Professores da rede estadual realizam correção personaliza de redação por meio de videochamada

Sergipe

02.09.2020

Os professores de Língua Portuguesa do Centro de Excelência Atheneu Sergipense, unidade que oferta o Ensino Médio em Tempo Integral, situada em Aracaju, criaram uma metodologia de correção personalizada das redações dos alunos que estudam a 3ª série do Ensino Médio. É o projeto Redação nota 1000, uma iniciativa que já rendeu cerca de trezentas produções textuais. 

Desde o início da suspensão das aulas presenciais em função da pandemia do novo coronavírus, o professor Ronney Marcos e a professora Simone Regina, que lecionam a disciplina Língua Portuguesa aos jovens concluintes, realizam a correção personalizada das redações dos estudantes. 

Os alunos enviam os textos para um email e recebem de volta uma videochamada do professor com a apresentação da correção, alguns comentários e dicas de como melhorar os textos e aprimorar o exercício da escrita. Considerando que o foco dos estudantes e professores é a preparação para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), semanalmente a atividade ocorre com o atendimento individual de cada aluno, ou seja, são vinte minutos de uma conversa que percorre o texto e suas nuances.

De acordo com o professor Ronney, o susto coletivo do início da pandemia afetou a escrita de alguns estudantes, desmotivou outros. Porém, com a constância de atividades de produção e correção, e com a adesão de alunos na elaboração dos textos, aumentou significativamente o fluxo de criação. Diante da tela compartilhada com o professor, o estudante passa a se habituar com um novo contato social para a aprendizagem. “Quando todo esse processo de correção, que acaba sendo às vezes muito íntimo do professor, começa a ser compartilhado com o aluno, este passa a ver, entende o erro”, explica o professor Ronney. 

Essa metodologia adaptada já gerou resultados. Além dos trezentos textos escritos e corrigidos, as notas também aumentaram. Quem estava acostumado a tirar 600 pontos na redação deu um salto para uma pontuação média de 800. Quem já tinha mais traquejo com o ato de escrever beira os 1000 pontos. Essa guinada nas notas deixa os estudantes ainda mais empolgados com o propósito de fechar a prova de redação e, consequentemente, movimenta os grupos de estudantes. 

A professora Simone está há quatro anos realizando o atendimento especial aos estudantes que prestam o Enem. No entanto, a nova configuração tornou a atividade que outrora era coletiva, realizada em sala de aula, mais intimista, com o atendimento personalizado e individual. Para ela, essa mudança aproximou a relação entre professora e aluno, sendo possível aprofundar as maneiras de minimizar as dificuldades de produção textual de cada um, de maneira mais específica e única. 

Segundo a professora, a função da correção personalizada é identificar qual o tipo de dificuldade do estudante. “A gente quer saber se tem dificuldade com conectivos, se é com a parte da introdução, do desenvolvimento, da proposta de intervenção etc. Então, tudo isso é um passo a passo, um trabalho de perceber qual a deficiência do aluno com a escrita”, finalizou.