Professora sergipana desenvolve projeto que visa a reconhecer e incentivar a representatividade negra na ciência

Sergipe

25.08.2020

A criatividade tem garantido um espaço considerável nas aulas não presenciais desenvolvidas pelos professores sergipanos. Exemplo desse engajamento para motivar os estudantes, a professora Laís Menezes, que leciona Química no Colégio Estadual Dr. Edélzio Vieira de Melo, unidade que oferta o Ensino Médio em Tempo Integral no município de Santa Rosa de Lima, criou o projeto “Ciência é coisa de Preto”, que tem como objetivo reconhecer e incentivar a representatividade negra na ciência. Durante as atividades, os jovens pesquisaram sobre os cientistas e produziram vídeos que foram publicados no perfil do Instagram da escola.

Dividida em três etapas, a prática docente surgiu da necessidade de ampliar o debate no ambiente escolar. Desta forma, os temas transversais em torno do projeto também aprofundaram o aprendizado e o debate sobre gênero e raça, cujo objetivo era identificar os trabalhos de mulheres negras na ciência, bem como o racismo estrutural, que por anos apaga o nome e a memória de diversos personagens importantes na história do mundo. Para tal, os estudantes deram início à pesquisa e construção de narrativas, por meio de vídeo e escrita, para contar a respeito da contribuição das negras e dos negros na ciência.

Desde o lançamento do projeto, no início de agosto, todos os alunos do Ensino Médio estão envolvidos com a promoção do diálogo em função das nuances da representatividade negra em todos os espaços. A professora Laís explica que, após as pesquisas e atividades, os alunos passaram a refletir mais, com diversas análises e muitos porquês, resultado de inúmeras descobertas nos cenários histórico e científico. “Veja que é uma atividade que movimenta a todos, em uma espécie de cadeia; movimenta o professor e o estudante. Eu estou no processo de desconstrução também. Então, tocar esses meninos, mesmo de forma remota, para mim é uma ação supervaliosa e gratificante”, enfatiza.

Agora, os estudantes se encaminham para a segunda fase do projeto, na qual terão de pesquisar e estudar sobre autoestima, aceitação, padrões estéticos, corpo “perfeito”, cabelo, identidade etc. Em seguida, para encerrar o ciclo de atividades, a professora Laís abordará questionamentos pertinentes entre o “belo” e o “feio”. Ainda assim, com temas que parecem não conter química, a professora de química salienta que em todos os debates é possível identificar os processos químicos que existem nos padrões de beleza, cuja importância é elevada durante as aulas.

Como forma de chamar a atenção da comunidade escolar, de modo que o projeto seja conhecido pelo público em geral, a professora Laís foi convidada para o podcast Educação Plural, iniciativa da professora Tatiane Oliveira. Para ouvir e conhecer mais, é só clicar no linkhttps://bityli.com/F71fW