor do estúdio de gravação.

“Com o GoiásTec, podemos levar aprendizagem para todos os cantos do Estado, independente da quantidade de alunos que lá esteja, e garantimos professores especialistas para dar a melhor aula para os estudantes. É um projeto ousado e inovador que assegura a Educação para todos”, afirmou a secretária de Estado da Educação, Fátima Gavioli.

GoiásTec em aulas remotas

No entanto, com a suspensão das aulas presenciais, o GoiásTec teve de se adaptar ao Regime Especial de Aulas Não Presenciais (Reanp). Desde março do ano passado, os estudantes do programa recebem apostilas didáticas e videoaulas produzidas pelos professores regentes. Por canais digitais, os professores também realizam plantões de dúvidas com os alunos. E nas comunidades locais, o professor mediador acompanha o desenvolvimento dos estudantes por telefone ou pelas redes sociais.

“Para mim, o GoiásTec foi uma oportunidade”

Uma das estudantes atendidas pelo programa, Ana Luíza das Dores Rodrigues, mora na zona rural, a 10 km da cidade de Itaberaí. Ela faz a 2ª série na Escola Estadual de Santa Rita, que não ofertava Ensino Médio antes do GoiásTec.

“Para mim, o GoiásTec foi uma oportunidade. Eu tive que parar de estudar, porque engravidei. Fiquei 4 anos sem estudar. E ficava muito longe para eu estudar na cidade, até esse projeto chegar aqui no povoado de Santa Rita”, afirmou a estudante.

“É diferente. Eu fiz do 6º ao 9º ano em um colégio de Itaberaí, com todos os professores ali em sala de aula, e é diferente. Mas eu já acostumei. Os vídeos que os professores mandam são muito bons, bem explicadinhos. E a nossa professora mediadora, a Luzia, é ótima. Ela sempre liga para a gente e se a gente tem dúvidas, ela responde ou encaminha para o professor regente”, contou Ana Luíza.

“A professora mediadora é muito importante para mim porque ela nunca me deixou desistir. Eu já pensei muitas vezes em parar de estudar, porque não é fácil, mas ela nunca deixou eu desistir”.

Expansão do GoiásTec

Inicialmente com 2.130 alunos de 65 municípios, hoje o programa atende 4.143 estudantes, de 86 municípios, incluindo comunidades quilombolas e indígenas. “Atendemos estudantes da zona rural de Silvânia, temos sete turmas de comunidades quilombolas, em Cavalcante, Teresina e Monte Alegre, e atendemos, também, a escola indígena de Rubiataba”, relatou a gerente de mediação tecnológica da Seduc, Wanda Maria de Carvalho.

Para garantir a infraestrutura necessária, o Governo de Goiás instalou 100 antenas, distribuídas em 64 municípios, para que as unidades escolares tenham acesso à Internet via satélite. Cada escola participante do programa também recebeu uma impressora, a fim de dar suporte às atividades escolares.

Estúdio próprio

Em Goiânia, a TV Brasil Central cedeu um espaço para a Seduc, que está sendo reformado para a instalação de um estúdio próprio. O estúdio dará suporte para a transmissão das aulas do GoiásTec, além do Goiás Bem no Enem e Seduc em Ação. Atualmente, os professores do GoiásTec fazem sua transmissões em um estúdio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento e Inovação (Sedi), localizado na sede da Seduc.

O investimento para a criação do novo estúdio é de R$ 283.359,31. A obra, iniciada em janeiro, deve ser concluída até o final do primeiro semestre de 2021.