O Governo de Sergipe, por meio da Secretaria de Estado da Educação (Seed), segue investindo no fortalecimento do Programa de Atenção Psicossocial nas Escolas da Rede Estadual de Sergipe (Acolher), que tem desempenhado um papel importante na assistência a estudantes, professores e profissionais de educação. Em 2025, o programa amplia suas ações de atendimento focando em temáticas de enfrentamento às diversas violências e violações dos direitos humanos, na cultura de paz, na construção de um ambiente escolar alicerçado no respeito e na dignidade humana.

Desde sua criação, em agosto de 2023, o programa Acolher já realizou 3.223 atendimentos em todas as dez Diretorias Regionais de Educação (DREs), contando com uma equipe de 95 profissionais, dos quais 60 são psicólogos e 35 são assistentes sociais. O programa prevê avanços nas ações de prevenção e promoção, incluindo atividades colaborativas com gestores escolares e professores, a implantação do Observatório das Violências em 10 unidades escolares (uma por regional) e a manutenção do foco na formação continuada dos psicólogos e assistentes sociais. Além disso, busca ampliar as relações intersetoriais com os serviços de saúde e assistência social do estado e dos municípios, bem como promove campanhas eficazes de enfrentamento ao bullying, cyberbullying, violência contra a mulher, abuso sexual contra crianças e adolescentes, prevenção ao suicídio, entre outras temáticas essenciais para a construção de uma cultura de paz.

De acordo com o coordenador do programa, Pedro de Santana, o Acolher foca na educação socioemocional e nos princípios de uma escola que compreende os membros da comunidade escolar em sua integralidade. “Os objetivos do Acolher contemplam o atendimento psicossocial realizado por psicólogos e assistentes sociais comprometidos com a saúde mental, bem-estar e superação das violências praticadas ou percebidas no ambiente escolar”, ressalta. 

Com o retorno às aulas, o programa Acolher tem um papel ativo dentro das escolas, facilitando a adaptação dos estudantes ao ambiente escolar. Seus profissionais participam da Jornada Pedagógica, da Semana de Planejamento das Unidades Escolares e do Acolhimento da Comunidade Escolar para o início do ano letivo. Ficou estabelecido que o mês de fevereiro será dedicado a atividades de acolhimento, escuta e dinâmicas entre os estudantes, com atenção especial àqueles que estão ingressando na rede estadual de ensino.

Uma das novidades deste ano é a participação ativa do programa Acolher na mediação do processo de restrição ao uso de celulares nas salas de aula, conforme estabelecido pela Portaria da Seed. O programa tem promovido ações de diálogo e escuta contínua com estudantes e profissionais de educação, cujo objetivo é conscientizar sobre a importância de respeitar a legislação. Isso visa a diminuir os impactos do uso de celulares e outros equipamentos eletrônicos portáteis, sendo autorizado seu uso apenas para fins pedagógicos e sob a orientação de um profissional habilitado. 

O programa Acolher se destaca por sua atuação integrada e descentralizada, garantindo suporte a todas as regiões do estado. Sua abordagem vai além do atendimento individual, abrangendo também intervenções em situações de crise coletivas de ansiedade.

Diante de episódios em que vários alunos apresentam sintomas semelhantes, como taquicardia e falta de ar, a equipe do Acolher é acionada para prestar assistência imediata. Em casos mais graves, alguns estudantes são encaminhados para atendimento de urgência. Os especialistas em psicoeducação do programa, totalmente capacitados, utilizam estratégias de intervenção eficazes para controlar os sintomas e promover o bem-estar dos alunos. Além disso, o programa investe na capacitação dos alunos monitores, que recebem treinamento específico para identificar sinais de crise e atuar como apoio à equipe técnica do Acolher durante as intervenções. Desta forma, o programa não apenas oferece atendimento emergencial, mas também fortalece a atenção contínua ao aspecto socioemocional dentro do ambiente escolar.

Para a assistente social da Diretoria Regional de Educação 6, no Baixo São Francisco, Gilmara Lima, o programa é importante para melhorias nos relacionamentos interpessoais e promoção à saúde mental. “O acolhimento se dá por meio do tema proposto pela escola e, partindo desse pressuposto, os técnicos elaboram suas falas e didáticas. A presença do Acolher já salvou vidas e ajuda no desenvolvimento emocional dos alunos e na construção de ambientes favoráveis ao aprendizado. Para este ano, estamos trabalhando em um projeto que tem como finalidade levar todos os técnicos para uma escola e trabalhar com toda a comunidade escolar uma temática específica, que seja mais gritante na comunidade”, afirma. 

Já para o psicólogo da Diretoria Regional de Educação 1, no Sul sergipano, Alenilson de Oliveira, o programa tem um impacto na vida dos estudantes. “Por meio de nossas ações, podemos observar alterações notáveis dos alunos, podendo proporcionar um melhor acolhimento à medida que se sentem acolhidos. Além disso, o programa escuta os estudantes, considerando suas reivindicações ou opiniões, interagindo com os outros membros do grupo escolar, como coordenadores, servidores, orientadores disciplinares e criando uma conexão afetuosa através de um vínculo forte, contribuindo, assim, para proporcionar momentos em que o estudante assume o papel de protagonista e multiplicadores, colocando-o em posição de expressar suas emoções”, destaca.

A comunidade escolar tem buscado ativamente o suporte do programa Acolher. As solicitações são registradas pela administração da escola por meio do Sistema de Registro de Ocorrência Escolar (ROE) e, em seguida, acompanhadas de perto pelos técnicos do programa, garantindo um atendimento eficaz.