Professora cria jogo de cartas sobre literatura e torna aulas mais dinâmicas em escola

Piaui

03.10.2023

A preocupação com o pouco interesse dos alunos sobre a literatura levou a professora Área Gracionede de Sousa, do Centro Estadual de Tempo Integral (CETI) Portal da Esperança, localizado no bairro Pedra Mole, zona leste de Teresina, a mudar a forma como as informações são passadas nas aulas.

Para mexer com a criatividade da turma, ela criou o "Baralho Preciosidades Literárias", um jogo de cartas como ferramenta pedagógica que utiliza elementos da gamificação aplicada a contextos de ensino de literatura piauiense e sobre pedras preciosas.

“O ‘Baralho preciosidades Literárias’ trabalha o reconhecimento quanto à importância da literatura dentro dos estudos de linguagem, pois percebemos como a literatura piauiense tem sido esquecida. Ela foi desenvolvida a partir da necessidade de se diversificar o ensino da matéria de uma forma dinâmica, com o uso das ideias de um jogo já bastante conhecido, o baralho comum. O jogo é instigante”, explica Gracionede.

Formado por quatro naipes, cada um associado a uma pedra preciosa (Ametista, Citrino Alaranjado, Esmeralda e Opala), as cartas são formadas por autores da literatura, organizados dentro do mesmo em ordem decrescente de idade. Nas cartas são apresentados 40 autores, entre eles: Cora Coralina, Cecília Meireles, Carlo Drummond de Andrade, Cruz e Souza, Machado de Assis e os autores piauienses Torquato Neto, Assis Brasil, Mário Faustino e Da Costa e Silva.

“Cada autor está dentro de uma pedra preciosa no naipe e quanto maior a idade do autor, maior será sua preciosidade. Um detalhe é que o naipe Ametista é formado apenas por mulheres da literatura”, explica a idealizadora do jogo de cartas.

A pedra preciosa Opala, encontrada no território piauiense, também tem destaque no jogo criado pela professora. "Nesse jogo faço uma homenagem à Opala, a nossa pedra preciosa. Cada autor escolhido está em uma pedra preciosa e todos os autores piauienses estão na joia opala, por exemplo, o Mário Faustino", explica.

Para os estudantes do Ensino Médio, os jogos tornaram as aulas mais atrativas e interativas, como diz Guilherme de Sousa, aluno da 2ª série do Ensino Médio. “Eu gostei do Baralho Preciosidade Literária porque conseguimos ter o ensino de matemática e literatura ao mesmo tempo”, revela.

A diversidade de modalidades do jogo de cartas BPL também foi pensada pela professora Gracionede com quatro opções para os alunos.

- Carteado livre: onde os naipes na ordem descrita acima têm mais força sobre o outro, cujos autores, nas respectivas cartas, têm mais valor que as cartas de autores mais novos dentro do mesmo naipe. O objetivo é ficar com a carta Cora Coralina até a última jogada para vencer o jogo, ou derrubar durante o jogo essa carta de quem a possui;
- Valor de naipe: nas jogadas faz a soma dos números das cartas;
- Valor de carta: a soma das cartas conforme o naipe que pertence, na segunda modalidade;
- Tríade Literária: nas jogadas a necessidade é montar um jogo de três cartas com autores de uma mesma escola literária.

“Além do ensino de literatura, o BPL também ajuda no raciocínio matemático, tendo em vista que duas modalidades do jogo utilizam conhecimentos matemáticos nas jogadas”, reforça a professora.

O secretário de Estado da Educação, Washington Bandeira, destacou o incentivo aos educadores no desenvolvimento de aulas criativas promovendo diversas habilidades nos alunos. “As dinâmicas promovidas pelos nossos professores permitem que seja desenvolvido no nosso alunado as habilidades interpessoais, a comunicação e o trabalho em equipe durante suas aulas. São estas atividades com metodologias ativas que resultam em uma aprendizagem criativa”, destacou.