Professores são capacitados em educação para os Direitos Humanos

Maranhão

20.04.2018

Na manhã desta quinta-feira (19), professores do Centro de Ensino Prof. José Nascimento Moraes, no bairro do Vinhais, participaram de uma capacitação com a temática ‘Capacitação em Educação para os Direitos Humanos com foco na mulher’. A atividade marca o início dos estudos para a implementação do projeto curricular que será trabalhado com os estudantes da escola durante o ano letivo de 2018.

A capacitação, que é fruto de uma parceria entre a Secretaria de Estado da Educação (SEDUC) com as Secretarias de Estado dos Direitos Humanos e Participação Popular (SEDIHPOP) e da Mulher (SEMU), contou com a apresentação de palestras e momentos de dinâmicas de integração entre os grupos de professores sobre os assuntos que permeiam a questão da educação em direitos humanos, tendo como objetivo trabalhar a questão dos valores em relação ao respeito ao gênero e à igualdade de direitos.

De acordo com a coordenadora pedagógica do CE Prof. José Nascimento Moraes, Claudia Regina Pinto Silva, o objetivo da capacitação é a sensibilização dos educadores para iniciar a construção do projeto político pedagógico que pretende trazer a cultura de direitos humanos para a instituição escolar, através inclusão de conteúdos sobre histórico e construção dos direitos, de metodologias e vivências que favoreçam o respeito às diferenças, da cooperação, da solidariedade e de boas atitudes.

“A escola enquanto espaço de prevenção necessita que todo o corpo docente, discente e toda a comunidade escolar tenha dentro de si o respeito ao outro e o entendimento de que esses direitos sofrem violações todos os dias e que, por conta disso, precisamos estar em constante vigilância”, disse Claudia Silva.

Para Andressa Brito, supervisora em Educação de Direitos Humanos da SEDIHPOP e uma das facilitadoras da capacitação, momentos como esse, de debates e explanação desses temas, são necessários e devem ser promovidos pelas escolas, já que a educação é instrumento de mediação fundamental para a realização de direitos humanos na sociedade.

“É sempre muito importante esses momentos informativos que possibilitem a expansão da temática de direitos humanos, ainda mais quando a gente consegue dialogar com professores, que são multiplicadores e que vão conseguir trabalhar isso com os seus alunos, dialogar de forma transversal em suas disciplinas esses aspectos e as temáticas que dizem respeito aos direitos humanos”, afirma Andressa Brito.

Durante as discussões sobre a temática, também foram abordados assuntos como: os direitos da mulher, a questão da violência doméstica em todas as suas dimensões, e um aprofundamento da Lei Maria da Penha.

Para a assessora da Secretaria da Mulher (SEMU), Janaina Ferreira, trazer esses debates para dentro das salas de aula é, principalmente, uma forma de compreensão de que um dos direitos humanos é a mulher viver sem violência. E esse espaço de conversas e esclarecimento de dúvidas é de suma importância para a concretização dessa conscientização.

“Muitas vezes os professores são envolvidos em casos de relacionamento abusivos em sala de aula, mas não percebem. E nós, promovendo esses debates, trazendo informações, alguns dados, apresentação de casos verídicos, é possível fazer com que eles compreendam como está o mundo em relação à violência contra a mulher e possam auxiliar na mudança dessa realidade”, reitera a assessora.

Segundo a professora de Sociologia e Filosofia do CE Prof. José Nascimento Moraes, Magna Sales de Almeida, trazer o conhecimento das leis das teorias e temas de direitos humanos é, verdadeiramente, um esclarecimento sobre o que às vezes é vivenciado na prática em sala de aula.

Para a professora é importante que no espaço escolar o docente tenha, também, esse olhar para além da sala de aula.

“Nós, enquanto educadores, temos que perceber aquele aluno em sala de aula, às vezes vem de casa com uma série de problemas. Eu quero conhecer o meu aluno. E é importante saber que nós não vamos para a sala de aula só transmitir conhecimento. Nós temos que fazer de uma forma que eu veja um pouco além disso. E como a minha disciplina exige ainda um pouco mais, a questão da criticidade, da reflexão, eu preciso trabalhar muito mais isso. A questão humanitária, a questão do respeito e eu vou trabalhar isso em sala de aula, a questão dos valores envolvendo os direitos humanos”, disse Magna Almeida.

Já para a professora de Língua Portuguesa e Língua Inglesa, Elizabeth Amorim, esse tipo de formação dá suporte teórico e fortalece os docentes para a discussão saudável e produtiva dentro de sala de aula.

“Independente da disciplina que nós trabalhamos em sala de aula, nós temos que ter esse conhecimento de mundo, conhecimento geral, para discutir dentro de cada disciplina e trazer esse fortalecimento também para o aluno para ele saber quais são os seus direitos, para que ele possa exigir e garantir seus próprios direitos”, conclui Elizabeth Amorim.