Dois dos 50 professores finalistas do Prêmio Professor Nota 10 de 2021 são da Rede Estadual de Ensino de Pernambuco. O resultado foi divulgado no site do certame nesta terça-feira (08). Os finalistas são os professores Antônio Arnaldo da Silva, da Escola de Referência em Ensino Médio (EREM) Cardeal Dom Jaime Câmara, de Moreno, Zona da Mata do Estado; e Carlos José de Souza Júnior, da EREM Ipojuca, Região Metropolitana do Recife. A data de divulgação do resultado final do prêmio ainda não foi divulgada pela organização do prêmio. 

Criado pela Fundação Victor Civita, o prêmio reconhece e valoriza professores e gestores escolares da Educação Infantil ao Ensino Médio de escolas públicas e privadas de todo o país e conta com a parceria de mídia da Abril, Globo e Fundação Roberto Marinho, tem o patrocínio da SOMOS Educação e BDO, e o apoio da Nova Escola, Instituto Rodrigo Mendes e Unicef. Desde 2018, o Prêmio Educador Nota 10 é associado ao Global Teacher Prize, realizado pela Varkey Foundation, prêmio global de Educação. Nesta edição, 14 estados brasileiros enviaram trabalhos.  

O projeto pedagógico idealizado pelo professor Antônio tem como objetivo levantar  discussão e fortalecer o enfrentamento ao racismo e à intolerância religiosa dentro e fora da escola. O Projeto Baobá, como foi batizado pelo docente, está em atividade desde 2017, e faz parte do calendário de comemoração oficial da cidade de Moreno. Ele consiste em um conjunto de atividades, como exposições artísticas, produções literárias, apresentações de teatro e música, oficinas, salas temáticas, debates, palestras e rodas de conversas que contam com professores, artistas, intelectuais e outros profissionais, que acontecem na escola em novembro, mês da Consciência Negra. 

“Estar entre os 50 melhores projetos é como realizar um grande sonho. É a gente colocar a nossa escola e os nossos estudantes como protagonistas de uma nova história. A partir desse reconhecimento eles vão se fortalecer cada vez mais nessa luta diária e constante contra o racismo, contra o preconceito e contra a intolerância de todas as formas. Para mim, é muito gratificante. A educação é quem sai como sendo a maior vencedora, porque é um projeto que rompe os muros da escola e que vai fortalecer as políticas públicas do nosso município", frisou Antônio Arnaldo. 

Já o projeto do professor Carlos fez com que os estudantes analisassem, por meio da geometria, construções locais, como o Porto de Suape e a vila do Estaleiro, e obras famosas, a exemplo do MASP, de Lina Bo Bardi, vários prédios de Oscar Niemeyer e até as pirâmides do Egito. Quando os estudantes desenvolveram a visualização geométrica, o caminho para  o uso de fórmulas e teoremas ficou mais evidente e significativo. Os conceitos e a aplicabilidade de razão e proporção ganharam sentido nos cálculos realizados a partir das imagens arquitetônicas. Ferramentas como Autocad, Google Earth, Google Maps, mesa digital, projetor, fotografias impressas, esquadros e régua foram coordenadas para auxiliar as atividades em torno do tema, que interessou aos jovens e aumentou o envolvimento nas aulas.

“Em meio a um cenário tão atípico e desafiador para todos os educadores do Brasil, saber da emocionante notícia de estar entre os finalistas do prêmio da Fundação Victor Civita é uma alegria convicta de que a educação continua em movimento e uma oportunidade de darmos continuidade ao fortalecimento de vínculos entre a escola e o estudante, dando espaço para o protagonismo juvenil ter sua potencialidade em nosso chão educativo. Embora a pandemia com seus desafios impostos tentaram esmorecer a produção e reconstrução desses valores e competências, a nossa comunidade escolar permaneceu forte em seu propósito de formação integral. E nesse mesmo ensejo poder representar milhares de educadores nota 10 da nossa Rede Estadual de Pernambuco é de uma grande responsabilidade que trato com muito carinho e contentamento”, declarou Carlos.