Professores compartilham experiências exitosas no Encontro de Práticas Pedagógicas

Sergipe

25.10.2021

Encontro de Práticas Pedagógicas Sergipanas, promovido pela Secretaria de Estado da Educação, do Esporte e da Cultura (Seduc) e a Fundação Telefônica Vivo (FTV). O evento foi realizado na tarde de quarta-feira, 20, de forma híbrida. Enquanto a transmissão dos relatos de experiências aconteceu virtualmente, no canal do YouTube do Instituto Paramitas, por meio de vídeos já gravados, houve a participação ao vivo do secretário da Seduc, professor Josué Modesto dos Passos Subrinho, diretamente do auditório do Museu da Gente Sergipana, em Aracaju. Toda a transmissão e os debates foram mediados pelo professor Fabiano Oliveira, da rede estadual de Educação. O evento de boas práticas é idealizado pelo Instituto Paramitas, parceiro executor local da Fundação Telefônica Vivo.

O Amostre-se tem como objetivo a valorização das ações realizadas nas escolas estaduais e municipais que compõem o Projeto Aula Digital em Sergipe, reunindo as práticas pedagógicas exitosas, concretizadas por meio das formações. Esta segunda edição trouxe como temáticas as ações que envolvam o Aula Digital em Sergipe e as práticas dos educadores durante o período pandêmico. Destaca-se o uso da Plataforma Profuturo e das ações do Estude em casa “Pelas Ondas do Aula Digital”, que teve como objetivo proporcionar equidade e oportunizar, de forma democrática, um material de qualidade para os estudantes do primeiro até quinto ano, principalmente aqueles sem dispositivos ou acesso à internet.

 

A abertura do evento foi feita pelo secretário Josué Modesto, que falou sobre o tema “Os desafios da educação na Pandemia”, respondendo algumas perguntas do professor Fabiano Oliveira e de internautas que enviaram através do chat. Logo de início, o secretário destacou que durante o período de pandemia, em que as atividades escolares aconteceram remotamente, pelo menos duas coisas foram aprendidas. “Em primeiro lugar, a maioria dos professores se conscientizou de que a tecnologia é uma aliada. Todos tiveram que fazer um mergulho no mundo digital, através das lives, aplicativos, do acervo digital já existente. E além disso, aflorou em todos nós a consciência da grande desigualdade que perpassa o sistema educacional brasileiro”, disse.

Questionado sobre quais ações exitosas ele poderia destacar, visando amenizar as perdas educacionais durante o período pandêmico, o secretário disse que em visitas a algumas escolas testemunhou a fascinação dos estudantes com as aulas digitais. “Em uma das visitas encontrei os estudantes em plena atividade, interessadíssimos com seus tablets. Para além disso, é fato que a desigualdade também nos obrigou a dar um passo atrás. Poucas pessoas, hoje em dia, ouvem rádio regularmente. Mas boa parte dos alunos se utilizaram das ondas do rádio para terem acesso às aulas, e essa foi uma alternativa para atingir um público que não alcançariamos de outra forma nesse período de aulas remotas. Foi uma ação complementar às aulas online, pela TV e aos materiais impressos”, explicou.

Outro questionamento, enviado por internauta, foi sobre o que se pode fazer para diminuir a desigualdade que a pandemia provocou na educação pública. O professor Josué Modesto ressaltou que é preciso aplicar o que já existe, como por exemplo, a intensificação da aprendizagem, algo que é previsto pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). “Nossas escolas estão preparadas e fazendo a intensificação de aprendizagem. Estamos começando um processo de ampla mobilização de estagiários, estudantes de cursos de licenciatura em pedagogia, português, matemática e em algumas áreas prioritárias. É duplamente vantajoso para o estudante que está se formando em licenciatura ter uma experiência prática na escola pública, e é muito importante para nós termos a disponibilidade deles para melhor dialogar com os nossos estudantes e intensificar a aprendizagem”, declarou.

Ele também lembrou algumas ações que estão sendo feitas para que a escola pública seja cada vez mais inclusiva. “Não basta ministrar ensino de qualidade para uma parte dos estudantes. É preciso que haja o progresso também daqueles que são egressos dos níveis econômicos mais carentes. Começamos a distribuição de kits de material escolar, porque o aluno não pode ser prejudicado se a família não puder comprar os itens básicos. Vamos começar a distribuição de uniforme escolar no próximo ano. Tudo isso dentro da perspectiva de tornar a nossa escola mais inclusiva e acolhedora aos estudantes com mais dificuldades econômicas”, afirmou.

A diretora do Departamento de Educação (DED/Seduc), professora Ana Lúcia Lima, destacou a importância do evento. “Estamos aqui para celebrar o desenvolvimento de práticas pedagógicas que foram essenciais para a ampliação do acesso das atividades das crianças e, principalmente, para a garantia da aprendizagem. Aqui estão os relatos de escolas públicas estaduais e municipais, mostrando na prática como foi a alfabetização das nossas crianças, a consolidação das aprendizagens delas em um período de pandemia. Nesse projeto houve o engajamento da Seduc, da Fundação Telefônica Vivo, dos municípios, mas principalmente das comunidades escolares, dos professores e das famílias dos estudantes, para que pudessem acompanhar a transmissão dos podcasts educativos”, explicou.

A presidente do Instituto Paramitas, Cláudia Stippe, também esteve presente à transmissão do evento, e falou sobre a oportunidade que o “Amostre-se” dá aos professores. “É importante dar voz aos educadores, principalmente aos dos segmentos iniciais, do 1º ao 5º ano. A ideia do ‘Amostre-se’ é dar esse espaço a eles, que tanto fazem e às vezes não têm onde mostrar suas práticas pedagógicas inovadoras. Já temos diversos educadores se mostrando interessados em participar da próxima edição”, disse.

 

Relatos de experiências

Para esta segunda edição do Amostre-se foram inscritos 59 trabalhos, todos disponíveis no site amostrese.org. Durante a transmissão do evento, que está disponível no canal do YouTube do Instituto Paramitas, houve o compartilhamento de experiências de sete professores. Um dos projetos apresentados foi o “ConectaLibras: Conectando o aluno surdo com miniaulas do ensino regular em libras”, desenvolvido pela professora Maria Isabel Dórea Santos, da Escola Estadual 11 de Agosto, em Aracaju. A apresentação desse projeto foi feita pela professora Micaela Soares Costa.

Outros projetos apresentados foram: “O rádio como objeto de suporte para a Educação de Aquidabã na Modalidade EJA, em tempos de pandemia”, da professora Margareth Silva; "YouTube como recurso de aprendizagem", iniciativa da professora Monica Costa Moreira, da E.M. João Antônio dos Passos (Areia Branca); “Das Ondas do Aula Digital ao II Concurso de Redação e atividades lúdico-artísticas no município de Itaporanga d´Ajuda”, da professora Isis Mota Dantas; e “O modelo do Ensino Remoto ofertado em Itabaianinha 2020-2021: plataforma YouTube, principal ferramenta de veiculação das videoaulas”, das professoras Bianca Alves da Silva Reis e Amanda Vieira Batista, de Itabaianinha.

Houve também a transmissão da conferência “Os Desafios da Alfabetização e do Letramento em tempo de Ensino Remoto: Pelas Ondas do Aula Digital e Histórias ao Pé do Ouvido”, mediada pela professora Kelly Valença, coordenadora do Serviço de Ensino Fundamental da Seduc (SEF).